Portugal quer voltar a ter a Volta a Espanha em bicicleta em 2025
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Portugal quer voltar a ter a Volta a Espanha em bicicleta em 2025

A intenção foi revelada pelo secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, durante a apresentação das etapas da Vuelta que vão passar em Castelo Branco.
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Portugal está interessado em voltar a receber no próximo ano, pela terceira vez, etapas da Volta a Espanha em bicicleta, revelou esta terça-feira o secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado.

Durante a apresentação das duas etapas que vão passar em agosto por 17 municípios de baixa densidade, em Castelo Branco, o governante manifestou o desejo de a prova ter novamente tiradas no país.

"Portugal está na corrida para a Vuelta em 2025", disse Pedro Machado, durante a sua intervenção, após Luís Castro, representante no país da entidade organizadora, a Unipublic, ter anunciado que havia sete países interessados este ano em terem o arranque da Volta a Espanha em bicicleta.

Pedro Machado sublinhou a importância turística para Portugal de atrair grande eventos e mencionou que, no programa do Governo, existe uma medida específica nesse sentido.

"É um evento em que procuramos previsibilidade e continuidade. Isso para um país que se quer projetar, que quer manter um pelotão a este ritmo, temos de garantir que estas provas não são episódicas, são provas que podemos captar", realçou o secretário de Estado do Turismo.

Segundo Pedro Machado, Portugal tem de ter eventos emblemáticos que tragam pessoas ao país todo o ano.

"Em particular no interior e na Vuelta, tem esta dimensão generalista, mas nós queremos continuar esta política de captação dos grandes eventos", reforçou o governante.

Pedro Machado acredita existir abertura nesse sentido, embora tenha acentuado que ainda se está na fase de promoção da Vuelta deste ano, que vai passar por quatro distritos e 21 concelhos.

"Há mais municípios que gostariam de poder contar também com esta passagem da Vuelta. Este ano de 2024 foi possível estabilizar esta plataforma com estes. Quiçá se em 2025 não temos novidades", acrescentou o secretário de Estado do Turismo.

Vuelta é "grande pedalada" na promoção dos territórios onde passa

A passagem de três etapas da Volta a Espanha em bicicleta por Portugal representa para os municípios "uma grande pedalada para a promoção do território", disse o autarca de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues.

Leopoldo Rodrigues manifestou-se entusiasmado e expectante com o retorno financeiro, imediato e a prazo, disse serem esperados "dezenas de milhares de espetadores" também espanhóis, tendo em conta que é um concelho fronteiriço, e acrescentou que o desejo é que quem se desloque ou veja as imagens televisivas "opte no futuro por desfrutar do que Castelo Branco tem para oferecer".

"Toda a região envolvente à Lousã vai sentir os efeitos positivos imediatos e diretos", salientou o autarca local, Luís Antunes, para quem La Vuelta "extravasa muito significativamente a dimensão desportiva" pela dimensão da caravana, de 3500 pessoas que se estima gastem diariamente por onde passam 500 mil euros, além de a prova ser transmitida para 190 países e ser vista por 500 milhões de telespetadores.

Segundo Luís Antunes, a Volta a Espanha é "um veículo de promoção e de valorização, desde logo em termos turísticos, e junto daquele que o principal mercado externo, o espanhol".

O presidente da Câmara de Ourém, Luís Albuquerque, destacou o alcance mediático da Vuelta e frisou que "não é fácil conseguir fazer esta promoção se não fosse através de uma prova desta envergadura".

As dez mil camas do município estão lotadas e o edil vincou que o maior retorno "é a promoção do território".

O secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, acentuou os "números avassaladores" da Volta a Espanha e a forma como vai permitir mostrar "um país inteiro", não apenas a capital, contribuir para a "estratégia de desenvolvimento turístico do país", para que seja "mais equilibrado" e a prova contribua para a "vantagem competitiva" de Portugal no setor, que ambiciona seja reforçado como um negócio "sustentado e sustentável".

O presidente do Turismo de Portugal, Carlos Abade, enfatizou a capacidade de a Vuelta "alavancar a coesão territorial" e espera que seja "protagonista de geração de riqueza".

Raul Almeida, do Turismo do Centro, sublinhou o papel do evento na "dinâmica que traz aos concelhos" por onde passa e a visibilidade em todo o mundo, mas nomeadamente em Espanha, "um mercado importantíssimo".

O diretor-geral da Vuelta, Javier Guillen, destacou que a saída de Portugal contribui para "engrandecer" a competição, frisou que vai ser mostrada "a diversidade do país", que a prova é "geradora de riqueza" e também uma plataforma de comunicação que "conta histórias" dos territórios ao longo das 21 etapas.

A 79.ª Volta a Espanha arranca em 17 de agosto, com um contrarrelógio de 12 quilómetros entre Lisboa e Oeiras. A segunda etapa ligará Cascais a Ourém, no total de 191 quilómetros, com a última tirada em solo nacional, a terceira, a percorrer 182 entre Lousã e Castelo Branco.

A prova terminará em 8 de setembro, em Madrid.

Esta será a segunda vez que a competição começa em Lisboa, depois de o mesmo ter acontecido em 1997, para promover a Expo98, que se realizou na capital portuguesa, e é a quinta vez que tem a etapa inaugural fora de Espanha.

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