O sonho do Desp. Aves está vivo, mas o do Caldas ainda não morreu

Equipa de José Mota venceu pela margem mínima (1-0, golo de Nildo Petrolina) e vai jogar ao Campo da Mata na 2.ª mão
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O Jamor está a um jogo de distância, mas uma das equipas vai ter de acordar do sonho no dia 18 de abril, quando o Desp. Aves visitar o Caldas, no jogo da segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal. Ontem, no primeiro duelo, a equipa da I Liga venceu, mas pela margem mínima (1-0), o que permite aos amadores do Campeonato de Portugal sonhar em dar a volta à eliminatória no Campo da Mata, um palco onde nesta edição já caíram equipas como Olímpico Montijo, o Arouca, a Académica e o Farense.

Fechar lojas, tirar férias ou pedir dispensas das aulas foram as soluções encontradas por cerca de 1500 adeptos do Caldas, que encheram 17 autocarros, rumo à Vila das Aves, para assistir ao jogo da Taça de Portugal. O acontecimento não era para menos. É a primeira vez que o clube das Caldas da Rainha chegou tão longe na prova e a final é um sonho que nunca esteve tão perto.

O entusiasmo das bancadas tomou conta dos jogadores da equipa sensação da Taça de Portugal, que entrou a todo o gás no jogo com o Desp. Aves. Tarzan, a estrela do Caldas, deu o primeiro aviso logo no primeiro minuto de jogo e aos cinco foi Pedro Emanuel a levar o perigo à baliza de Quim.

Uma entrada fulgurante dos homens das Caldas que serviu para mostrar as intensões da equipa e colocar o Aves em sentido. Só aos 20 minutos a formação de José Mota chegou perto da área de Luís Paulo e aos 23 o árbitro marcou grande penalidade a favor do Aves. Chamado a marcar, Paulo Machado falhou a oportunidade de adiantar a equipa no marcador. O médio viu Luís Paulo travar o remate da linha dos 11 metros e na recarga atirou muito por cima da baliza.

Pouco depois, nova penalidade contra o Caldas. Desta vez foi Nildo Petrolina a assumir a responsabilidade e colocar o Aves a vencer pouco antes do intervalo.

No segundo tempo, a equipa de José Mota fez-se valer da experiência e da mais-valia de alguns atletas para mandar no jogo apesar da boa réplica dos amadores do Caldas. A equipa do Campeonato de Portugal viu Quim evitar o empate por duas ocasiões e reclamou de uma grande penalidade que ficou por assinalar aos 73 minutos por braço na bola. Gonçalo Martins pediu a ajuda do VAR e considerou que foi bola no braço e não braço na bola e por isso mandou jogar.

Ainda meio atordoado com o lance e os protestos, o Caldas viu o Aves sair em contra-ataque e quase fazer o 2-0. Valeu mais uma grande defesa de Luís Paulo, o guarda--redes natural das Caldas da Rainha, que segurou a derrota pela margem mínima, cumprindo assim a missiva do treinador José Vala, que tinha pedido um resultado que permitisse levar a decisão da eliminatória para as Caldas da Rainha.

Talvez por isso, no final, e apesar da derrota, os adeptos tenham feito a festa juntamente com a equipa - celebraram a presença nas meias--finais, algo inédito na história do clube. Tal como o Caldas, também a equipa da Vila das Aves procura ir ao Jamor pela primeira vez e por isso o jogo da segunda mão será histórico para ambos os emblemas, mas um será mais feliz do que o outro, com um lugar na final.

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