Marcelo: "O futsal pode ser inspirador para todo o país"
Os bicampeões da Europa de futsal foram esta segunda-feira recebidos no Palácio do Belém pelo Presidente da República, que se desdobrou em elogios ao selecionador Jorge Braz e ao presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes.
"O senhor ministro [da Educação, Tiago Brandão Rodrigues] tem sido muito importante nesta cavalgada do desporto e do futebol. Fernando Gomes tem feito a diferença: em quase 100 anos antes de Fernando Gomes conquistámos 15 títulos europeus ou mundiais, em dez anos com Fernando Gomes conquistámos o mesmo número de títulos. Acreditamos que, até 2024, nos vai trazer mais títulos. Jorge Braz é uma pessoa muito especial. Liguei-lhe e Jorge Braz retribuiu a chamada entre a meia-final e final, que mistura aquele ar tímido, que parece muitas vezes distante e ausente, mas que está muito atento e sabe fomentar o espírito de equipa. Até 2018 Fernando Gomes manteve a confiança em Jorge Braz mesmo sem títulos. Isso não é muito português. Ser muito português é sermos heroicos nos momentos cruciais", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, que vai condecorar esta seleção de futsal numa cerimónia posterior.
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"O futsal pode ser inspirador para todo o país. Por isso eu disso logo ao Jorge Braz: Têm de vir cá enquanto estão frescos. Desembarcam e seguem para Belém. Já uma tradição e temos de a manter no próximo Mundial. Só não recebem o que vão receber porque foi tudo muito depressa. Mas vão receber, como receberam em 2018 e em 2021. Mas, para já, recebem o abraço. O meu abraço, do ministro e o abraço de todos os portugueses. Portugal esteve convosco", acrescentou o PR.
Já Fernando Gomes, no início da cerimónia, salientou que metade dos títulos que a Federação Portuguesa de Futebol conquistou foram ganhos depois de 2015. "Creio que este é o 14.º troféu que lhe trago a si durante os seus mandatos. É o 30.º título da FPF durante a sua história, metade depois de 2015. Esta ambição que temos de representar Portugal é a ambição de todos os desportistas que representam o nosso país. Não se ganha sempre e até se perde muitas vezes. Esta seleção, antes de 2018, perdeu muitas vezes, quase sempre, mas com essas derrotas, ambição e saber, conseguiu dar a volta. É essa ambição que queremos manter, sem esquecer o papel social da Federação Portuguesa de Futebol. Este grupo tem um espírito de grupo fantástico. Temos assistido a vitórias absolutamente fantásticas. Uma palavra para Jorge Braz, que conseguiu colocar Portugal num patamar de excelência mundial", frisou o dirigente, que espera que uma seleção feminina conquiste em breve um título.
Quem também desejou que a seleção feminina conquiste o título europeu daqui a um mês foi o capitão João Matos. "As grandes batalhas são para grandes guerreiros e aqui estão 30 guerreiros. Voltámos a tocar o céu. A forma como Jorge Braz nos conduz e nos prepara e aquele lado de amigo... todos temos um carinho especial por este senhor. Este senhor faz parte da história de Portugal e da nossa história enquanto atletas", declarou.
Cerca de uma centena de adeptos esteve esta segunda-eira presente no aeroporto de Lisboa para receber a seleção portuguesa de futsal, que no domingo se sagrou bicampeã europeia, em Amesterdão.
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Após aterrar na pista do aeroporto Humberto Delgado por volta das 09:00, o capitão João Matos deixou as instalações, erguendo o troféu continental, que depois passou para o selecionador Jorge Braz, antes de circular por grande parte dos jogadores e se aproximar dos presentes.
"É extraordinário ter tocado o céu e regressar à realidade. Foi um feito extraordinário. Estamos de parabéns pelo que fizemos", afirmou João Matos, em declarações aos jornalistas.
No domingo, a seleção portuguesa de futsal revalidou o título europeu, ao vencer a Rússia por 4-2 na final do campeonato da Europa de 2022, em Amesterdão, juntando-o ao cetro mundial.
Sokolov, aos 10 minutos, e Afanasyev, aos 13, deram vantagem à Rússia, mas André Coelho, com dois golos, aos 27 e 32, e Pany Varela, aos 40, consumaram a reviravolta lusa, iniciada ainda na primeira parte, aos 19, por Tomás Paçó, que reconheceu estar a concretizar vários objetivos.
"Foi o realizar de um sonho, nesta segunda época de sénior. Eu e o Zicky já temos todos os troféus que podíamos conquistar, mas isso demonstra o potencial do futsal português", disse o fixo 'leonino', de 21 anos, que no domingo juntou o título europeu de seleções ao Mundial e à Liga dos Campeões, vencida pelo Sporting, ao serviço do qual também já se sagrou campeão nacional e vencedor de Taça de Portugal, Supertaça e Taça da Liga.
O guarda-redes André Sousa, que segurava um cartaz levado por um adepto para o recinto neerlandês, com a mensagem 'bagaço>vodka', agradeceu a receção, após "poucas horas dormidas e depois de um grande objetivo".
"Sabíamos que tínhamos de estar ao mais alto nível para estar neste patamar e acho que Portugal saiu como justo vencedor", referiu o guardião do Benfica.
O ala do Nápoles Bruno Coelho disse esperar manter estes momentos de glória na memória coletiva nacional
"Foi feito enorme. Nos últimos quatro anos, ganhámos dois europeus e um mundial. É espetacular, nunca nos vamos esquecer. Espero que todos os portugueses não se esqueçam deste momento", realçou Bruno Coelho.
Igualmente campeão da Europa, o guarda-redes Bebé, que inicialmente tinha substituído Edu Sousa, pela infeção pelo SARS-CoV2 deste, mas acabou substituído pelo guardião do Viña Valdepenãs, por lesão, já nos Países Baixos, após o primeiro jogo, fez questão de ir receber os companheiros ao aeroporto.
"Muita felicidade e muito orgulho naquilo que os meus colegas fizeram. Estamos todos muito felizes e agora é desfrutar. Foi mais difícil, sofre-se muito mais de fora do que estando dentro de campo. A verdade é que todo o sofrimento vale a pena. Portugal é campeão do Mundo e bicampeão da Europa e, agora, é continuar neste rumo", rematou Bebé.
Portugal sagrou-se campeão da Europa pela segunda vez consecutiva, depois do triunfo na Eslovénia, em 2018, na sua terceira final, à qual chegou com o estatuto de campeão do mundo, que conquistou em 2021, na Lituânia.