O FC Porto voltou ontem às vitórias goleando no Dragão o Paços de Ferreira, por 4-1, num jogo em que Artur Soares Dias marcou dois penáltis para a equipa da casa e que Brahimi e André Silva transformaram. Foi a 22.ª vitória da equipa nesta Liga e, se ganhar em Moreira de Cónegos na última jornada, igualará o número das que conseguiu na (péssima) época passada, o que diz alguma coisa sobre aquilo que foi esta época..O ano no Dragão terminou com uma vitória robusta, mas Nuno saiu rapidamente do campo no final, nem querendo receber os aplausos. E a verdade é que o Paços de ontem foi bem melhor do que aquele que em janeiro tirou dois pontos aos portistas. Esteve a ganhar mas permitiu a reviravolta rápida e sofreu o terceiro logo a abrir a segunda parte. E esse 3-1 matou as ambições que o treinador tinha - ganhar pela primeira vez ao FC Porto fora de casa..Nuno Espírito Santo juntou ontem no onze titular Corona, Brahimi e Otávio, coisa raríssima e que, se deu alto nível técnico a muitas jogadas, também trouxe alguns problemas defensivos a uma equipa habituada a jogar com mais equilíbrios do que desequilíbrios. Ainda para mais era André André o trinco, com Herrera ao lado, não Danilo ou Rúben Neves (ambos no banco), ou seja, faltavam os homens capazes de dar esses equilíbrios defensivos..Danilo entrou a meio da segunda parte para não correr riscos nenhuns já que havia ali alguns problemas, embora alguns corrigidos pela entrada de Diogo Jota ao intervalo (saindo Corona, com coisas geniais e outras de trapalhão - o mexicano precisa de encontrar um treinador que o obrigue a ser um jogador mais simples e eficaz porque talento tem ele que chegue). É preciso fazer crescer alguns destes jogadores, sobretudo aqueles que são mais jovens porque no Dragão não há dinheiro para craques..O Paços, depois de dez minutos sob pressão, começou a conseguir sair e marcou primeiro (à terceira oportunidade, diga-se), num remate de Andrezinho à entrada da área que desviou em Ricardo Valente e colocou Casillas fora do lance enquanto a bola entrava devagarinho (31")..Reviravolta e dois penáltis.Em oito minutos, porém, o FC Porto deu a volta ao jogo, primeiro num golo da sociedade mexicana Herrera-Corona, com o primeiro a marcar de cabeça; e logo a seguir num penálti bem assinalado por Artur Soares Dias - Bruno Santos fez alavanca em Brahimi e derrubou-o. O argelino marcou mal o penálti, Mário Felgueiras tocou na bola, mas mesmo assim entrou. O guarda-redes pacense não teve sorte nenhuma nos dois primeiros golos, diga-se, mas no terceiro Diogo Jota não lhe deu hipóteses, depois de uma assistência de Soares. Jota não festejou porque foi três anos jogador do Paços de Ferreira..A segunda parte foi longa, depois do golo cedo, mas o FC Porto chegou ao quarto em nova grande penalidade, agora cometida sobre Diogo Jota - aparentemente outra boa decisão do árbitro, que não terá, com certeza, desta vez, nenhum remoque da newsletter Dragões Diário. André Silva transformou-o de forma competente e lá marcou o golo de que andava à procura há muito tempo, mostrando nos minutos que jogou que talvez devesse ser ele o titular, pela categoria, e não tanto Soares. Aí está uma boa discussão que se calhar vai ser preciso fazer no Dragão antes da próxima temporada.