João Pereira durou um mês. Rui Borges é o preferido em Alvalade
Um mês depois de assumir o comando técnico do Sporting, para substituir Ruben Amorim, que rumou ao Manchester United, João Pereira tem escancarada a porta de saída de Alvalade. A decisão do presidente leonino, Frederico Varandas, revelada esta segunda-feira pouco depois das 17.00 pelos jornais a A Bola e Record, de avançar para a rescisão de contrato vem na sequência dos maus resultados que ditaram a queda do Sporting do 1.º para o 2.º lugar da Liga (com os mesmos pontos do FC Porto), o que aconteceu após o Benfica, novo líder da prova (com mais um ponto que leões e dragões), ter ganho frente ao Estoril, por 3-0, na 15.ª jornada.
A mexida no comando técnico do atual campeão nacional precipitou-se após o empate a zero em Barcelos, domingo, frente ao Gil Vicente, que veio reforçar a contestação dos adeptos ao trabalho de João Pereira, sendo que Frederico Varandas também terá preferido agir antes do importante dérbi frente ao Benfica, marcado para dia 29, às 20.30, em Alvalade.
Entretanto, Rui Borges, atual técnico do V. Guimarães, será o treinador preferido da SAD leonina para suceder a João Pereira. Esta segunda-feira, após o jogo com o Nacional (empate a dois golos), Rui Borges assumiu, na flash interview, estar “focado” no trabalho em Guimarães. “Não aconteceu nada. Estou feliz aqui. A minha cabeça está no Vitória. Se tiver de acontecer algo, acontecerá quando for altura. Essas notícias se calhar acontecem devido ao trabalho desta equipa técnica”, disse, assumindo que quer chegar “aos patamares mais altos” do futebol. Já na sala de imprensa, referiu “não saber” de nada. Rui Borges, de 43 anos, natural de Mirandela, estreou-se na temporada 2017/18 como técnico principal, precisamente à frente do clube da sua terra Natal. Seguiram-se passagens pelo Académico de Viseu, Académica de Coimbra, Nacional, Vilafranquense, Mafra e Moreirense, já na I Liga. Este ano está a conduzir o Vitória a uma época acima da média, que se traduz, até agora, no 6.º lugar no campeonato, qualificação para os oitavos-de-final da Taça de Portugal (o próximo adversário será o Elvas) e, principalmente, o apuramento europeu para os ‘oitavos’ da Liga Conferência.
João Pereira estreou-se como treinador do Sporting no dia 22 de novembro, quando o clube liderava destacado a I Liga - cinco pontos de vantagem em relação ao Benfica e seis face ao FC Porto -, e o primeiro sinal até foi positivo: uma goleada ao Amarante (6-0) na 4.ª eliminatória da Taça de Portugal. Seguiram-se quatro derrotas consecutivas - duas para a Liga dos Campeões, perante Arsenal e Club Brugge, e duas no campeonato, frente a Santa Clara e Moreirense. João Pereira só retomou o caminho das vitórias a 14 de dezembro, com um suado triunfo caseiro frente Boavista (que segue em posição de despromoção), por 3-2. Quatro dias depois, o Sporting precisou do prolongamento para, graças a um golo de Gyökeres, vencer o Santa Clara nos Açores, por 2-1, e avançar para os ‘quartos’ da Taça de Portugal. No entanto, novamente quatro dias depois, o Gil Vicente travou os leões em Barcelos e agravou a crise de resultados de João Pereira. Quando a constestação ao técnico subiu de tom, Frederico Varandas, referiu-se à contratação de João Pereira como um “presente envenenado”, pois seria sempre comparado ao antecessor Ruben Amorim que guiou o Sporting à conquista de dois campeonatos nacionais, duas Taças da Liga e uma Supertaça. O “veneno” foi mesmo demasiado e terá ditado o fim da linha para João Pereira em Alvalade.