FC Porto vence Juventus. No aproveitar é que esteve o ganho
Histórico e a dobrar! O FC Porto venceu a Juventus pela primeira vez na história (2-1) e passou a ser a equipa portuguesa com mais triunfos na Champions (115, contra as 114 do Benfica). A estatística era mais do que desfavorável: um empate e quatro derrotas em cinco duelos até esta noite, incluindo uma final da Taça das Taças (1984).
Ao sexto jogo, no Estádio do Dragão, a equipa portista mostrou uma cara europeia bem mais risonha da que tem exibido na I Liga e venceu a equipa de Cristiano Ronaldo. Se quiser as aspirar a vencer a sexta Champions da carreira, o português terá de recuperar da desvantagem de um golo na segunda mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões é no dia 9 de março, em Turim. Para já o dragão está em vantagem e se continuar a mostrar esta faceta em campo pode sonhar com os quartos de final e mais alguns milhões...
Mesmo que saia da cabeça do genial Andrea Pirlo, não há estratégia que resista a um erro como o cometido pela defesa da Juventus ainda antes do cronómetro marcar os dois minutos de jogo e que resultou no golo do FC Porto. Apertado, Bentancur atrasou a bola para Szczesny, mas Taremi estava atento e conseguiu antecipar-se ao guardião polaco e fazer o golo portista.
Foi o 16.º golo do iraniano na época, o primeiro na Champions. A bem da verdade Taremi deve ser o jogador na história com maior índice de eficácia na Liga dos Campeões. Na estreia marcou aos dois minutos. É o quinto iraniano a marcar na liga milionária da UEFA -o primeiro foi Ali Daei, o tal cujo recorde de golos pela seleção Ronaldo persegue.
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Depois do empate com o Boavista (2-2) e das críticas à entrega dos jogadores, Sérgio Conceição promoveu quatro alterações no seu onze titular (4x4x2). Saíram Diogo Leite, Malang Sarr, Fábio Vieira e João Mário e entraram Chancel Mbemba, Zaidu Sanusi, Otávio e Matheus Uribe. Do lado da Juve, já se sabia que Pirlo não podia contar com Cuadrado, mas o técnico bianconero ainda fez mais duas mudanças no seu onze titular (4x4x2): Bernardeschi e Álvaro Morata deram lugar a McKennie e Kulusevski.
A Juventus vinha de uma derrota com o Nápoles que o deixou a sete pontos da liderança do Calcio e teve uma entrada desastrada do Dragão. A vecchia signora tentava construir desde a defesa, mas a engrenagem do processo revelou alguns problemas. Jogar futebol curto e de passe em passe permitiu que a bem organizada e aguerrida equipa de Sérgio Conceição antecipasse os movimentos italianos e criar alguma superioridade nas transições ofensivas, subindo as linhas.
Ronaldo não tinha espaço e a Juve não os conseguia criar. O primeiro e único lance de perigo da Juventus aconteceu aos 40 minutos - um cabeceamento fraco de Ronaldo para as mãos de Marchesín - que e já depois de Chiellini sair devido a lesão. O intervalo chegou assim com os dragões em vantagem. Um golo em 45 minutos e com apenas 39% de bola é surpreendente, mas revela a coerência defensiva dos portistas e a agilidade de Taremi a aproveitar um erro do adversário.
Se a primeira parte começou com um golo aos dois minutos a segunda só precisou de 18 segundos. Manafá furou e assistiu Marega, que recebeu e finalizou de pé esquerdo! E o terceiro esteve à vista aos 52 minutos, mas Szczesny impôs-se com categoria ao remate de Sérgio Oliveira.
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Apesar de ter voltado dos balneários mais rápida e ofensiva, a Juventus continuava sem conseguir chegar com qualidade ao último terço do terreno. Os remates de longa distância eram a imagem do desespero italiano. Morata trouxe mais bola ao ataque da Juve, mas foi Chiesa quem criou a grande oportunidade de golo da Juventus... Marchesín fez uma boa defesa e impediu a reação da equipa de Turim aos 77 minutos.
Era preciso paciência e frieza. A Juve para marcar e o FC Porto para segurar o resultado...
Chiesa reduziu aos 82 minutos e Ronaldo teve o 2-2 nos pés, mas, imagine-se... não acertou na bola. O grito de frustração ecoou no Dragão onde tantas vezes já foi feliz. O jogo acabou com CR7 caído na área portista e a pedir grande penalidade, mas o árbitro mandou seguir e deu o jogo por terminado...
"Conseguimos entrar a ganhar mas não foi por acaso (...) Estivemos bem, podíamos ter feito o 3-0 pelo Sérgio Oliveira. É um amargo de boca, os jogadores não mereciam aquele golo que sofremos", elogiou Sérgio Conceição no flash interview da TVI/Eleven Sports.
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A partida tinha começado com um abraço entre o capitão do FC Porto e Ronaldo. Um gesto que reflete a amizade que os une desde 2003... quando ambos jogavam no Sporting. Pela primeira vez jogaram um contra o outro e no final levou a melhor o defesa central do FC Porto. "Foi especial. Tenho um carinho imenso por ele, o Ronaldo sabe disso. Mas o mais importante é termos conseguido a primeira vitória na história do FC Porto sobre a Juventus", disse Pepe no final do encontro.
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