Estrelas mundiais aquecem os “motores” na Volta ao Algarve
A 50.ª edição da Volta ao Algarve vai esta quarta-feira para a estrada com aquele que é considerado o melhor pelotão das últimas edições de uma prova que representa praticamente um ensaio para a nova temporada de ciclismo.
Tem sido comum a presença de grandes estrelas mundiais, mas este ano vai servir de rampa de lançamento para as grandes clássicas da época para o norte-americano Sepp Kuss (Visma-Lease a Bike), vencedor da Vuelta 2023, dos britânicos Geraint Thomas (INEOS), vencedor do Tour 2018, Thomas Pidcock (INEOS), campeão olímpico de cross country em 2020, e Tao Geoghegan (Hart Lidl-Trek), campeão do Giro 2020, e ainda os belgas Wout van Aert (Visma-Lease a Bike), vencedor de nove etapas do Tour e da clássica Milão-Sanremo, e Remco Evenepoel (Soudal Quick-Step), vencedor da Vuelta em 2022.
Este ano há um grande aliciante para a “Algarvia”, afinal há dois ciclistas que vão procurar igualar o feito do português Belmiro Silva, o único que até hoje conseguiu vencer a prova por três vezes (1977, 1981 e 1984), são eles Evenepoel, de 24 anos, e Geraint Thomas, de 37. O prodígio belga vai participar pela terceira vez e subiu ao lugar mais alto do pódio em 2020 e 2022, tendo já assumido que se trata de uma prova que tem bastante significado para si, afinal foi sempre prenúncio de uma época de grandes conquistas, pois em 2020 conquistou a Volta à Polónia e em 2022 foi o vencedor da Vuelta, que é até hoje o maior feito da ainda curta carreira do ciclista da Soudal Quick-Step.
Já o veterano galês venceu em 2015 e 2016 e foi segundo classificado em 2018, surgindo no Algarve como líder da INEOS que se apresenta bastante forte com Pidcock, neerlandês Thymen Arensman e o italiano Filippo Ganna, que ficou em segundo lugar na geral do ano passado. Outro dos motivos de interesse é o regresso à competição de Geoghegan Hart, agora ao serviço da Lidl-Trek, depois de ter fraturado a anca no Giro 2023.
Estas estrelas de primeiro plano do ciclismo mundial vão no entanto ter de enfrentar o colombiano Daniel Martínez (BORA-hansgrohe), o surpreendente vencedor da Volta ao Algarve da época passada, na qual levou a melhor sobre Ganna no contrarrelógio final por apenas dois segundos.
A “Algarvia” mantém pois a tradição de ser a prova ciclista portuguesa com mais estrelas no seu pelotão, afinal do lote de vencedores constam nomes como os de Melchor Mauri (1999), Alex Zülle (2000), Alessandro Petacchi (2007), Alberto Contador (2009 e 2010), Primoz Roglic (2017) e Tadej Pogacar (2019).
Em relação aos ciclistas portugueses, o principal ausente é João Almeida que tem a sua preparação atrasada devido a uma gripe e cuja presença iria despertar enorme interesse, afinal esta época irá competir pela primeira vez na Volta a França.
Assim sendo, o veterano Rui Costa (EF Education-EasyPost), de 37 anos, é a principal figura entre os atletas nacionais, que irá tentar melhorar o terceiro lugar alcançado em 2014, sendo que na época passada ficou pela 10.ª posição. Rui Oliveira e António Morgado, ambos da UAE Emirates, serão outras presenças a ter em conta num pelotão de 175 ciclistas, que começa hoje em Portimão e terminará no domingo no decisivo alto do Malhão, em Loulé, num total de 752,7 quilómetros distribuidor por cinco etapas.