Portugal vence a Áustria e sagra-se campeão mundial de sub-17 (veja o golo)
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Portugal vence a Áustria e sagra-se campeão mundial de sub-17 (veja o golo)

O único golo da vitória sobre a Áustria na final foi apontado pelo melhor marcador luso na competição, Anísio Cabral, aos 32 minutos.
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Portugal sagrou-se esta quinta-feira, 27 de novembro, campeão mundial de sub-17 em futebol, ao bater a Áustria na final disputada em Doha, no Qatar.

O único golo do encontro foi apontado pelo melhor marcador luso na competição, Anísio Cabral, aos 32 minutos. Foi o sétimo remate certeiro do avançado do Benfica na competição - apenas o austríaco Johannes Moser fez melhor (oito golos).

Mateus Mide eleito o melhor jogador e Romário Cunha o melhor guarda-redes

O português Mateus Mide foi considerado o melhor futebolista do Mundial de sub-17, conquistado de forma inédita pela seleção lusa, ao vencer na final a Áustria, por 1-0, no Qatar, enquanto Romário Cunha foi eleito melhor guarda-redes.

O médio do FC Porto Mateus Mide, autor de quatro golos e duas assistências, recebeu das mãos do espanhol Xavi Hernández o troféu de melhor jogador do torneio.

No pódio, Mide, de 17 anos, contou ainda com o austríaco Johannes Moser, melhor marcador da prova, no segundo lugar e com o defesa Mauro Furtado, do Benfica, eleito melhor jogador da final, em terceiro.

Nos oito jogos que disputou, o médio ofensivo dos ‘dragões’ marcou à Suíça, bisou frente a Marrocos e faturou ainda com a Nova Caledónia.

A bola de prata, atribuída ao segundo melhor marcador do torneio, foi para Anísio Cabral, avançado do Benfica que marcou o único golo da final, o seu sétimo na competição, e que apenas foi superado, na lista de melhores marcadores, por Johannes Moser, com oito.

Romário Cunha, do Sporting de Braga, venceu o troféu de melhor guarda-redes do Mundial de sub-17, categoria na qual Portugal já tinha sido campeão da Europa.

Atual campeã europeia, a seleção portuguesa já tinha assegurado a melhor participação de sempre na competição, superando o terceiro lugar de 1989, então disputado no escalão de sub-16, com o atual selecionador Bino Maçães no elenco luso.

Portugal chegou à final à quarta presença, em 20 edições, depois do terceiro lugar em 1989, na Escócia, e de ter sido eliminado nos quartos de final em 1995, no Equador, e 2003, na Finlândia.

A equipa das quinas tornou-se na 11.ª seleção campeã mundial no escalão, a sétima com um título, ao suceder à Alemanha, campeã em 2023, no historial, que continua a ser dominado pela Nigéria (1985, 1993, 2007, 2013 e 2015), com mais um cetro do que o Brasil (1997, 1999, 2003 e 2019).

Este é o terceiro título de campeão do mundo conquistado por Portugal, depois dos triunfos nos Mundiais de sub-20, em 1989, na Arábia Saudita, e 1991, em Portugal, em ambos os casos sob a orientação de Carlos Queiroz.

Apesar da derrota, a Áustria protagonizou a sua melhor campanha de sempre, depois de nas duas presenças anteriores, em 1997, no Egito, e em 2013, nos Emirados Árabes Unidos, não ter superado a fase de grupos, nem vencido qualquer dos seis jogos.

Portugal, que tinha como anterior melhor resultado no Mundial de sub-17 o terceiro lugar alcançado em 1989, na Escócia, quando a prova ainda tinha a designação de Mundial de sub-16.

Marcelo vai receber os campeões e projeta “auspicioso futuro”

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, confirmou que vai receber os jogadores e equipa técnica que conquistaram o Campeonato do Mundo de futebol de sub-17 e perspetivou um “auspicioso futuro” para os jovens campeões.

“O Presidente da República felicita calorosamente a equipa técnica, o presidente Pedro Proença e os dirigentes da Federação Portuguesa de Futebol pelo trabalho desenvolvido e a aposta efetuada na formação destes desportistas. Os campeões do mundo serão recebidos pelo Presidente da República após o seu regresso”, refere o comunicado publicado no sítio oficial da Presidência da República na Internet.

A nota divulgada refere que Marcelo Rebelo de Sousa acompanhou com “grande entusiasmo e emoção” a trajetória vitoriosa da seleção lusa até à conquista do título mundial sub-17, em Doha, no Qatar, e antecipou que os jogadores portugueses vão ter carreiras com “mais conquistas”.

“Após o título europeu conquistado em junho passado, os nossos jovens continuaram a deixar em campo uma imagem de muita entrega e trabalho, que permitiu trazer para Portugal o ambicionado troféu mundial e deixar-nos com a certeza de que veremos mais conquistas destes jogadores no seu auspicioso futuro”, realçou.

