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Bruno de Carvalho: "Não vou ao Jamor. Não acho que estejam criadas condições"

Bruno de Carvalho diz que o Sporting está a ser alvo de "terrorismo" e de "bullying" tendo criticado duramente Álvaro Sobrinho e José Maria Ricciardi

Bruno de Carvalho critica as capas do jornais deste sábado. O presidente do Sporting afirma que "isto é um total desrespeito pelos princípios humanos e pelos direitos humanos". E critica também as televisões dizendo que "já sofremos tanto nas mãos das televisões".

O presidente do Sporting refere que a situação que envolve o Sporting está num "ponto inaceitável" e queixa-se de falta de apoio. "Perante o ataque mais vil, pessoal, indigno que nos estão a fazer, não vejo onde é que estão as pessoas que sabiam da capacidade de manipulação da comunicação social e estão a deixar morrer o seu presidente", afirmou.

Bruno de Carvalho critica também a Holdimo de Álvaro Sobrinho afirmando que por causa dos "seus constantes problemas" a empresa já deveria ter saído do Sporting. "Há muito tempo que a Holdimo já devia há muito tempo ter vendido a sua participação. A Holdimo não é uma marca ideal para dar nome e prestígio ao Sporting". E desafia Álvaro Sobrinho a pagar o que deve ao Sporting.

José Maria Ricciardi é acusado pelo presidente do Sporting de ser o "estratega" da situação de crise que atinge o Sporting. "É o estratega de tudo isto que se está a passar".

"Nós direção estamos sob um clima de terror", refere Bruno de Carvalho. Esclarecendo que é a direção e não o Sporting o alvo desse "terror".

Sobre o que passou na Academia, Bruno de Carvalho diz que os jornalistas "manipularam" o que disse nesse dia."Sublinharam a expressão 'chato'", refere.

E volta a dizer que foi uma vítima. "Conseguiram aproveitar-se de um homem que estava em estado de choque... mas tentaram colar na opinião pública foi que eu disse que era chato. Conseguiram manipular as palavras e desonrar um homem honrado, digno e merecedor de respeito enquanto presidente do Sporting Clube de Portugal. Fala-se num jornal que eu teria dado aval a agressões no dia 6 de abril. Na Madeira, houve jogadores que não aguentaram os assobios, por terem o sangue quente. Foi dito por um líder da Juve Leo que disse que queria ter uma reunião na terça-feira com os jogadores. "

Depois o alvo foi o capitão: "Rui Patrício não pode dirigir-se a adeptos dizendo-lhes que estavam pagos, tem que ter mais inteligência emocional do que isto."

Em seguida o encontro de segunda-feira com os jogadores: "Houve uma reunião na segunda-feira em que eu disse que nos tínhamos de nos focar num troféu que ainda podemos conquistar esta época. Perguntei aos jogadores se estavam focados e eles responderam-me que sim. Também perguntei a um jogador se ele sabia o que era virar-se a um líder de uma claque e ele respondeu-me que tinha o sangue quente. Perguntei a outro porque o tinha visto nas imagens e ele disse que não havia problemas. Também lhes pedi para me alertarem, a mim ou ao André, se houvesse ameaças. E também lhes disse que às 16.00h estaria na Academia, mas as notícias do Cashball impediram-me de chegar a horas. Eu ia lá estar também e também poderia estar com fraturas, pontos. Estou em choque, mas quando houve ataques em Guimarães, também ninguém disse nada, porque não era o Bruno. Há muita coisa para fazer na luta contra a violência no desporto. Mas não quero acreditar , e já o disse ao Joaquim Evangelista, que haja uma rescisão de contrato por culpa de um acto que começou involutariamente nos jogadores"

"Não o vamos fazer, mas também tínhamos motivos para alguns processos disciplinares. E não me venham falar em rescisões", afirmou, referindo depois, que "muitas vezes, por trás de um jogador em choque, está um advogado ou um agente". "Aqui não há e-mails a pedir a nomeação de árbitros. Aqui não há contratos estranhos. Não há sacos azuis. Saberemos gerir isto. Alertamos desde já que existem jogadores em choque, mas, muitas vezes, atrás de um jogador, aproveita-se um advogado ou um agente. E vocês sabem quais têm sido as minhas posições com os bons e maus agentes. Uma coisa vos garanto: o Sporting não ficará sem os seus ativos. O Sporting tomará as medidas necessárias que jamais volte a acontecer um evento destes novamente", acrescentou.

