Incidentes em Bilbau fazem soar alarmes para o Mundial

A quatro meses do Campeonato do Mundo na Rússia, incidentes com ultras russos que resultaram na morte de um polícia causam preocupação
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Os graves incidentes registados quinta-feira à noite em Bilbau, antes do jogo entre a equipa espanhola e o Spartak de Moscovo, da Liga Europa, envolvendo ultras do Athletic e russos - culminaram com a morte de um polícia - fizeram soar o alarme a menos de quatro meses do início do Mundial de futebol da Rússia, que tem início a 14 de junho e final a 15 de julho.

Ainda recentemente, num documentário emitido pela BBC - Russia"s Hooligans Army -, alguns ultras russos ameaçavam praticar atos de violência durante o Campeonato do Mundo de futebol: "Estamos ansiosos. Para alguns será um festival de futebol, para outros um festival de violência. Os nossos principais oponentes serão os ingleses, os precursores do hooliganismo." No mesmo programa foram exibidos vídeos de treinos destes grupos radicais.

As autoridades temem que as cenas de violência que se têm registado pontualmente em alguns jogos envolvendo clubes russos, nas competições europeias e internas, possam ser repetidas durante o Mundial. No último Europeu realizado em França, em 2016, registaram-se graves incidentes na cidade de Marselha entre hooligans russos e ingleses, que lançaram o caos na cidade antes do jogo entre os dois países.
Há um jogo da fase de grupos que está a preocupar particularmente as autoridades e a FIFA. A seleção russa, que tem o quartel general montado na capital Moscovo, vai disputar uma partida (contra o Egito) em São Petersburgo, cidade onde está instalada a seleção inglesa e por consequência os adeptos.

Mas há mais razões para preocupação. De acordo com o governo argentino, no último dia 31 de janeiro existiu uma reunião entre a claque Barras Bravas, os ultra do Boca Juniors, com grupos radicais de adeptos russos do Dínamo de Moscovo e do Zenit. O objetivo terá sido combinar estratégias para atacar hooligans ingleses durante o Mundial da Rússia, assim como estabelecer uma logística de alojamentos, transportes e contratação de advogados para os adeptos que fossem detidos.

A recente Taça das Confederações, realizada o ano passado na Rússia, serviu com uma espécie de balão de ensaio em termos de segurança, e a verdade é que não se verificaram cenas de violência.

Entre as principais medidas previstas para a competição que arranca em junho estão a detenção durante a prova dos principais cabecilhas destes grupos de ultras, além de que o número de efetivos será um dos maiores de sempre neste tipo de provas. O presidente Vladimir Putin promulgou em abril do ano passado uma lei com fortes penas contra todos os responsáveis por distúrbios em eventos desportivos. E a FIFA, nas várias reuniões que tem mantido para debater o tema da segurança, anunciou a criação de um cartão de identificação para todos os detentores de bilhetes para os jogos.

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