O Presidente da República já falou pessoalmente com o Presidente da FPF, Pedro Proença, que convidou o Chefe de Estado a estar presente na receção aos campeões do mundo na Cidade do Futebol, em Oeiras, agendada para sábado, às 14:30.

Montenegro louva “talento, ambição e esforço” da seleção lusa

O primeiro-ministro enalteceu o “talento, a ambição, o esforço, a garra e o sucesso” da seleção portuguesa de futebol sub-17.

Numa mensagem publicada na sua página oficial na rede social X, Luís Montenegro vincou que “os bravos jovens lusitanos” que se sagraram esta quinta-feira campeões mundiais mostram que o futuro de Portugal tem “tudo para ser grande”, também no futebol.

“Parabéns Portugal, campeões do mundo de Sub-17! Estes bravos jovens lusitanos mostram como, também no futebol, o futuro de Portugal tem tudo para ser grande. Talento, ambição, esforço, garra e sucesso”, escreveu.

Também a ministra da Cultura, Juventude e Desporto, Margarida Balseiro Lopes, se pronunciou sobre o feito alcançado pelo conjunto liderada pelo selecionador Bino Maçães, tendo enaltecido “um espírito de equipa que orgulha todo o país”.

“Portugal é campeão do mundo de futebol sub-17! Um feito histórico, conquistado com talento, determinação e um espírito de equipa que orgulha todo o país. Muitos parabéns a todos os que contribuíram para esta conquista”, escreveu, na sua página oficial na mesma rede social.

Capitão Ronaldo lidera onda de parabéns de internacionais portugueses

Cristiano Ronaldo apelidou de “gigantes” os ‘miúdos’ que conquistaram hoje para Portugal o título mundial de sub-17, com o capitão a ser um dos vários internacionais ‘AA’ portugueses que enalteceram o feito inédito dos jovens futebolistas.

"Gigantes. Parabéns, campeões do mundo", escreveu o avançado de 40 anos nas suas redes sociais.

Se João Neves, Rafael Leão, Diogo Dalot, João Palhinha ou Rúben Dias partilharam a publicação da FIFA e da Federação Portuguesa de Futebol que dava conta do feito nacional, Vitinha foi mais longe: “O futuro é vosso”, escreveu.

“Parabéns, rapazes. Orgulho de Portugal”, acrescentou o médio, que na quarta-feira esteve em destaque na vitória do Paris Saint-Germain sobre o Tottenham (5-3), na Liga dos Campeões, ao assinar o primeiro hat-trick da carreira.

Bruno Fernandes, por sua vez, publicou um vídeo dos festejos dos jovens lusos, agradecendo “aos campeões do mundo”.

Carlos Queiroz enaltece “vitória extraordinária” de Portugal

O treinador português Carlos Queiroz considerou que o título mundial sub-17 conquistado no Qatar é uma “vitória extraordinária” da seleção portuguesa e uma “demonstração de talento, coragem, disciplina e identidade” do futebol luso.

Queiroz foi o selecionador campeão mundial de sub-20 por Portugal, em 1989, na Arábia Saudita, e em 1991, na competição organizada em solo luso, e enalteceu o trabalho dos jogadores e da equipa técnica liderada por Bino Maçães que permitiu à equipa das ‘quinas’ conquistar novo título mundial, 34 anos depois.

“Quero deixar uma palavra muito especial ao Bino, à sua equipa técnica, e a todos estes jovens campeões do mundo sub-17, pela vitória extraordinária, demonstração de talento, coragem, disciplina e identidade do futebol português”, afirmou o selecionador do Omã, através de uma publicação na sua página oficial na rede social Instagram.

Responsável pela seleção AA de Portugal entre 1991 e 1993 e entre 2008 e 2010, Carlos Queiroz realçou que “valeu a pena todo o esforço e todo o atrevimento inovador” nas décadas anteriores rumo “a um futuro sempre melhor, mais alto, mais digno”.

“Sinto um orgulho pessoal imenso por esta ‘geração de ouro’ insigne, da qual o Bino faz parte, uma dinastia de jogadores, treinadores e dirigentes, a elevar a nossa competência aos mais altos patamares do futebol mundial”, acrescentou.

Grato por um êxito que considera “hoje personalizado” em Bino Maçães, o treinador, de 72 anos, apelou a que Portugal “continue a produzir, a apoiar e a valorizar verdadeiras dinastias de talento e de grandes profissionais”, dignificando quem contribui para a história do futebol português.

“Que sejam dignificados, com honra e respeito, todos aqueles que contribuíram para a história do futebol português, tendo sempre a coragem de não se submeterem e subverterem aos interesses de quem apenas se serve do futebol para alimentar a sua parca existência”, salientou.

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