Um regresso de um bicampeão, muitas trocas entre equipas, um estreante com apelido famoso, uma marca histórica, Portugal de novo no mapa e o favorito Lewis Hamilton à procura de novos recordes. A temporada de Fórmula 1 arranca hoje no Bahrein com a primeira sessão de treinos livres (a prova é no domingo). Será a primeira de 23 corridas (nunca antes houve tantas), com a época a terminar a 12 de dezembro, em Abu Dhabi..Lewis Hamilton e a Mercedes partem como favoritos, embora os testes de pré-temporada tenham mostrado que a Red Bull e Max Verstappen têm uma palavra a dizer. O piloto holandês foi o mais rápido nos testes no circuito de Sakhir, mas logo na altura recusou euforias, afirmando que a Red Bull não era favorita, e que esse papel cabia à Mercedes, apesar dos problemas técnicos sentidos pela marca germânica (falta de estabilidade da traseira do W12 e defeitos na caixa), vencedora dos últimos sete títulos mundiais..Hamilton, 36 anos, que até se pode despedir da F1 no final desta temporada, foi campeão nas últimas quatro épocas e tem um bom motivo para querer festejar este ano. Se isso acontecer, entra para a história da modalidade como o piloto mais titulado de sempre, ultrapassando os sete títulos que atualmente partilha com Michael Schumacher. Este é apenas um dos vários recordes que o britânico pode estabelecer neste ano, que vão desde vitórias consecutivas em provas, passando por número de triunfos numa só temporada ou mais pole positions conquistadas.."A melhor coisa que poderia acontecer à F1 era a Red Bull conseguir desafiar a Mercedes. Em quem aposto? No Lewis, porque acho que ninguém consegue imaginar que o pode vencer. Mas terá concorrência forte, porque o Verstappen mostrou na pré-temporada que pode conseguir batê-lo. Não vi ninguém nos últimos anos tão perto de o conseguir fazer", analisou há poucos dias Nico Rosberg, ex-campeão do mundo e antigo colega do piloto britânico..Twittertwitter1375185140641632261.A Mercedes vai para a quinta época consecutiva com os mesmos pilotos (Hamilton e Valtteri Bottas, este último também a ter em conta na luta pelo título, até porque nos últimos dois anos foi vice-campeão), numa pré-temporada marcada por várias mexidas. A Ferrari, por exemplo, contratou o espanhol Carlos Sainz, que correu pela McLaren em 2020, para ser colega de equipa de Charles Leclerc. Na Red Bull, Verstappen terá como parceiro o mexicano Sergio Pérez, que no ano passado foi uma das sensações do circuito, com uma vitória no GP de Sakhir e um quarto lugar final no Mundial de pilotos..Esta temporada fica ainda marcada pelo regresso do espanhol Fernando Alonso, depois de dois anos fora da F1 a competir noutras variantes (WEC e Rali Dakar). O bicampeão mundial (2005 e 2006) será a grande estrela da Alpine (novo nome da Renault) e irá correr ao lado do francês Esteban Ocon. "Tão bom como Hamilton e Verstappen? Não, sou melhor. Estou ansioso para voltar às pistas. Neste ano temos jovens que mostraram grande qualidade nas categorias inferiores e vários pilotos campeões. Vamos ter uma grelha muito competitiva e será um enorme desafio enfrentá-los na pista", referiu o espanhol, de 40 anos..Twittertwitter1375192327824814082.A McLaren também espera um ano melhor do que anterior e para isso foi buscar um peso-pesado: Daniel Ricciardo. Esta temporada fica ainda assinalada pela entrada da Aston Martin na Fórmula 1 e logo com uma contratação sonante - foi buscar Sebastian Vettel, 33 anos, quatro vezes campeão mundial, à Ferrari, para formar dupla com Lance Stroll, filho do milionário Lawrence Stroll, dono da equipa, que em 2020 deu nas vistas e até conquistou um pódio em Itália..Favoritos e dança de pilotos à parte, esta temporada terá ainda mais um grande foco de interesse: a presença de Mick Schumacher no circuito. O piloto alemão, de 22 anos, filho do heptacampeão Michael Schumacher, vai correr pela Haas, ele que mostrou ótimos resultados no ano passado na Fórmula 2, sagrando-se campeão.."Já caí em mim e estou muito empolgado com a minha primeira corrida. Penso que há 30 anos o meu pai estava a fazer a primeira prova, e que agora chegou a minha vez. É uma sensação incrível. Estou muito feliz por estar finalmente aqui, poder competir com todos e mostrar o meu potencial a trabalhar para uma grande equipa. Vou aprender e melhorar como piloto e ser humano", disse há dias Mick Schumacher, que terá como colega o russo Nikita Mazepin..Twittertwitter1375083799487348737.O Grande Prémio de Portugal volta a integrar o Mundial de F1, em 2 de maio, pela 18.ª vez, a segunda consecutiva no Algarve. A novidade foi confirmada no início deste mês pelo presidente e diretor executivo da F1, Stefano Domenicali..O responsável pela competição salientou a ambição de voltar a contar com público no recinto algarvio, tal como em 2020, quando o britânico Lewis Hamilton (Mercedes) venceu a prova. Mas não deverá ser bem assim, pois apesar de não ser ainda oficial, fonte do governo disse ao Expresso que "até ao fim deste período de desconfinamento", eventos como os jogos da I Liga de futebol e o Grande Prémio de Fórmula 1 "não terão público"..YouTubeyoutubenQ8du5ysxTI.O presidente do Turismo do Algarve referiu na altura ter sido apanhado de surpresa com a notícia, e garantiu que estava a trabalhar com a Direção-Geral da Saúde, e com outras instituições, para que a presença de espectadores possa ser uma realidade no Autódromo Internacional do Algarve..João Fernandes deu mesmo como exemplo provas que vão realizar-se a par da etapa portuguesa do Mundial de Fórmula 1 - entre 30 de abril e 2 de maio -, em países como Espanha e Itália, que têm prevista a presença de público e estão com "situações epidemiológicas piores"..Neste fim de semana, o GP do Bahrein vai ter algum púbico nas bancadas. A organização da prova, contudo, estabeleceu dois requisitos: só podem assistir à corrida pessoas que tenham sido vacinadas ou que já tenham contraído a doença. Neste último caso, os espectadores terão ainda de apresentar às autoridades um teste negativo. E todos os presentes terão de usar máscara..nuno.fernandes@dn.pt