Pesadelo da descida abate-se sobre Paços de Ferreira e Estoril
Castores e canarinhos voltam ao segundo escalão, treze e seis anos depois, respetivamente. V. Setúbal garantiu permanência com vitória sobre o Tondela, mas Couceiro anunciou a saída
Cinco equipas entraram para a última jornada com possibilidades de descer de divisão e esse cenário de pesadelo tocou a Paços de Ferreira e ao Estoril, clubes que estavam na I Liga há treze e seis anos, respetivamente.
A única equipa que não dependia apenas de si para se salvar, o Vitória de Setúbal, acabou por permanecer e até foi a primeira a faturar durante a tarde. Depois de ter marcado um golo invalidado por fora de jogo pelo videoárbitro aos nove minutos, André Pereira colocou os sadinos em vantagem sobre o Tondela aos 23", para festa do Estádio do Bonfim.
Por essa altura, Paços de Ferreira e Estoril ocupavam virtualmente a zona de despromoção e por lá se mantiveram até ao apito final, que ditou a descida de castores e canarinhos à II Liga. Esse cenário foi ficando reforçado pelo que ia acontecendo no Algarve, pois o Portimonense ficou em vantagem diante dos pacenses aos 28 minutos e não mais deixou de estar.
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Feirense-Estoril, 0-0
A partida de Santa Maria da Feira estava envolta em contornos dramáticos, pois estava tudo em aberto para Feirense e Estoril à entrada para o desafio: descida dos estorilistas, dos fogaceiros, de ambos ou de nenhum.
Num jogo intenso e emotivo, foi o Estoril que teve mais iniciativa de jogo, mas a defesa do Feirense, apesar de demonstrar alguma ansiedade, conseguiu travar o ímpeto da equipa de Ivo Vieira.
O perigoso empate, que teria atirado as duas equipas para o segundo escalão caso o Paços de Ferreira tivesse vencido em Portimão, acabou por ser motivo de festejos para a turma de Nuno Manta Santos, que vai para a terceira presença consecutiva na I Liga, e de lágrimas para a de Ivo Vieira.
V. Setúbal-Tondela, 1-0
Uma vitória podia não ser suficiente para os sadinos e o empate até bastar, dependendo do que acontecesse nos outros estádios. Contudo, o emblema setubalense entrou decidido e depois de um falso alarme inaugurou o marcador a meio da primeira parte.
Os vitorianos passaram por algumas dificuldades, apesar de o Tondela estar a jogar para cumprir calendário, mas seguraram o triunfo e receberam boas notícias de Portimão e Santa Maria da Feira.
O V. Setúbal volta a sobreviver num patamar em que permanece desde 2004-05, mas ao que tudo indica sem José Couceiro, que após o jogo de ontem anunciou que não sentia ter condições para continuar e revelou que José Mourinho tinha enviado uma mensagem a dar força à equipa.
Portimonense-P. Ferreira, 3-1
Tal como o Tondela, o Portimonense também jogava apenas para cumprir calendário, mas despediu-se da I Liga com uma vitória que marcou a despedida em beleza do capitão Ricardo Pessoa (ao cabo de 426 partidas pelos algarvios) e o regresso do Paços de Ferreira à II Liga.
A equipa de Vítor Oliveira adiantou-se no marcador aos 28 minutos, por Pires, o mesmo homem que dilatou a vantagem aos 77". O experiente médio Rúben Micael ainda reduziu para os pacenses aos 88", mas Wellington deu tranquilidade aos homens de Portimão já em tempo de compensação.
O Paços acabou por ser despromovido numa época em que teve três treinadores. V. Setúbal e Feirense, que só tiveram um, ficaram entre a elite.
Benfica-Moreirense, 1-0
Só uma combinação de resultados bastante desfavorável podia fazer cair o Moreirense, que tinha a espinhosa missão de jogar em pleno Estádio da Luz e com um Benfica a precisar de vencer para chegar ao segundo lugar, o que veio a confirmar-se. Os minhotos resistiram 52 minutos, mas um penálti convertido por Jonas deu o triunfo aos encarnados. Contudo, as boas notícias chegavam de Santa Maria da Feira e Portimão. "Nunca festejei tanto uma derrota", disse Petit.