Recusou o PSV para jogar no Sporting e agora treina os campeões neerlandeses

Se esta noite durante a transmissão do PSV Eindhoven-Sporting (20.00, Sport TV5), jogo relativo à segunda jornada da Liga dos Campeões, observar uma cara familiar no banco do clube neerlandês, não estranhe. Trata-se de Stijn Schaars, antigo médio dos leões, de 40 anos, que curiosamente há cerca de uma década recusou um convite do PSV para assinar pelo Sporting... e hoje é adjunto de Peter Bosz no clube de Eindhoven..A confissão foi feita pelo próprio em junho de 2011, quando chegou a Alvalade oriundo do AZ Alkmaar por 850 mil euros. “Foi tudo muito rápido. As conversações com o PSV sofreram alguns atrasos e, entretanto, o Sporting contactou-me a demonstrar interesse. Sempre tive o sonho de jogar no estrangeiro e, quando apareceu o Sporting, nem pensei duas vezes. É um dos melhores clubes de Portugal”, referiu na altura, ele que não conquistou qualquer troféu durante a sua passagem por Alvalade e conheceu cinco treinadores em duas épocas - Domingos Paciência, Sá Pinto, Jesualdo Ferreira, Franky Vercauteren e Oceano Cruz..Schaars passou duas temporadas em Alvalade (entre 2011 e 2013), realizando um total de 66 jogos e marcando seis golos. Mas acabou por sair no verão de 2013, numa altura em que era um dos jogadores mais bem pagos do plantel e era necessário fazer cortes devido à má situação financeira. Acabou curiosamente por assinar pelo PSV, o clube que tinha inicialmente rejeitado para vir para Portugal, numa dupla transferência que também levou Santiago Arias do Sporting para Roterdão..O médio que atuava mais pelo lado esquerdo terminou a carreira no Heerenveen em 2019. Nesse mesmo ano começou a treinar as camadas jovens do PSV e na época passada foi promovido a adjunto da equipa principal, sagrando-se campeão nacional como braço direito de Peter Bosz logo no seu primeiro ano no cargo..Há cerca de cinco anos, quando ainda treinava as equipas jovens do emblema de Eindhoven, voltou a mostrar todo o seu amor pelo Sporting em declarações feitas a propósito de um jogo da Liga Europa entre as duas equipas (derrota por 3-2 nos Países Baixos e goleada por 4-0 em Lisboa): “Aos adeptos do Sporting, quero dizer que continuo a ser um de vós, que gostei muito de ter jogado em Portugal e que foi aí que passei os melhores anos da minha carreira.”.Do seu tempo restam poucos sobreviventes em Alvalade. Mas é bem possível que esta noite cumprimente Frederico Varandas, à data médico do clube e hoje presidente, e também Ricardo Esgaio, com quem partilhou o balneário nas épocas em que vestiu de verde e branco. Ou ainda os dois treinadores de guarda-redes, Tiago Ferreira e Jorge Vital, com quem coabitou também em Alvalade..Sporting como o Feyenoord.Passou mais de uma década, os tempos são outros, mas Schaars mostra continuar bem informado sobre o Sporting. “É um clube popular, que aqui pode ser comparado ao Feyenoord. Lembro-me que uma vez jogámos com a Juventus num jogo de preparação no Canadá [em julho de 2011] e estavam lá 10 mil adeptos do Sporting a apoiar. Isso diz bem da grandeza do clube”, referiu esta semana à imprensa neerlandesa..“Claro que acompanho o Sporting. Acho que o treinador se está a sair muito bem. Mudou muita coisa na equipa e dentro do clube. Há uma nova mentalidade. O clube está bem e tem um treinador jovem e bom, que já demonstrou ter uma grande visão. Se ajuda ter jogado lá? Não, é tudo muito diferente”, acrescentou..Resta dizer que PSV e Sporting se defrontam estando ambos num grande momento: tal como os leões, os neerlandeses somam sete vitórias consecutivas na liga do seu país. Mas na estreia na Liga dos Campeões foram derrotados fora pela Juventus (3-1)..nuno.fernandes@dn.pt

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