SEBASTIEN BOZON / AFP
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Hermoso sobre o ex-selecionador espanhol: "Quando íamos dormir, tínhamos de deixar a porta aberta"

Jorge Vilda terá alegado que "era a única altura em que podia falar" pessoalmente com as jogadoras.
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Jenni Hermoso, a futebolista da seleção feminina espanhola envolvida no beijo polémico do antigo presidente da Federação, Luis Rubiales, fez novas revelações sobre o dia-a-dia da comitiva no Campeonato do Mundo do ano passado, desta feita visando alguns comportamentos de Jorge Vilda, o ex-selecionador que foi demitido na sequência do caso.

"Quando íamos dormir, tínhamos de deixar a porta aberta, esperar que ele [Vilda] passasse à noite e deixar que falasse connosco. Ele dizia que era a única altura em que podia falar connosco pessoalmente. Entre o momento de ele bater à porta das primeiras jogadoras, até chegar à última, talvez algumas adormecessem entretanto", afirmou a jogadora, em entrevista ao programa espanhol Planeta Calleja que será disponibilizada, na íntegra, na próxima segunda-feira.

"Quando íamos às compras, ele esperava por nós e perguntava-nos o que levávamos nos sacos", acrescentou. 

Refira-se que, meses antes do Mundial, 15 jogadoras chegaram a abdicar de representar a seleção espanhola por não concordarem com os métodos do selecionador, alegando na altura um “transtorno emocional”. A maioria das atletas viria a recuar na decisão, o que lhees permitiu contribuir para a conquista do título mundial, na Austrália e na Nova Zelândia.

A final do Mundial feminino de futebol, disputada em 20 de agosto, ficou marcada pelo beijo na boca que o então presidente da RFEF deu à jogadora Jenni Hermoso, durante as celebrações da vitória espanhola (1-0 frente à Inglaterra) no estádio de Sydney, e que a avançada tem reiterado não ter sido consentido.

O comportamento de Rubiales valeu-lhe a abertura de processos disciplinares pelo Tribunal Administrativo do Desporto de Espanha e por parte da FIFA, e uma queixa na justiça, apresentada pela jogadora.

Rubiales demitiu-se da presidência da RFEF, e foi suspenso pela FIFA, decisão da qual anunciou que iria recorrer, prometendo ir "até à última instância para que se faça justiça e se reponha a verdade".

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