"O nosso trabalho com a banca tem sido excelente. O nosso trabalho com os verdadeiros patrocinadores tem sido excelente", apontou, de seguida, para disparar sobre "flic-flac's de Jaime Marta Soares". "O presidente da Asssembleia-Geral veio pedir uma reunião secreta com Luís Filipe Vieira, negada. Claro que a nossa relação passou a ser muito difícil, porque o simples convite foi uma ação de desrespeito para comigo e para com a instituição que represento", revelou. "Estava eu a ir para o hospital com a 'Joaninha' e estava ele a pedir a minha demissão. Diz que sofreu muitas pressões durante a noite... eu imagino de quem. Em vez de ser um homem de pontes, devia ser um homem de bom senso", criticou, de seguida. "Ele mentiu descaradamente num programa de televisão, disse que eu e Jorge Jesus trocámos parcas palavras, quando falámos duas horas acerca do sucedido. Disse que os jogadores se recusaram a falar, quando falámos - inclusive com o Bruno Fernandes, à frente dele", atacou.

"Relembro as palavras de Jorge Jesus à SIC: 'quando vi a notícia de que tinha provas de que o presidente tinha sido mandante, a primeira coisa que fiz foi ligar para o presidente'. Se tinha provas, porque é que estivemos a falar? Vocês [jornalistas] estão a participar no maior ato de terrorismo feito sobre uma pessoa e seus companheiros de equipa, estão a ser coniventes, é a vossa retaliação pela última AG do Sporting, e só lamento que um conjunto de sportinguistas sérios, de bom coração, estejam a ser enredados por um conjunto de calúnias e mentiras", apontou, criticando jornalistas que tentaram ouvi-lo à porta de casa. "À conta do que vocês estão a fazer, não sei onde está a minha filha Diana. A minha ex-mulher diz que não estão reunidas condições de segurança e desapareceu com ela. É hediondo o que vocês estão a fazer", queixou-se Bruno de Carvalho.

O presidente do Sporting voltou a enjeitar a hipótese de demissão. "Neste momento, se apresentarmos a demissão, Jaime Marta Soares coloca em funções uma comissão de gestão e só nos deixa recandidatar daqui a seis meses. Somos nós que estamos a acabar a renegociação. Vamos fazer na próxima semana, sem a mesa da AG, três sessões de esclarecimento pelo país. Nós, Conselho Diretivo, nós Administração da SAD, vamos ver três sessões de esclarecimento no Norte, no Centro, no Sul, onde vamos dar todas as explicações necessários. E havemos sempre de alugar [sic] espaços para milhares de pessoas", prometeu. "Não são estes senhores que nos vão impedir. Vamos dar a cara. Vamos lutar pelo Sporting, pela nossa dignidade. Era o que mais faltava, ter de ver, como ontem, o presidente da AG do Benfica - depois desse clubezinho vexar Portugal pelo mundo, com acusações de corrupção e tráfico de influências - comentar a crise do Sporting. Somos honrados, somos sérios, não brinquem mais connosco (...). Só falta vir o Luís Filipe Vieira vir comentar a crise do Sporting", acrescentou. "No Sporting há pessoas sérias que não querem que o Sporting volte a ser tomado de assalto, como foi nos últimos 20 anos", concluiu, ao fim de cerca de uma hora de monólogo, e antes de começar a responder às perguntas dos jornalistas e da Sporting TV.

"Isto começou num golpe palaciano, com intervenção de Jaime Marta Soares, com apoio do nosso rival [Benfica]. Isto funciona com toda a teia de influência de José Maria Ricciardi e sus muchachos, de Jaime Marta Soares e sus muchachos, e com o nosso rival a aplaudir, porque está prestes a eliminar o seu pior inimigo, Bruno de Carvalho", acusou o presidente do Sporting.

