"Fernando Santos foi o único que me deu confiança"

Extremo explica abraço sentido no final do jogo e mostra gratidão ao técnico nacional
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Ricardo Quaresma tem sido um homem em foco na seleção nacional. Marcou à Croácia e colocou Portugal nos quartos-de-final e anteontem apontou a grande penalidade decisiva que carimbou o passaporte para as meias-finais à custa da Polónia. E no fim deu um sentido abraço a Fernando Santos, que tem uma explicação.

"Aquele abraço significa muito, porque Fernando Santos é dos treinadores que merece o meu respeito para sempre. Foi dos poucos, ou mesmo o único selecionador, que me deu a confiança que eu precisava. E não digo isso para que ele me ponha a jogar, porque graças a Deus não preciso de carregar malas a ninguém. Digo porque é isso que sinto e agradeço-lhe tudo o que tem feito por mim", referiu o futebolista de 32 anos a alguns jornalistas portugueses, já depois da festa do apuramento.

Quaresma não gosta de ser segunda opção. Mas, neste caso, fala de uma forma pouco habitual de um treinador que raramente o coloca no onze inicial. Porquê? "Porque quando não jogava no FC Porto, foi o único que meteu a cabeça e o corpo por mim quando muita gente me criticou e disse que eu não devia vir ao Europeu. Mas ele sempre apostou em mim. Por isso, só tenho de lhe agradecer e dentro do campo dar-lhe alegrias", sublinha, e o que é facto é que não tem desiludido Fernando Santos. Ainda assim, apesar dos elogios feitos ao técnico, o extremo mantém a ambição de ser uma das opções iniciais, mas agora sem aquela obsessão de outrora pois há muitas maneiras de ser importante: "Espero sempre jogar. Nenhum jogador que está aqui espera ficar de fora, mas cabe ao selecionador decidir quem vai jogar. Sou mais um para ajudar e é isso que realmente interessa."

A última grande penalidade desencadeou uma festa sem limites em Portugal e em cada canto do mundo onde existia um português. Coube a Quaresma rematar para a euforia. E isso estava previamente decidido. "Já sabia que ia marcar o quinto penálti. Soube logo no início quando o Cristiano Ronaldo assumiu o primeiro e eu assumi o último. Se ele assumisse o último eu assumia o primeiro", revelou, sem esconder qual foi o segredo para meter a bola na baliza da Polónia sabendo de antemão que em caso de sucesso Portugal estaria automaticamente nas meias-finais: "Frieza, porque no último penáti ficámos com o país nas mãos."

Portugal tem adotado um estilo de jogo mais prático e com menos fantasia o que tem levado os tecnicistas, como Ricardo Quaresma, a adaptarem-se a uma forma diferente de jogar. O jogador concorda e mostra disponibilidade para esta nova forma de pensar. "Sim, é fácil a adaptação, até porque o futebol já não é como há três ou quatro anos. Isto está sempre a evoluir. Um jogador tem de se adaptar ao momento. E os jogadores mais tecnicistas, como eu, têm mostrado que estão prontos para este tipo de futebol. Convidado a revelar se já se imaginou a levantar a Taça no dia 10 de julho em Paris, o avançado sorriu, mas optou pelo politicamente correto: "Imagino-me, isso sim, a vencer a próxima final, depois pensamos no resto."

O craque Renato

Renato Sanches tem sido uma das boas surpresas. De Portugal e do próprio Europeu de futebol. Ricardo Quaresma chegou mesmo a partilhar após o encontro com a Polónia uma fotografia no Instagram em que se vê o jovem ex-Benfica a festejar o seu golo com Ricardo Quaresma. Este não economiza nos elogios ao novo reforço do Bayern Munique:

"O Renato tem uma personalidade muito forte. É um craque e merece tudo o que lhe está a acontecer. É um jovem fantástico e desejo-lhe a maior sorte do mundo."

Em Marcoussis

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