Ministério Público espanhol pede quatro anos e nove meses de prisão para Ancelotti por fraude fiscal
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Ministério Público espanhol pede quatro anos e nove meses de prisão para Ancelotti por fraude fiscal

Procuradoria Provincial de Madrid acusa treinador de ter omitido rendimentos correspondentes à exploração dos seus direitos de imagem, que tinha transferido para outras entidades.
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A Procuradoria Provincial de Madrid pediu quatro anos e nove meses de prisão para o treinador Carlo Ancelotti, por ter fraudado o erário público espanhol em 1 062 079 euros nos anos de 2014 (386 361 euros) e 2015 (675 718 €), aquando da sua primeira passagem pelo Real Madrid.

O representante do Ministério Público acusa-o de dois crimes contra o fisco, pois apesar de o técnico italiano ter declarado residência fiscal espanhola em Espanha e indicado que vivia em Madrid, só declarou as remunerações recebidas pelo Real Madrid e omitiu os rendimentos correspondentes à exploração dos seus direitos de imagem, que tinha transferido para outras entidades.

A acusação indica que, embora o treinador tenha terminado antecipadamente a ligação ao Real Madrid a 25 de maio de 2015, apesar de ter contrato por mais um ano, teve a casa alugada até outubro desse ano, pelo que durante 2015 “Espanha foi o seu principal centro de relações pessoas e de interesses económicos”.

O Ministério Público acusa Ancelotti de ter recorrido a uma rede “complexa” e “confusa” de trustes e empresas intermediárias para canalizar a arrecadação dos direitos de imagem, tendo simulado a transferência desses direitos de imagem para entidades “sem atividade real” fora de Espanha.

Segundo o MP espanhol, o treinador assinou um contrato a 1 de julho de 2013 no qual cedeu os direitos de imagem à entidade Vapia Limited por um período de dez anos e pelo preço de 25 milhões de euros, tendo a entidade nomeado Ancelotti o seu representante um dia depois, “concedendo-lhe poderes máximos para gerir os próprios direitos de imagem”. Posteriormente, foi formalizado um anexo ao contrato que alterou a duração do acordo, reduzindo-o para três anos, e o preço da aquisição dos direitos de imagem, que passou a ser um milhão de euros. 

Paralelamente, Ancelotti terá cedido 50 por cento dos seus direitos de imagem ao Real Madrid entre 5 de julho de 2013 e 30 de junho de 2016, enquanto os outros 50 por cento eram detidos por uma empresa “não identificada” e “indeterminada” que agia em representação do treinador, que acabou por ser a Vapia LLP, sediada em Londres, e não a Vapia Limited, constituída nas Ilhas Virgens, o que só foi comunicado ao clube da capital espanhola um ano depois.

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