Marchand (dois ouros) e Ledecky fazem história no dia da queda do primeiro recorde
Os dois ouros de León Marchand, o oitavo título olímpico de Katie Ledecky e a queda do primeiro recorde mundial na natação dos Jogos Paris2024, conseguida pelo chinês Pan Zhanle, marcaram esta quarta-feira o dia na Arena Paris La Defense.
A nadar em casa, León Marchand foi o herói ao conseguir o ouro nos 200 metros mariposa, que repetiu, pouco depois, nos 200 bruços, conseguindo em ambas as provas novos recordes olímpicos.
A estrela da natação francesa, que no domingo já tinha vencido os 400 estilos, nadou primeiro a final dos 200 mariposa, na qual se impôs nos últimos metros ao húngaro Kristof Milak, o recordista mundial e olímpico da distância que procurava revalidar o título de Tóquio2020.
Marchand cronometrou 1.51,21 minutos, fazendo cair o recorde olímpico (1.51,25), impondo-se por 54 centésimos a Milak, e por 1,54 segundos ao canadiano Ilya Kharun, que foi bronze.
Menos de duas horas depois, o francês, conseguiu uma inédita 'dobradinha' na mesma sessão, ao arrecadar o ouro nos 200 bruços, feito que nem mesmo o norte-americano Michael Phelps, antigo discípulo de Bob Bowman, o seu treinador, alcançou.
Marchand selou o segundo ouro com o recorde olímpico e da Europa, ao nadar em 2.05,95 minutos, deixando o australiano Zac Stubblety-Cook, agora seu antecessor, no segundo lugar, a 94 centésimos, e o neerlandês Caspar Corbeau no terceiro, a 2,05 segundos.
Na Arena Paris La Defense, além do título olímpico, o francês 'roubou' ainda a Stubblety-Cook a melhor marca olímpica, que era de 2.06,38, conseguindo ainda a melhor marca europeia de sempre, destronando o russo Anton Chupkov, que detinha a marca (2.06,12) desde 2019.
Entre as duas conquistas de Marchand, a norte-americana Katie Ledecky revalidou o título olímpico nos 1.500 metros, tornando-se na primeira nadadora a conseguir ouro em quatro edições de Jogos, e assumindo-se como séria candidata ao título de atleta feminina com mais ouros olímpicos.
Katie Ledecky entrou para o 'trio' de mulheres com oito medalhas de ouro, na qual figuram a sua compatriota, e também nadadora, Jenny Thompson, e a canoísta alemã Birgit Fischer.
A fundista norte-americana, que em Paris ainda vai tentar sagrar-se tetracampeã nos 800 metros livres, e nadar a estafeta dos 4x200 livres, pode, caso triunfe em ambas, tornar-se a mulher com mais ouros olímpicos, título que ainda pertence à ginasta soviética Larisa Latynina, dona de nove.
Na final, que a atual campeã mundial, a italiana Simona Quadarella, terminou na quinta posição, Ledecky partilhou o pódio com a francesa Anastasiia Kirpichnikova, e com a germânica Isabel Gose, medalhas de prata e bronze, respetivamente.
Ao quinto dia de provas, o chinês Pan Zhanle foi o protagonista da queda do primeiro recorde do mundo na piscina da Arena Paris La Defense, que até então só tinha ficado para história como palco de novos recordes olímpicos e continentais.
Pan Zhanle, de 19 anos, sagrou-se campeão olímpico dos 100 metros livres, em 46,40 segundos, marca inferior ao recorde do mundo (46,80), que lhe pertencia desde fevereiro passado, quando alcançou o título mundial.
A prata foi para o australiano Kyle Chamers, e o romeno David Popovici, que conquistou o título olímpico nos 200 livres, ficou com o bronze.
Aos 30 anos, a sueca Sarah Sjöström, conseguiu na sua quinta participação em Jogos, o primeiro ouro nos 100 metros livres, distância na qual foi prata no Rio2016, onde também se sagrou campeã nos 100 mariposa.
Sjöström, recordista mundial da distância, partilhou o pódio com a norte-americana Torri Huske, que foi prata, e com Siobhan Bernadette Haughey, de Hong Kong, que levou o bronze.
Apesar de hoje não ter conseguido nenhum ouro, a Austrália mantém-se na liderança do 'medalheiro' da natação, com 10 medalhas (quatro de ouro, cinco de prata, e uma de bronze), seguida dos Estados Unidos, que contam 17 subidas ao pódio, para receberem três ouros, oito pratas e seis bronzes, e da França, que soma três ouros -- todos conseguidos por Marchand - e uma prata.