Inédito. Duas equipas insulares sobem na mesma época
Este fim de semana foi histórico para o futebol português. Pela primeira vez, duas equipas insulares serão promovidas à I Liga na mesma temporada, contribuindo para uma maior representatividade do território nacional na divisão maior da modalidade.
Depois de o Nacional ter festejado a subida anteontem em pleno avião, o Santa Clara assegurou ontem o bilhete para o patamar superior após receber e vencer o Real Sport Clube, já despromovido ao Campeonato de Portugal. Dois remates certeiros de Thiago Santana e um de Fernando Santos colocaram o público presente no Estádio São Miguel em euforia. A equipa de Carlos Pinto - já teve uma experiência na I Liga ao leme do Paços de Ferreira, na temporada transata - junta-se assim à de Costinha, que na manhã deste domingo garantiu a conquista do título do segundo escalão, ao vencer por 1-0 em Arouca. O melhor marcador da competição, Ricardo Gomes, foi o autor do golo solitário, o 22.º da conta pessoal.
Os clube de Ponta Delgada é o único dos Açores que já participou na I Liga, e vai fazê-lo pela quarta vez, depois de 1999/00, 2001/02 e 2002/03 - a título de curiosidade, sempre que o fez com o estatuto de recém-promovido, o campeão foi o... Sporting. Tal como há 15 anos, a próxima temporada terá as duas regiões autónomas representadas por um total de três equipas. Em 2018/19, será a segunda vez que tal se vai verificar, curiosamente de novo com o trio composto por Marítimo, Nacional e Santa Clara. Nas restantes participações dos açorianos, apenas os verde-rubros lhes fizeram companhia no que à insularidade diz respeito.
Contudo, a I Liga terá três equipas insulares pela quinta vez, pois os madeirenses Marítimo, União da Madeira e Nacional coincidiram nas temporadas 1989/90, 1990/91 e 2015/16.
Marítimo vai para a 39ª presença
O clube mais representativo da insularidade na I Liga tem sido o Marítimo, que na próxima temporada vai atingir as 40 presenças na I Liga, a 34.ª consecutiva - é o quinto clube há mais tempo no primeiro escalão, a seguir aos chamados três grandes e ao Sp. Braga. O clube dos Barreiros esteve pela primeira vez no patamar maior do futebol português entre 1977/78 e 1980/81 - foi o primeiro ilhéu a consegui-lo -, voltou em 1982/83 e veio para ficar em 1985/86. Daí para cá, atingiu por vezes vezes a qualificação para a Taça UEFA/Liga Europa, conseguindo o primeiro apuramento em 1992/93 e o último na temporada passada.
Já perfeitamente instalados entre a elite, os maritimistas foram recebendo a companhia dos vizinhos madeirenses. O Nacional vai passar a somar 19 presenças, a primeira em 1988/89. Os nacionalistas acabaram por ser despromovidos em 1990/91, voltando ao convívio dos grandes em 2002/03, tendo de lá saído há apenas um ano - pelo meio, cinco presenças na Taça UEFA/Liga Europa, a primeira em 2004/05 e a última em 2014/15 -, para uma curta viagem pela II Liga.
U. Madeira em risco de descida
Com um registo mais modesto nestas andanças, o União da Madeira esteve na I Liga entre 1989/90 e 1991/92, em 1993/94 e 1994/95 e, 21 anos depois, em 2015/16.
Agora, os unionistas vão entrar na última jornada da II Liga na zona de despromoção ao Campeonato de Portugal, mas ainda com hipótese de evitar acompanhar os já despromovidos Sporting B, Gil Vicente e Real.
Restam outras seis equipas em risco de descida: Sporting de Bra-ga B, Sporting da Covilhã, Oliveirense, Benfica B, Famalicão e Varzim.