Formação rendeu mais de mil milhões de euros aos três grandes na última década
Marco Vaza

Formação rendeu mais de mil milhões de euros aos três grandes na última década

Benfica foi o que mais lucrou com jogadores da formação desde a temporada 2014-15, com 536 milhões, quase tanto como Sporting e FC Porto juntos. Quenda é a pérola mais recente e entrou para o top-5.
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Formação de ouro! A recente venda dos passes dos leões Geovany Quen- da e Dário Essugo ao Chelsea contribuiu para rechear os cofres do Sporting - com cerca de 73 milhões de euros - e fez crescer a verba vinda da formação dos três grandes do futebol português. Benfica, Sporting e FC Porto fizeram mais de mil milhões de euros em transferências de jogadores formados nas suas academias. Mais precisamente 1140, 1 milhões de euros desde o início da época 2014-15.

O Benfica é o clube que conseguiu tirar mais dividendos da sua academia neste período, segundo dados do site Transfermarket e que contemplam jogadores que fizeram, pelo menos, um ano pelo clube num escalão da formação. O emblema da Luz totaliza 536 milhões de euros, quase o mesmo que Sporting e FC Porto juntos: 604,1 milhões.

O Centro de Formação e Treino do Seixal, rendeu assim mais de 500 milhões de euros com a venda de passes de 26 jogadores lá formados desde a época 2014-15. João Félix continua a ser a maior venda das águias e da formação made in Portugal. O agora jogador do AC Milan, por empréstimo do Chelsea, mudou-se para o Atlético Madrid, em 2019, por 126 milhões de euros e lidera a lista das maiores transferências do futebol nacional.

Nos últimos anos os valores do mercado de transferências inflacionaram de forma significativa e as vendas dos clubes portugueses ganharam destaque internacionalmente, como a de Quenda, que passou a ser a maior venda da afamada formação leonina e que entrou para o Top-5 das transferências, depois dos antigos benfiquistas João Félix (126M€), Rúben Dias (68M€), Gonçalo Ramos (65M€)e João Neves (60M€). Todos nas últimos cinco épocas.

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O Sporting totaliza 382 milhões de euros em receitas geradas por jogadores formados na Academia Cristiano Ronaldo, nome daquele que é considerado o maior produto da formação leonina. A maior fatia gerada de 2014 a 2018, mas nenhuma das 26 transferências anteriores chegou aos valores agora atingidos pelo jovem de 17 anos, que se prepara para se estrear pela seleção nacional: Geovany Quenda

Impressionante, tendo em conta que na primeira década do Século XXI (2001 e 2009), os leões tinham recebido 61,8 milhões de euros, mais de dois terços do montante total das vendas realizadas pelo clube.

Um dos dilemas mais antigos do futebol de formação prende-se com o formar para vender ou render desportivamente. E Quenda é um bom exemplo desse dilema: apesar do acordo entre os clubes para a transferência, ficará mais uma temporada no Sporting por empréstimo do Chelsea, mudando-se para Inglaterra apenas no verão de 2026, num negócio de 51 milhões de euros.

Um valor que superou a verba garantida com a saída de João Mário para o Inter Milão, em 2016, e os conseguidos com a transferência de Nuno Mendes para o PSG há duas épocas e meia. E com esse dado extra dos parisienses terem pagado mais sete milhões pelo empréstimo de um ano do lateral esquerdo.

Dário Essugo, outro produto de Alcochete, também segue para Londres, com os blues a pagarem aos leões uma verba na ordem dos 22 milhões, fazendo dele um dos maiores negócios da era moderna da formação do Sporting.

Vitinha, produto do Olival

A aposta do FC Porto na formação tem sido mais significativa nos últimos anos e com lucros consideráveis. Os dragões fizeram negócios no valor de 221, 28 milhões de euros desde 2014-15 com a venda de jovens formados no Olival, com destaque para o negócio recente de Vitinha para o PSG (41, 5 milhões de euros). Mas também as transferências de jovens talentos como Fábio Silva ou Fábio Vieira (está de volta ao clube por empréstimo do Arsenal), André Silva e Rúben Neves renderam centenas de milhões de euros.

Antes, o caso mais antigo de uma venda milionária na formação azul e branca tinha sido a de Bruno Alves para o Zenit, na época 2010-11, por 22 milhões de euros, valor igual ao que o Manchester United pagou ao FC Porto pelo passe de Diogo Dalot em 2018.

Milhões que provam que o futebol português não só ganhou a fama de bem formar, como os clubes estão a tirar proveito disso mesmo. E Benfica, Sporting e FC Porto que o digam.

isaura.almeida@dn.pt

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