Sobre o incidente de terça-feira, disse que "tudo começa no estádio, com os jogadores a virarem as costas e chamem-me nomes aos adeptos". "As pessoas não tiveram a mínima noção da gravidade do que se estava a passar. Tinham de ter transmitido à administração da SAD que alguém disse, num encontro no aeroporto, 'na terça-feira vou à academia e vais-me dizer isso na cara'", apontou, garantindo que se tivesse estado na academia do Sporting durante a invasão "não estava vivo", porque teria defendido os atletas.

"Espero que sportinguistas amanhã desfrutem do jogo, que, por amor de Deus, nada aconteça, e que segunda-feira possam, com calma, ouvir as vezes que for necessário esta minha intervenção e aproveitar as sessões de esclarecimento, para que possa esclarecer estes assuntos", notou. "Não, não vou ao Jamor. Não acho que estejam criadas condições. Não me mereço o que se está a passar, não mereço não usufruir do trabalho de um ano. Pelo Sporting e pela festa, espero que não se continue a alimentar a especulação.

Terminou o interrogatório aos arguidos envolvidos nos incidentes de Alcochete

O juiz de instrução criminal do Tribunal do Barreiro deu hoje por concluído o interrogatório aos nove arguidos envolvidos nos incidentes de terça-feira na Academia do Sporting, que culminou com a detenção de 23 suspeitos.

Hoje, o tribunal ouviu o último arguido disponível para prestar declarações, sendo que os restantes arguidos se remeteram ao silêncio, conforme tinham anunciado previamente.

De acordo com o comunicado do tribunal distribuído aos jornalistas, os trabalhos prosseguem no domingo com o Ministério Público a propor as medidas de coação para cada um dos 23 arguidos, a que se seguirá o período de alegações das defesas.

Segundo a advogada de um dos arguidos é provável que o período de alegações se prolongue para a próxima semana, devido ao elevado número de arguidos deste processo, pelo que a decisão do juiz sobre as medidas de coação só deverá ser conhecida dentro de dias.

No comunicado, o juiz de instrução criminal reconhece a complexidade do processo, "atendendo à matéria de facto e de direito em causa", admitindo que os intervenientes processuais necessitam de algum tempo para "preparar com ponderação e competência, as suas intervenções, não perdendo de vista que os arguidos se encontram privados da sua liberdade desde o passado dia 15 de maio".

Desta forma, o juiz optou, com a concordância de todos os intervenientes, retomar as diligências no domingo, a partir das 14:00.

O caso

Na terça-feira, antes do primeiro treino para a final da Taça de Portugal, em que o Sporting defronta o Desportivo das Aves, a equipa de futebol foi atacada na Academia de Alcochete por um grupo de cerca de 50 alegados adeptos encapuzados, que agrediram técnicos e jogadores. A GNR deteve 23 dos atacantes.

Paralelamente, a Polícia Judiciária deteve na quarta-feira quatro pessoas na sequência de denúncias de alegada corrupção em jogos de andebol, incluindo o diretor desportivo do futebol, André Geraldes, que foi libertado sob caução e impedido de exercer funções desportivas.

O cenário agravou-se com as demissões na quinta-feira da Mesa da Assembleia Geral, em bloco, e da maioria dos membros do Conselho Fiscal e Disciplinar, instando o presidente do Sporting a seguir o seu exemplo, mas Bruno de Carvalho anunciou ao fim do dia que se irá manter no cargo.

Maioria da Mesa da AG considera que uma saída basta, mas Marta Soares defende que são duas, versão do Conselho Diretivo

A dúvida sobre se falta uma ou duas demissões para Bruno cair

Jorge Jesus desmentiu esta sexta-feira ao início da noite que possua provas de que Bruno de Carvalho tenha mantido contactos com elementos da claque Juve Leo e que estes possam ter autorizado membros mais radicais da claque a "apertarem" com os jogadores e equipa técnica.

Jesus nega que tenha provas de que Bruno de Carvalho esteja envolvido nas agressões

A PSP tem identificados 2219 adeptos envolvidos em situações de violência no futebol, segundo dados avançados ao DN por esta força de segurança. Destes adeptos referenciados pelas autoridades, até ao dia de ontem, apenas 19 estão interditados de entrar nos estádios. Oito deles são casuals, elementos sem registo nas claques oficiais e que se organizam para provocar distúrbios e confrontos.

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