Mbappe e treinador riram da ideia de viajar de comboio e a França não perdoou

Equipa viajou de avião entre Paris e Nantes, numa distância de apenas 380 quilómetros que levaria duas horas a cumprir de TGV

O gigante do futebol francês Paris Saint-Germain (PSG) está sob uma chuva de críticas, depois de o técnico Christophe Galtier e o craque Kylian Mbappé terem ridicularizado a sugestão de viajar de comboio em vez de utilizar aviões particulares para viagens de curta distância, como aquela que fizeram no último jogo da Liga francesa, até Nantes, que fica a modestos 380 quilómetros de Paris.

O clube, propriedade do Qatar, gabou-se nas redes sociais de ter feito a viagem de regresso com a Qatar Airways, um dos principais patrocinadores, despertando reações críticas devido à pegada de carbono.

"Paris-Nantes fica a menos de duas horas de TGV", disse Alain Krakovitch, diretor dos comboios de passageiros de alta velocidade TGV da empresa ferroviária estatal SNCF, no Twitter.

"Renovo a proposta de oferta de TGV adaptada às suas necessidades específicas em linha com nossos interesses comuns - segurança, velocidade, serviços e ecomobilidade", acrescentou.

Mas durante a conferência de imprensa de segunda-feira, antes do jogo em casa dos parisienses na Liga dos Campeões contra a Juventus, Galtier fez pouco caso das críticas, enquanto Mbappé se dobrou em risadas descontroladas ao lado dele em aparente incredulidade com a controvérsia.

"Conversaremos com os nossos organizadores de viagens com antecedência para ver se podemos viajar de iate de praia", disse Galtier, sobre os buggies de praia à vela populares em certas praias francesas.

"Sr. Galtier - nós acostumámo-nos a respostas mais relevantes e mais responsáveis ​​da sua parte. Vamos conversar sobre isso?", reagiu a ministra francesa do desporto, Amelie Oudea-Castera, na rede social Twitter.

Já o ministro da Economia, Bruno Le Maire, comentou a forma como Mbappe gargalhou depois da pergunta e disse que foi "o momento errado para cair na gargalhada". "Todos devemos levar a sério as alterações climáticas", disse à BFM-TV. "É sério, é sobre o nosso planeta e sobre a nossa capacidade de viver neste planeta." E acrescentou que a resposta irónica de Galtier também foi "inapropriada".

A Presidente da Câmara Municipal de Paris, Anne Hidalgo, que está a tentar reduzir o tráfego de veículos no centro da capital, também não hesitou: "Não é para responder coisas assim! Acordem pessoal! Isto é Paris."

De acordo com o canal desportivo RMC, o PSG habitualmente viaja para os jogos de avião, mas também optaram pela rodovia para um confronto recente com o Lille e por vezes usam o autocarro para os jogos em Auxerre, Troyes e Reims, que não ficam longe de Paris. .

O jornal Le Parisien disse que a equipa não vê as viagens de comboio como uma opção viável devido a preocupações de segurança e dificuldades com viagens de comboio à noite.

"Não é o treinador que lida com a gestão de viagens, mas ele leva o assunto muito a sério, como todos no clube", procurou minimizar uma fonte do clube, que não foi identificada, ao RMC.

A controvérsia ocorre no contexto de um clamor crescente em França por parte de ecologistas, que clamam por restrições às viagens de jatos particulares para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

O grupo Attac criticara já na sexta-feira (2) o craque argentino do PSG, Lionel Messi, por abusar das viagens aéreas particulares.

"De junho a agosto, Messi fez 52 voos com o jato particular, totalizando 1.502 toneladas de emissões de CO2. Isso é o que um único francês seria responsável em 150 anos", afirmou.

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