Começa a ganhar forma a transferência de Rodrigo Mora para o Al Ittihad. Embora tenha atualmente o estatuto de suplente do FC Porto e ainda não seja internacional A, o talento do criativo português de 18 anos levou o campeão saudita a apresentar uma proposta de 63 milhões de euros por 90% dos direitos desportivos do jogador, de acordo com o especialista em transferências Fabrizio Romano.A oferta ficou aquém das exigências dos dragões, que apontam para a cláusula de rescisão de 70 milhões, mas o facto de serem apenas sete milhões a separar ambas as partes é um indicador de que a saída poderá estar iminente. Tanto assim é que o internacional sub-21 português se mostrou emocionado após a goleada de domingo dos portistas sobre o Casa Pia (4-0) e foi inclusivamente confortado por companheiros de equipa, num aparente sinal de despedida.Seja pelos 63 milhões que o Al Ittihad está (para já) disposto a dar ou pelos 70 milhões que o FC Porto exige receber, a transferência, a concretizar-se, baterá uma série de recordes.Para começar, será a venda mais cara de sempre dos dragões, batendo os 60 milhões que os azuis e brancos receberam do Al Nassr por Otávio em agosto de 2023 e do Manchester City por Nico González em janeiro deste ano.Depois, tornar-se-á no jogador com 18 ou menos anos mais caro de sempre, superando os 62 milhões que o Manchester United pagou pelo central Leny Yoro ao Lille há um ano. Pode entrar para o pódio sauditaCaso Rodrigo Mora venha mesmo a juntar-se à equipa orientada por Laurent Blanc e onde atuam jogadores como N’Golo Kanté, Fabinho, Karim Benzema, Steven Bergwijn, Moussa Diaby ou o português Danilo Pereira, entrará ainda no top 5 das transferências mais caras de sempre do campeonato saudita. O primeiro lugar do brasileiro Neymar, que custou ao Al Hilal e rendeu ao PSG 90 milhões de euros em agosto de 2023, e o segundo do avançado colombiano Jhon Durán, comprado pelo Al Nassr ao Aston Villa por 77 milhões em janeiro deste ano, manter-se-ão intocáveis. Mas o negócio poderá superar os 68,25 milhões pagos recentemente pelo Al-Qadsiah à Atalanta pelo avançado italiano Mateo Retegui, que fecha o pódio de aquisições sauditas. Depois deste trio, só transferências abaixo dos 63 milhões de euros que o Al Ittihad propôs ao FC Porto.No que concerne às transferências mais caras do futebol português, Mora não chegará perto dos 127 milhões que o Atlético Madrid pagou ao Benfica por João Félix em julho de 2019 nem aos 121 milhões que o Chelsea deixou nos cofres da Luz em janeiro de 2023 e não superará os 85 milhões pagos pelo Liverpool ao Benfica por Darwin Núñez em julho de 2022 nem os 71,6 milhões que o Manchester City investiu na compra do passe de Rúben Dias aos encarnados em setembro de 2020. Porém, caso as exigências do FC Porto venham a ser satisfeitas, o negócio terá entrada direta no top 5, batendo a venda de Viktor Gyokeres do Sporting para o Arsenal (65,8 milhões), a de Gonçalo Ramos do Benfica para o PSG (65 milhões em 2024) e a de Bruno Fernandes do Sporting para o Manchester United (65 milhões em janeiro de 2020).Mas mesmo que se a transferência se faça pela proposta oficial que o Al Ittihad já apresentou, estará entre os dez maiores encaixes de um clube português. De estrela ao bancoHá muito apelidado de uma das joias da coroa da formação do FC Porto, tornou-se em janeiro de 2023 no mais jovem jogador de sempre a atuar na II Liga, quando foi lançado na equipa B portista por António Folha aos 15 anos, oito meses e dez dias. E no ano seguinte agudizou ainda mais o apetite com os cinco golos e duas assistências com que ajudou a seleção portuguesa de sub-17 a atingir a final do Campeonato da Europa.A entrada na equipa principal, há muito reclamada, aconteceu há cerca de um ano pela mão de Vítor Bruno, mas foi às ordens de Martin Anselmi que se tornou na estrela da equipa. Feitas as contas, somou onze golos e quatro assistências em 35 jogos na época passada e foi inclusivamente convocado pelo selecionador nacional Roberto Martínez para os jogos da final four da Liga das Nações, em junho, já depois de ter renovado até 2030.Para esta temporada esperava-se uma explosão ainda mais acentuada, mas a chegada de Francesco Farioli e a implementação do 4x3x3 deixaram-no sem espaço no onze. Nem no domingo, num jogo no qual o FC Porto se apresentou sem Pepê, Mora foi titular. Foi suplente utilizado nos dois últimos encontros, nos quais amealhou um total de apenas 44 minutos em campo.