Ensaio sobre como fazer golos no Euro 2020 correu bem

A seleção nacional venceu Israel esta quarta-feira, em Alvalade, por 4-0, com dois golos de Bruno Fernandes, um de Cristiano Ronaldo e outro de João Cancelo.
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Depois do 0-0 com a Espanha era preciso saber se a seleção tem golo antes da partida para o Euro 2020... já amanhã. Israel foi tenrinho para o poder de fogo português. Portugal venceu por 4-0, num jogo em que fez 24 remates, nove deles enquadrados com a baliza.

E mesmo que o adversário de ontem, no Estádio José Alvalade, seja claramente inferior aos três que vai encontrar no europeu (Hungria, Alemanha e França) deu para Fernando Santos ver que o ataque está oleado, mas a precisar de manutenção continuada e progressiva.

O selecionador tinha avisado que os que jogaram com a Espanha não iam jogar frente a Israel... tirando um ou outro. Ou seja, tirando Pepe, Ronaldo e Diogo Jota. O selecionador nacional mudou oito peças no onze e até promoveu uma estreia absoluta na baliza, com a titularidade de Rui Silva... 51.º jogador a ser estreado por Fernando Santos desde outubro de 2014.

Como esperado Rúben Dias e João Cancelo entraram no quarteto defensivo, onde também foi testado Nuno Mendes à esquerda. No meio campo, o técnico quis ver como está a forma de William Carvalho, depois de 169 minutos jogados nos últimos dois meses, e juntou-o a Rúben Neves e Bruno Mendes. Na frente o trio esperado no Europeu: Bernardo Silva, Cristiano Ronaldo e Diogo Jota.

Apesar de algumas dificuldades a criação de jogo e no jogo interior, Portugal assumiu o domínio da partida desde o apito inicial. Aos 20 minutos, a seleção já devia a si própria dois ou três golos. Diogo Jota e Ronaldo nem sempre definiram bem, apesar do perigo e oportunidade de golo evidentes. Aos 36 minutos foi Martziano a evitar o golo do capitão português.

Portugal aumentou um pouco a intensidade e os últimos cinco minutos antes do intervalo mudaram completamente o filme da primeira parte, com dois golos de rajada. Aos 42 minutos, Bruno Fernandes inaugurou o marcador, depois de uma jogada bem desenhada e um cruzamento milimétrico.

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Dois minutos depois foi Cristiano Ronaldo a fazer o 2-0, de pé esquerdo. O capitão finalizou um lance de contra-ataque conduzido por Bruno Fernandes e com Diogo Jota a dar nas vistas pelo jogo sem bola... arrastando a marcação israelita.

Foi o golo 104 de CR7 em 175 jogos pela seleção - está agora a cinco de igualar o recorde mundial de Ali Daei - e deu alguma justiça ao marcador. Israel apenas teve um lance de algum perigo e não revelou muitos argumentos para incomodar a defesa portuguesa.

Se a primeira parte não foi brilhante, houve alguns bons apontamentos a retirar. A ala direita com Cancelo e Bernardo funciona a mil à hora, mas é preciso aparecer mais gente na zona de finalização... para além de Ronaldo e Diogo Jota.

Talvez por isso no segundo tempo, o selecionador tenha trocado o avançado do Liverpool por André Silva. O herdeiro da camisola 9 de Éder deu uma dinâmica interessante ao ataque, teve uma oportunidade de golo e fez com que Bruno Fernandes aparecesse mais na área.

Aos 60 minutos Bernardo Silva falhou a oportunidade de fazer o 3-0 na cara do guarda-redes. Depois o selecionador tirou Rúben Dias e Rúben Neves e fez entrar Danilo e João Moutinho. Logo a seguir saíram Ronaldo e William e entraram Gonçalo Guedes e Renato Sanches.

As mudanças renderam pouco... e quando o encontro parecia caminhar para alguma monotonia, João Cancelo fez um golaço. Aos 88 minutos, o lateral driblou um defesa e, de pé esquerdo, atirou colocado para dentro da baliza. Mais um golo de pé esquerdo no jogo.

Já o 4-0 foi assim: Gonçalo Guedes conduziu, André Silva afastou a muralha israelita e Bruno Fernandes atirou para mais um golaço. O médio do United foi mais eficaz aparecendo no corredor central, apesar de revelar alguma apatia na primeira parte, fruto de algum cansaço físico.

Portugal construiu de forma natural o resultado frente a um adversário bem mais fraco e pouco agressivo sobre a bola. Agora venham os jogos a sério.

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