Rali de Portugal arranca com Ogier e Rovanperä à espreita de recordes
A 57.ª edição do Rali de Portugal arranca hoje em Coimbra e encerra domingo em Fafe, num ano em que vai contar com 22 especiais de classificação - desde 2012 que não havia tantas. A prova, que abre a fase europeia de terra no WRC, apresenta um percurso semelhante ao do ano passado, com um total de 1.690,12 quilómetros de extensão e 337,04 quilómetros cronometrados.
Este poderá ser um rali com um significado especial para o francês Sébastien Ogier (Toyota Yaris), que em caso de vitória pode tornar-se no piloto com mais títulos conquistados em Portugal, ultrapassando assim a marca (seis) que partilha com o finlandês Markku Allen.
Mas Ogier, que conta oito títulos mundiais (2013, 1014, 2015, 2016, 2017, 2018, 2020 e 2021) no seu palmarés, não vence em Portugal desde 2017, então ao volante de um Ford Fiesta. Refira-se que o piloto francês estreou-se a ganhar precisamente no nosso país, em 2010.
“Estou entusiasmado por regressar a Portugal depois de um ano de ausência. É um país de que tenho muito boas recordações, talvez um pouco mais da altura em que o rali era disputado no Algarve. Ainda assim, o ambiente é sempre ótimo e é um rali onde não devemos estar em desvantagem com a nossa posição na estrada, que talvez até nos possa beneficiar um pouco. É a minha primeira vez a competir em terra em algum tempo, mas fizemos um bom teste e estou ansioso pelo rali”, referiu Ogier.
A prova tem este ano a maior lista de inscritos do ano e terá em competição sete anteriores vencedores, o já citado Ogier, o finlandês Kalle Rovanperä, o galês Elfyn Evans, o estónio Ott Tänak, o belga Thierry Neuville, o norte-irlandês Kris Meeke e o português Armindo Araújo, estes dois últimos, agora, ao volante de carros da categoria Rally2, a segunda mais importante, a seguir aos Rally1 híbridos.
Além de Ogier, o bicampeão mundial Kalle Rovanperä persegue em Portugal a terceira vitória consecutiva e pode igualar o feito do italiano Miki Biasion.“Há muitos fãs aqui e um ótimo ambiente. As classificativas têm excelentes características e tivemos aqui bastante sucesso nos últimos dois anos. O nosso objetivo será tentar ganhar, mas nunca é fácil. A nossa posição na estrada pode ajudar-nos, mas teremos de ver o tempo que faz”, atirou Kalle Rovanperä.
O rali de Portugal pode também consagrar um quinto vencedor diferente na temporada, depois dos triunfos de Neuville (Hyundai i20), Lappi (Hyundai i20), Rovanperä (Toyota Yaris) e Ogier (Toyota Yaris) nas quatro primeiras provas.
Disputa Toyota-Hyunday
A Toyota, campeã em título, surge na máxima força pois além dos dois pilotos a tempo inteiro, Elfyn Evans e Takamoto Katsuta, traz o regressado Ogier (desde 2022 que está em part-time), e o bicampeão do mundo em título, Rovanperä, que aposta no terceiro triunfo consecutivo na prova lusa, apesar de este ano também não disputar o campeonato a tempo inteiro.
A Hyundai lidera o Mundial de pilotos com Neuville (86 pontos), que abriu o ano com uma vitória em Monte Carlo, mas viu a sua vantagem sobre Evans encurtar para seis pontos. Ott Tänak é outro dos candidatos da Hyundai à vitória em Portugal, tal como o espanhol Dani Sordo, segundo classificado em 2021 e 2023.
O Rali começa esta manhã, como habitualmente, em Baltar, com o shakedown de 4,61 quilómetros, seguindo-se a cerimónia de partida oficial, novamente em Coimbra, a partir das 17.00. Os concorrentes rumam, depois, à Figueira da Foz, para a superespecial de abertura, este ano com 2,94 quilómetros e com início às 19.05.
A prova abre depois amanhã com as tradicionais especiais de terra da região centro, com a classificativa de Mortágua (18,15 km) a ser percorrida duas vezes, a abrir e a fechar o dia, e duplas passagens por Lousã (14,30 km), Góis (14,30 km) e Arganil (18,72 km).
Para sábado estão reservadas duas passagens por Felgueiras (8,81 km), Montim (8,69 km), a mais longa do rali em Amarante (37,24 km) e Paredes (16,09 km). O dia encerra na superespecial de Lousada (3,36 km).
A etapa de domingo conta duplas passagens pelos 19,91 quilómetros de Cabeceiras de Basto, dos quais 12,6 são completamente novos, e pelos icónicos 11,18 quilómetros de Fafe, também palco habitual da power stage.
O Rali de Portugal é a quinta de 13 provas do Mundial, que este ano tem um novo sistema de pontuação, que atribui 18 pontos ao líder no final do segundo dia, atribuindo os restantes sete no domingo. Com LUSA
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