Repórter fotográfico da Global Imagens agredido no Sp. Braga-Arouca
Liga e Sp. Braga repudiam incidente. Foi apresentada queixa na PSP.
A Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) e o Sporting de Braga repudiaram hoje, em comunicados, a agressão a um repórter fotográfico, após a partida, em Braga, entre bracarenses e Arouca, para a 21.ª jornada da I Liga.
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Segundo revela o jornal O Jogo, o repórter fotográfico Gonçalo Delgado foi agredido com uma cabeçada por um adepto do Sporting de Braga num dos elevadores do Estádio Municipal de Braga. O jornal acrescenta que o agressor terá fugido do local, mas que foi apresentada queixa contra este junto da PSP.
"A Liga Portugal apresenta uma palavra de solidariedade ao repórter fotográfico Gonçalo Delgado da Global Imagens (agência do grupo do DN), no Estádio Municipal de Braga, repudiando esta e qualquer agressão verbal ou física contra elementos da comunicação social, que ocorram nos estádios ou nas imediações dos mesmos", pode ler-se no comunicado da Liga.
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Este organismo apela ainda aos adeptos para que "situações como as que aconteceram hoje no Estádio Municipal de Braga, e há uma semana no Estádio de Alvalade, com duas equipas da CMTV, não se repitam, mostrando, como sempre tem feito, total disponibilidade para, em conjunto com as autoridades, encontrar mecanismos que permitam erradicar qualquer tipo de comportamentos violentos dos estádios portugueses".
Também o Sporting de Braga condenou a agressão ao repórter fotográfico após a partida com o Arouca - vitória arsenalista por 2-0 -, e mostrou-se "totalmente disponível para colaborar com as autoridades" para a rápida identificação do agressor.
"O SC Braga repudia todo e qualquer ato de violência e, por isso, censura o comportamento verificado num elevador do Estádio Municipal de Braga após o encontro diante do FC Arouca, resultado de uma altercação entre dois indivíduos. Este comportamento torna-se especialmente gravoso quando a pessoa ofendida se trata de alguém devidamente credenciado para o exercício das suas funções profissionais", escrevem os arsenalistas na sua nota.
O clube bracarense adianta já ter manifestado "diretamente o seu apoio e solidariedade junto da pessoa ofendida", acrescentando ainda ter tomado "diligências para que sejam apuradas responsabilidades".
Sindicato dos Jornalistas condena "veementemente" agressão
O Sindicato dos Jornalistas (SJ) condenou "veementemente" a agressão física e verbal de que foi alvo no domingo o fotojornalista Gonçalo Delgado, recordando que as agressões a jornalistas são crime público.
Num comunicado disponível no seu site, o SJ condena esta agressão que aconteceu no domingo, "após o encontro entre a equipa da casa e o Arouca, da jornada 21 do campeonato português", e "aplaude e enaltece a apresentação de queixa junto da Polícia de Segurança Pública [PSP] pelo repórter fotográfico em questão, que se encontrava em serviço para o jornal O Jogo".
O sindicato recorda que "as agressões a jornalistas são consideradas crime público, desde março de 2018", e "deixa, ainda, uma palavra de solidariedade ao Gonçalo Delgado e coloca-se à disposição para ajudar e apoiar no que considere necessário".
O SJ insta às autoridades competentes, "uma vez mais, que ajam em relação a este caso concreto e, no geral, assumam atitudes mais vigilantes e preventivas e que devem ser ainda mais efetivas nos locais em que adeptos e elementos da comunicação social se cruzam".
Já ao SC Braga, "o SJ recorda que tem responsabilidade de assegurar condições dignas e seguras de trabalho para os jornalistas em serviço nas suas instalações e imediações e apela a que entregue, às autoridades policiais, as imagens do circuito de videovigilância do estádio de forma a agilizar o processo de identificação do agressor".
À Liga Portugal, o sindicato "reitera um pedido já feito: que se tenha em linha de conta a segurança dos profissionais da comunicação social quando se definem zonas de circulação de adeptos e jornalistas nos estádios das equipas que formam a Liga".
Sobre este tema, o SJ recorda que "propôs à Liga Portugal integrar a comissão que todos os anos vistoria os estádios para poder melhorar as condições de trabalho dos jornalistas e fotojornalistas no terreno, bem como ajudar a garantir que a sua segurança seja efetivamente salvaguardada mas esse pedido continua sem resposta".
Perante esta isto, o SJ vai avançar com um novo pedido de reunião à Liga de Clubes para abordar este e outros temas.
"O SJ exorta ainda a direção do jornal O Jogo a defender o profissional em questão e a apresentar queixa, uma vez que a obstrução ao trabalho dos jornalistas é um crime tipificado no código penal português", remata.