O ciclista português João Almeida (UAE Emirates) assegurou esta quarta-feira que quer "dar tudo" na Volta a Espanha, que arranca sexta-feira em Utrecht, nos Países Baixos, mas sem definir objetivos, por estar longe da melhor forma.."Estou cá [para lutar] pela geral. Não me tenho sentido com superpernas, mas vou tentar tudo, vou dar o máximo. Não tenho expectativas ou um grande objetivo, como fazer pódio, mas vou dar tudo o que tenho. É a mentalidade que trago", garantiu, em conferência de imprensa..O português admitiu que a preparação "não tem sido ideal", desde a última Volta a Itália, que abandonou à 18.ª etapa quando seguia nos primeiros lugares da geral, devido a um teste positivo à covid-19..Ainda assim, o regresso à competição tem dado frutos: foi terceiro no contrarrelógio dos Nacionais de estrada, em junho, e venceu a prova de fundo, e a um abandono da Clássica San Sebastián, em julho, seguiu-se uma boa prestação na Volta a Burgos, já este mês..A vitória na última etapa, com uma ascensão muito 'gabada' pela imprensa internacional até Lagunas de Neila, valeu-lhe a terceira vitória na temporada e o segundo lugar na geral final..Não estar sempre com a melhor forma "faz parte do ciclismo", atira, e na estreia na Vuelta quer testar as possibilidades, numa equipa que conta com o norte-americano Brandon McNulty e os espanhóis Marc Soler e Juan Ayuso..Questionado sobre o apoio que dariam a Almeida se este estivesse melhor, Ayuso garantiu que na UAE Emirates se trabalha "como uma equipa". "Vamos apoiá-lo, estou a estrear-me numa grande Volta e tenho de aprender", atirou o jovem de 19 anos..Reiterando que não é "favorito", João Almeida reforça, várias vezes, que ainda assim vai dar "o melhor" que tiver, e, quanto à covid-19, esta "está no passado", não estando relacionada com o facto de não se sentir tão bem agora como em outros momentos.."Não tenho sintomas, mas estive parado uns bons tempos, por isso a forma não recupera assim tão rápido. Não acho que seja a covid-19, estou recuperado fisicamente e mentalmente", explicou..Espera ver "portugueses na estrada" do outro lado da fronteira ibérica, algo que "dá mais motivação para enfrentar desafios", e quanto a adversários analisou um em particular, o antigo companheiro de equipa Remco Evenepoel (QuickStep-Alpha Vinyl).."É um dos ciclistas mais fortes do pelotão, temos sempre de contar com ele. Esta é uma 'grande Volta', um tipo de corrida diferente. Não é fácil ser um voltista. Se acho que pode ser? Sim, acredito", atirou..O ciclista das Caldas da Rainha, de 24 anos, foi quarto na Volta a Itália de 2020, que liderou durante 15 dias, e depois sexto em 2021..Em Espanha, terá ao seu lado Ivo Oliveira na equipa, mas não Rui Costa, um experiente nome da UAE Emirates que se vai mudar em 2023 para a Intermarché-Wanty-Gobert Matériaux.."Gostava de ter o Rui ao meu lado, claro, porque é um senhor. Tenho vindo a aprender muito com ele, com a sua experiência", comentou..A 77.ª edição da Volta a Espanha arranca sexta-feira nos Países Baixos e termina em 11 de setembro em Madrid.