Benfica voou para a liderança provisória nas asas de Rafa Silva
O Benfica terminou o ano de 2023 com uma vitória, na Luz, perante o Famalicão, por 3-0, que permite aos campeões nacionais assumirem a liderança da I Liga de forma provisória, uma vez que o Sporting apenas joga esta noite em Portimão.
É bom que se diga que resultado de ontem acaba por ser demasiado penalizador para os minhotos, que se apresentaram na Luz com um futebol positivo, sem autocarros à frente da baliza, e virado para o ataque. Ainda assim, o triunfo encarnado não pode ser colocado em causa, sobretudo pela excelente primeira parte que fez, e pela grande exibição de Rafa Silva que fez um golo e duas assistências num jogo especial na sua carreira, Arthur Cabral reconciliou-se com a Luz e Petar Musa voltou aos golos.
Roger Schmidt abordou este jogo com a experiência de há um mês quando o Famalicão se apresentou na Luz, para a Taça de Portugal, a dividir o jogo. O treinador do Benfica sabia à partida que estava privado de três habituais titulares - Otamendi, Ángel Di María e Tengstedt - e não teve medo em apostar no jovem Tiago Gouveia e em Arthur Cabral, tantas vezes contestado entre os benfiquistas antes do golo em Salzburgo. Já a entrada de Tomás Araújo para o eixo central da defesa não surpreendeu porque já tinha sido testada na Taça da Liga com o AVS.
O treinador alemão ganhou as apostas que fez no onze e não foi surpreendido pelos famalicenses que entraram no relvado da Luz com o mesmo espírito e identidade que marcam as equipas de João Pedro Sousa.
Os primeiros minutos foram repartidos com Gustavo Sá e Topic a marcarem o ritmo dos minhotos, procurando lançar Chiquinho (extremo emprestado pelo Wolverhampton), Jhonder Cadiz e Théo Fonseca. Contudo, a verdade é que Trubin não foi incomodado.
Aos poucos, o Benfica assumiu as rédeas da partida com um futebol rápido, com muita intensidade, onde João Neves e Kökçü assumiram desde logo um enorme protagonismo na procura de espaços entre linhas pelo meio ou nas costas dos laterais do Famalicão. Aliado a isso, os encarnados exerceram uma enorme pressão na zona de construção do adversário, à semelhança da imagem de marca do Benfica na época passada.
Os famalicenses foram sentindo cada vez mais dificuldades em lidar com as arrancadas de Rafa e Tiago Gouveia, vendo-se empurrados para o seu meio-campo. Os encarnados foram criando ocasiões, até que aos 31 minutos surgiu o golo. João Neves libertou-se da pressão adversária com um lance vistoso e, com um passe certeiro, lançou a velocidade de Rafa, que assistiu para Arthur Cabral desviar para o seu primeiro golo na I Liga e quarto da temporada.
A perder o Famalicão entrou para o segundo tempo com as linhas mais subidas e a pressionar a primeira zona de construção do Benfica. E, tal como no início da partida, o jogo esteve bastante dividido.
João Neves teve nos pés o segundo golo aos 56 minutos, não fosse Otávio ter tirado a bola quase em cima da linha de baliza. Só que a partir desse momento, emergiram os guarda-redes. Trubin começou por parar um remate de Chiquinho, que apareceu isolado na área. Na resposta, Luiz Júnior brilhou perante Kökçü e Arthur Cabral. Depois, foi outra vez Trubin a defender o remate de Théo Fonseca.
Foram cinco minutos loucos que deixaram o Benfica... intranquilo. Ainda para mais porque Aursnes lesionou-se e acabou por ser substituído, falhando assim os primeiros minutos da época. Pelo meio, Zaydou Youssouf rematou de longe ao poste, naquele que foi o último sinal de perigo do Famalicão.
O Benfica acertou as marcações e começou a conseguir explorar os espaços nas costas da defesa minhota, sobretudo graças às transições de Rafa Silva, que assinalou o seu 500.º jogo da carreira e 300.º de águia ao peito com o golo da tranquilidade aos 85 minutos, num lance em que foi assistido por Petar Musa. O croata acabaria por assinar o terceiro golo, com mais uma assistência de Rafa, que fez um jogo para mais tarde recordar.