O Presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Pedro Proença e também Helena Pires, CEO da instituição, e o Secretário-geral Rui Caeiro passaram a integrar três Comissões permanentes da FIFA para o ciclo 2025-2029. Os cargos foram assumidos após nomeação e em declarações ao DN, o Presidente federativo afirmou que as escolhas dos nomes “representam o reconhecimento natural do estatuto que o futebol português conquistou dentro e fora do campo. Portugal tem hoje uma presença consistente nos grandes palcos competitivos, apresenta resultados objetivos, como ficou bem demonstrado em 2025, com seis finais disputadas e cinco títulos conquistados. É absolutamente normal que essa afirmação desportiva seja acompanhada por uma representação institucional à altura”.Proença passa a fazer parte do Men's National Team Competitions Committee, órgão responsável pela supervisão e desenvolvimento das competições masculinas da FIFA. Trata-se de uma Comissão que irá trabalhar na definição de calendários, formatos e estratégias globais para os próximos quatro anos. Por este motivo o líder da FPF quis deixar claro que “Não se trata apenas de influência no sentido político do termo, mas sim de contributo qualificado, de conhecimento, de credibilidade e de capacidade de trabalho. A presença de portugueses nestes órgãos reforça a voz de um futebol que hoje é respeitado, ouvido e valorizado internacionalmente”.No caso de Helena Pires, integra o Media and Communications Committee, reforçando a presença feminina portuguesa num dos setores estratégicos para a modernização da imagem e comunicação da FIFA. Rui Caeiro passa a fazer parte da estrutura que acompanha e organiza as competições jovens da FIFA – o Youth Boys Competitions Committee.“São cargos adequados porque correspondem às competências, à experiência e ao percurso dos nomeados. A FIFA precisa de quadros preparados, com visão estratégica, conhecimento do jogo e capacidade de intervenção concreta, e Portugal tem hoje recursos humanos altamente qualificados para essas funções”, continuou Pedro Proença, quando questionado sobre se estes são os cargos ideais para os dirigentes portugueses e se houve negociações com Gianni Infantino, o Presidente da FIFA, para cada uma destas nomeações: “Não houve qualquer negociação no sentido político do termo. Houve diálogo institucional, respeito mútuo e reconhecimento do trabalho feito. O presidente da FIFA, como qualquer líder responsável, olha para os factos: um ano absolutamente marcante como foi 2025, um futebol português presente em seis finais, vencedor em cinco, uma afirmação clara nos rankings internacionais e uma Federação que trabalha com rigor e responsabilidade. O regresso à estrutura da FIFA é a sequência normal desse percurso”.Com esta nova fase, Portugal acaba por consolidar o estatuto no panorama internacional e volta a contribuir mais ativamente para a construção do futuro do futebol mundial.Quando Pedro Proença foi eleito Presidente da FPF, não conseguiu os votos suficientes para ser eleito para o Comité Executivo. Na altura, gerou-se uma forte polémica com o seu antecessor, Fernando Gomes. Agora, confrontado com o facto de se poder ou não ter sido reposta a justiça, o Presidente da Federação respondeu: “O que aconteceu no passado recente pertence a um contexto específico, com contornos que todos conhecemos e que não importa escalpelizar. Convém recordar que já era reconhecido nas instâncias internacionais entanto árbitro. Fui o primeiro português a presidir uma instituição internacional, no caso a European Leagues, fruto do trabalho realizado durante dez anos na Liga Portugal e que conduziu à recuperação, a todos os níveis, da instituição, e estive no Comité Executivo da UEFA até ao início deste ano. Aquilo que, no fundo, hoje está em causa é o regresso do futebol português às estruturas de decisão internacionais de forma natural, serena e sustentada no mérito”.E, por isso, as nomeações “não servem para “corrigir” nada, servem para repor a normalidade e realçar a evidência da nossa qualidade. Um futebol com os resultados, a consistência e a projeção internacional que Portugal tem, não podia ficar afastado destes espaços. Trata-se de justiça no reconhecimento do valor objetivo do nosso futebol e do trabalho desenvolvido pela Federação Portuguesa de Futebol, assente numa nova cultura de vitória, maior profissionalismo e uma afirmação clara nas competições internacionais”, concluiu.