Noronha Lopes apresenta candidatura à presidência do Benfica e pede eleições antecipadas
João Noronha Lopes apresentou esta quinta-feira, formalmente, a candidatura à presidência do Benfica, tendo escolhido como palco da cerimónia o ringue da Junta de Freguesia de Benfica, espaço que foi demasiado pequeno para acolher os apoiantes do ex-CEO da McDonald’s em Portugal.
Apoiado por ilustres benfiquistas como Manuel Vilarinho, Nuno Gomes, Ricardo Araújo Pereira, Vítor Paneira, Manuel Cardoso, Pedro Ribeiro, Vasco Mendonça e Raquel Vaz-Pinto, o candidato pediu ao presidente Rui Costa para marcar eleições antecipadas. “Falhámos desportivamente, financeiramente, institucionalmente. Os últimos quatro anos adiaram o Benfica. Tenho esperança de ver em Rui Costa, antes de que termine o mandato, um movimento de grandeza como aqueles que demonstrava em campo, convocando eleições antecipadas. A hora da mudança está a chegar e passa por aqui. Não sou nem nunca serei um candidato de protesto, sou um candidato de futuro. Se tivermos de disputar eleições amanhã, estou preparado para vencer e começar a liderar o Benfica no dia seguinte”, discursou.
Apresentado como “o próximo presidente do Sport Lisboa e Benfica”, Noronha Lopes dirigiu-se à multidão com um “boa tarde, Benfica” e garantiu que esta candidatura “não é o prolongar da campanha de 2020 e muito menos um acerto de contas com alguém”. “Sou um benfiquista livre, não sou empurrado por ninguém, não aguardo que outros decidam para decidir. Sou senhor do meu destino”, prosseguiu.
“Apresento-me a eleições com uma enorme alegria e a vontade inabalável de ajudar a construir, com a minha própria alma, a catedral rubra da alma do Benfica. Sim, sou o sócio 5001 e sou candidato à presidência do Sport Lisboa e Benfica. Quero ser o vosso 25.º presidente”, acrescentou o gestor de 58 anos, que comparou as circunstâncias “do Benfica de Rui Costa em 2025” e as “do Benfica de Luís Filipe Vieira em 2020”, ano em que se candidatou pela primeira vez à presidência do clube.
“Tal como o Benfica de Vieira já não servia ao Benfica que desejávamos, este Benfica de Rui Costa também não serve ao Benfica que desejamos. Nós, os adeptos, estivemos juntos em Arouca, nas Aves, em Faro, no Estoril. Abraçámos o autocarro quando chegou e embalámos os jogadores até ao fim. Não foi por falta de apoio dos adeptos que o Benfica não ganhou. Seria bom que Rui Costa reconhecesse isso. Os sócios deram as condições ideais para fazer o melhor possível e essa oportunidade foi desperdiçada”, vincou, que não poupou nas críticas à atual direção: “Infelizmente, o melhor possível deste mandato foi muito pouco. Digo-o com pena, mas não gostamos de quando se instala uma cultura de derrota e, perante adversários enfraquecidos, apresentamos os piores resultados desportivos da nossa história. Não podemos aceitar uma gestão desportiva errática e desastrosa. Ganhamos menos do que os nossos rivais gastando mais e pior. Perdemos identidade e referências. Somos bons a formar, rápidos a vender e maus a contratar.”
João Noronha Lopes é um dos três candidatos já anunciados ao escrutínio que deverá decorrer em outubro. Os outros são Cristóvão Carvalho e João Diogo Manteigas.
Além destes três nomes, Marco Galinha admitiu em janeiro a possibilidade de avançar para uma candidatura, ainda que, até ao momento, não a tenha oficializado.
Martim Mayer é outro nome que tem sido avançado como potencial concorrente ao próximo ato eleitoral.
O atual presidente do Benfica, Rui Costa, foi eleito para o cargo em 10 de outubro de 2021, quando derrotou Francisco Benítez nas urnas, para suceder a Luís Filipe Vieira, que liderava o clube lisboeta desde 2003, mas que acabou por renunciar ao cargo face ao envolvimento no processo ‘Cartão Vermelho’, sendo substituído interinamente pelo ex-futebolista e então vice-presidente.
No escrutínio de há quatro anos, Rui Costa foi eleito presidente do Benfica com 84,48% dos votos, contra os 12,24% de Francisco Benítez, no ato eleitoral mais concorrido da história do clube benfiquista, com 40.085 votantes.