Liga alemã quer rever a regra '50+1' para atrair investidores
A intenção de mudança foi revelada em Frankfurt aos jornalistas internacionais por Christian Seifert, presidente da Liga de futebol alemã (DFL), explicando que "está em estudo" a revisão da regra conhecida por '50+1', que impede a um investidor único possuir a maioria do capital de um clube.
"Vamos iniciar um processo com os 36 clubes profissionais (Bundesliga e segunda divisão) para rever esta regra, velha, de 20 anos", disse Seifert, que no entanto admitiu que deverá haver resistências e que não conta concluir a revisão antes do final do ano.
Na Alemanha, a cultura de clubes é tradicionalmente de associação, sendo detidos e geridos pelos sócios.
"Os estados estão cheios, os preços dos lugares são acessíveis, toda a sociedade vem ao estádio - jovens, velhos, negros, brancos, ricos, pobres, é um desporto para toda a gente e isso é um traço muito particular da Bundesliga", disse Seifert, que evocou o 'Muro Amarelo' de Dortmund, a tribuna popular mais vasta de Europa e onde se pode ir apoiar o Borussia por 15 euros.
A regra do '50+1' "fez da Bundesliga o que ela é hoje", diz o presidente da DFL, consciente da necessidade de encontrar um "meio-termo que permita "passar de bem a muito bem e não só enriquecer os clubes".
Seifert defende igualmente que é preciso evitar que os clubes se tornem "simples produtos que se compram agora para vender amanhã". Há que "preservar valores importantes para as cidades e os seus habitantes", juntamente com a procura de "melhores possibilidades de investimento para investidores sérios e duradouros".
O líder da DFL já tinha deixado um alerta ao constatar o claro recuo dos clubes germânicos nas competições internacionais. Na última época, nenhuma equipa chegou às meias-finais, o que já não acontecia desde 2004-2005, e na atual só o Bayern Munique avançou para os 'oitavos' da Liga dos Campeões, enquanto Leipzig e Dortmund caíram para a Liga Europa, onde já não havia mais equipas do país.
"É uma questão de dinheiro. Se queremos ser competitivos, temos de aceitar, até um certo ponto, as regras comerciais", justificou.