Lutadores Matilde Rodrigues e Gonçalo Noites querem o ouro, mas... para já garantiram dois bronzes

"A sensação é incrível, já ando nisto há uns anos e é a minha segunda vez em provas de elite. Normalmente, faço sub-23. Não há outra forma, ou melhor forma, de começar esta prova, assegurando já a medalha de bronze", explicou o lutador de muaythai.
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O lutador português Gonçalo Noites admitiu hoje ser "uma sensação incrível" garantir desde já uma medalha em -71 kg no torneio de muaythai dos Jogos Europeus Cracóvia2023, mas pretende lutar pelo acesso à final e ao ouro. "A sensação é incrível, já ando nisto há uns anos e é a minha segunda vez em provas de elite. Normalmente, faço sub-23. Não há outra forma, ou melhor forma, de começar esta prova, assegurando já a medalha de bronze", explicou aos jornalistas.

O lutador português assegurou desde já uma medalha para Portugal, ao avançar para as meias-finais na categoria, garantindo pelo menos o bronze.

Noites bateu o sueco Rasmus Eriksson, acabando 30-27 ao fim dos três 'rounds', e avançou num torneio que inclui oito lutadores por peso e garante quatro medalhas (um ouro, uma prata e dois bronzes), com meias-finais agendadas para segunda-feira e final para terça.

Na luta pela final, em Myslenice, vai bater-se com o polaco Jakub Rajewski, que hoje afastou o azeri Mahabbat Humbatov, mas garantiu para já pelo menos que vai aumentar o pecúlio português no evento, o primeiro da sua modalidade e o segundo de desportos de combate, depois do bronze de Ana Cruz no karaté.

Sobre o embate com o sueco, o lutador de 22 anos da Iron Legs Academy, que já tinha estado nos Jogos Mundiais em 2022 pela seleção, ficando-se pelos 'quartos', conta uma história de "controlo por todo o combate".

"Consegui impor o meu ritmo e o meu jogo. Foi um combate perfeito. Perfeito... nunca é perfeito, há sempre coisas a melhorar, mas foi um bom começo", atirou. Apesar de garantir pelo menos o bronze, já aponta à final, na qual enfrenta um atleta da casa, não o intimidando o ambiente no pavilhão para esse confronto, uma vez que está "habituado a combater fora de Portugal".

Matilde Rodrigues, de 19 anos, bateu a dinamarquesa Anne Sandegaard por 30-27, em três rounds, e avançou para as meias, em que vai defrontar, na segunda-feira, a finlandesa Miina Sirkeoja por um lugar na final de terça. A lutadora portuguesa mostrou-se hoje orgulhosa por ver os sacrifícios renderem uma medalha no concurso de -57 kg de muaythai, mas ainda quer lutar pelo ouro.

Natural de Alenquer, a jovem treina há seis anos e a passagem de hoje às meias-finais, que garantem pelo menos o bronze, "é um orgulho imenso", disse aos jornalistas, após vencer a dinamarquesa Anne Sandegaard: "O pódio já não foge e sou a primeira mulher a conseguir. É incrível. Eu nem consigo falar, é muito bom mesmo. (...) O último 'round' é mais uma questão de gestão, porque vou combater mais amanhã [segunda-feira]. Já tinha vencido os dois anteriores."

A estudante de nutrição na Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa não escondeu as dificuldades, revelando que o treino bidiário "é difícil por causa da faculdade", mas conta com "muito apoio" de família e treinador e a "felicidade momentânea" vai transformar-se em "gosto de querer mais".

"Na segunda-feira queremos mais e vou dar o meu melhor" para chegar à final, afirmou, ambiciosa. Cada categoria de peso do muaythai em Myslenice, nos arredores de Cracóvia, conta com oito lutadores e atribui quatro medalhas (um ouro, uma prata e dois bronzes).

A jovem igualou o feito de Gonçalo Noites em -71 kg, tendo ambos garantido desde já que vão aumentar o pecúlio português no evento, e o de desportos de combate, depois do bronze de Ana Cruz no kata, disciplina de karaté. Filipa Oliveira foi a primeira portuguesa em prova na Arena de Myslenice, perdendo com a georgiana Elene Loladze em -54 kg, enquanto Luís Morais, em -91 kg, perdeu por 'knock out'.

Portugal soma até ao momento nove pódios em Cracóvia2023, nomeadamente três ouros, três pratas e três bronzes, o último deles conquistado hoje pela dupla de padel Afonso Fazendeiro/Miguel Oliveira, além das duas meias finais já assegurados, no muaythai, que garantem, pelo menos, mais dois bronzes.

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