Pote e Matheus Reis para ajudar a combater a maldição austríaca
Foto: António Cotrim/Lusa

Pote e Matheus Reis para ajudar a combater a maldição austríaca

Sporting defronta esta terça-feira o Sturm Graz, que venceu na época passada, mas que Amorim diz estar melhor este ano. Treinador revelou ainda que tem renovação de contrato em cima da mesa.
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O  Sporting de Rúben Amorim já conseguiu quebrar a maldição contra equipas austríacas na época passada, mas na memória de todos os sportinguistas continuam a pairar três enormes pesadelos do passado. Um trauma que os leões pretendem acabar de vez esta terça-feira, na visita ao Sturm Graz (20.00, Sport TV5), em jogo da terceira jornada da Champions, num jogo onde Amorim já poderá contar com Matheus Reis e Pote, recuperados de lesão.

As eliminatórias contras equipas austríacas foram durante muitos anos um enorme pesadelo para os leões. Aliás, Amorim sentiu isso na pele no seu primeiro jogo europeu como treinador do Sporting, uma derrota pesada por 1-4 fora com o LASK Linz num play-off  para aceder à Liga Europa em outubro de 2020.

Mas houve mais. Em 1993-1994, na Taça UEFA, depois de um triunfo por 2-0 em Alvalade, a equipa leonina foi eliminada ao perder por 3-0 com o Casino Salzburgo, no célebre jogo em que Bobby Robson foi despedido em pleno voo na viagem de regresso a Lisboa.

“O presidente [Sousa Cintra] agarrou no microfone do intercomunicador do avião e anunciou a toda a gente que o treinador seria afastado no dia seguinte”, contou o treinador inglês na sua autobiografia, confirmando ter ficado “estupefacto” com tudo o que José Mourinho, na altura seu adjunto, lhe foi traduzindo sobre o discurso de Sousa Cintra.

Pelo meio, na época 1995-96, existiu um outro colapso, desta vez na Taças das Taças, com o Sporting de Carlos Queiroz a cair com estrondo (4-0 após prolongamento, num jogo onde Dani foi expulso) diante do Rapid Viena depois de ter ganho em Lisboa por 2-0. 

O clube de Alvalade já deu a primeira estocada nesta maldição na época passada, quando bateu o mesmo adversário desta noite na fase de grupos da Liga Europa (1-2, com golos de Gyökeres e Diomande), alcançado o primeiro triunfo de sempre em solo austríaco. Mas o passado ainda está bem presente e aconselha cautelas contra o campeão e atual líder da liga austríaca, que na atual Champions ainda não pontuou (contra o Brest e Club Brugge).

Contrato em cima da mesa

Rúben Amorim confirmou a titularidade de Franco Israel na baliza, e mostrou-se muito agradado com os regressos de Matheus Reis e Pedro Gonçalves (Pote) - de fora, por lesão, estão Diomande, Marcus Edwards e Eduardo Quaresma. “O Matheus pode fazer alguns minutos, o Pote está na mesma situação. A equipa sentiu um bocadinho a ausência de estarem todos, principalmente do Pote, tem características diferentes. Estamos muito felizes por contar com eles”, referiu.

O treinador leonino considerou ainda que este Sturm Graz é superior ao que o Sporting venceu na época passada: “Penso que melhoraram. Têm um avançado muito mais forte, acrescentaram um médio de mais qualidade na bola. Organização já tinham, mas aumentaram a qualidade dos jogadores e da equipa. São muito agressivos, organizados”, disse, destacando tratar-se de “uma equipa muito competitiva, boa, que se tornou mais completa”.

Amorim foi ainda questionado sobre os elogios que o presidente Frederico Varandas lhe fez numa entrevista à RTP, ao considerá-lo um dos melhores do mundo. E nesse sentido foi questionado se já tinha sido abordado para renovar contrato.

“O presidente sempre disse que tenho a renovação em cima da mesa, nesse aspeto estamos conversados há muito tempo. Em relação ao meu futuro, não vou comentar. Se calhar ninguém diria que ia estar aqui cinco anos e nem eu esperava. Isso de ser o melhor do mundo... Há muitos treinadores melhores que eu, o presidente não fez mais do que puxar a brasa à sua sardinha. No Sporting temos essa ideia, de que somos os melhores, os jogadores com mais potencial, que os podemos vender por muito mais. É um bocadinho da nossa cultura neste momento.”

Do lado do Sturm Graz, o treinador Christian Ilzer admitiu que “não será fácil travar Gyökeres” e que para isso será necessário “enfrentá-lo de uma forma física”. E deixou grandes elogios aos leões: “É uma das melhores equipas da Europa que comparo a Arsenal e Barcelona.” Um elogio que Amorim agradeceu, lembrando, porém, que no contexto europeu, são duas equipas que estão num patamar superior.”

nuno.fernandes@dn.pt

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