Onze maratonas depois, Jessica já sabe o que é vencer lá fora
Jessica Augusto, de 35 anos, venceu ontem a Maratona de Hamburgo, na Alemanha, garantindo desta forma os mínimos para os Mundiais de 2017, que se vão disputar em Londres no verão. A portuguesa correu a distância em 2.25.30 horas, mas não conseguiu bater a sua melhor marca pessoal (2.24.25), um dos objetivos que assumiu nos dias que antecederam a prova.
Esta foi a primeira vitória internacional da atleta do Sporting, que conseguiu finalmente triunfar na sua 11.ª maratona, ela que se estreou nesta distância em 2011, em Londres, e o melhor que tinha alcançado até aqui tinham sido dois terceiros lugares. "Feliz por ter vencido pela primeira vez uma maratona! A maratona de Hamburgo ficará marcada para sempre na minha carreira. Foi uma superação contra as adversidades do tempo. Agora vou descansar e desfrutar os próximos dias ao lado dos que amo. Obrigada a todos pelo apoio. Acredito muito em mim... Muito no que ainda está para vir...", escreveu a atleta na rede social Instagram.
"Estamos muito felizes. Foi uma vitória histórica, pois foi a primeira vez que a Jessica ganhou uma maratona internacional na carreira. A vitória é espetacular. Ela esperava uma marca ligeiramente melhor. As condições atmosféricas não ajudaram, mas não deixa de ser um resultado de grande nível. É um triunfo muito significativo porque tinha como adversárias um lote de atletas de grande nível, o que valoriza ainda mais este resultado", elogiou Carlos Silva, diretor técnico de atletismo do Sporting, em declarações ao site do clube.
Jessica Augusto mostrou que era a grande candidata ao triunfo em Hamburgo, cortando a meta 4.17 minutos antes da etíope Megertu Ifa e 5.03 minutos antes da queniana Viola Kibiwot.
Mary Keitany brilha em Londres
Ontem realizou-se também a Maratona de Londres, numa prova marcada pelo triunfo da queniana Mary Keitany, que conseguiu a segunda melhor marca de sempre na distância e um novo recorde mundial numa corrida em que a partida foi dada em separado dos homens.
Keitany gastou 2.17.01 horas para vencer pela terceira vez na capital inglesa, naquela que é a segunda melhor marca da história, apenas atrás da alcançada em 2003 pela britânica Paula Radcliffe (2.15.25), igualmente em Londres, mas numa corrida em que as provas femininas e masculinas tiveram partidas simultâneas.
A etíope Tirunesh Dibaba, tricampeã olímpica em provas de pista, foi segunda com 2.17.56 horas, que é a terceira melhor marca da história. Na terceira posição, já longe do duo da frente, chegou a etíope Aselefech Mergia, com um tempo de 2.23.08 horas.
Na prova masculina, o queniano Daniel Wanjiru venceu, com a terceira melhor marca do ano, em 2.05.48 horas, à frente do etíope Kenenisa Bekele (2:05.57) e do seu compatriota Bedan Keroki (2:07.41). Ainda na Maratona de Londres destaque para a medalha de prata conquistada pelo luso-argentino Gabriel Macchi, na prova integrada na Taça do Mundo do Comité Paralímpico Internacional (IPC). Macchi, que competiu na categoria T11/12 (deficiência visual), terminou em 2.39.38 horas, atrás do japonês Shinya Wada (2.34.59 horas). "Para mim, é excelente. Um pódio aqui na Taça do Mundo é excelente, é um lugar de excelência no alto rendimento. É a primeira medalha de prata que tenho na minha carreira, já tinha três de bronze", disse o atleta à agência Lusa. Na mesma categoria, Jorge Pina terminou em quarto lugar, em 2.43.11 horas, e Joaquim Machado em quinto lugar, em 2.46.58 horas.