Marcus Thuram pede aos franceses para lutarem contra a extrema direita nas urnas
Marcus Thuram posicionou-se abertamente contra o avanço da extrema-direita em França. O partido Rassemblement National (RN) de Marine Le Pen venceu as eleições europeias em França, o que levou Emmanuel Macron a dissolver a Assembleia da República e convocar eleições legislativas antecipadas. "A situação é muito, muito grave. Ficámos todos um pouco chocados no balneário. Esta é a triste realidade da nossa sociedade hoje. Há mensagens transmitidas todos os dias na televisão para ajudar esta festa [a extrema-direita] a passar. Como disse o Ousmane [Dembélé], devemos dizer a todos para irem votar. Como cidadãos, sejam vocês ou eu, devemos lutar diariamente para que isto não volte a acontecer e que o RN não passe", assumiu o avançado, apesar da UEFA proibir manifestações políticas.
Enquanto Ousmane Dembélé e Olivier Giroud se limitaram a incentivar os franceses a ir às urnas em 30 de junho (primeira volta) e 7 de julho (segunda volta), Thuram foi mais longe na mensagem: "Devemos também dizer como chegámos aqui e a gravidade da situação. Na seleção francesa, não tenho dúvidas de que todos partilham a minha visão sobre as coisas. Estamos num país livre e todos deveriam fazer o que acham certo. Eu chego aqui e digo certas coisas. Outras pessoas podem não dizer isso, mas, repito, não tenho dúvidas de que todos pensam como eu."
Após a declaração do jogador, a Federação Francesa de Futebol (FFF) divulgou um comunicado pedindo que se evite “qualquer forma de pressão e uso político da seleção da França” e pediu aos jogadores “neutralidade”, apesar de reconhecer o direito à “liberdade de expressão” de cada um.
Marcus é o filho mais velho de Lilian Thuram, campeão mundial em 1998 e conhecido por ser voz ativa contra o racismo.
"Não acho que deva ser muito difícil falar sobre isto. É a forma como fui educado. Sei que muitas pessoas me seguem nas redes sociais e tenho a obrigação de transmitir certas mensagens", acrescentou Thuram. "Graças ao meu pai, tenho uma compreensão suficiente desta situação para poder falar sobre ela."
* Com AFP