O ec-campeão mundial e olímpico de estrada, Fabien Cancellara, é agora dono de uma equipa, a Tudor Pro Cycling Team
O ec-campeão mundial e olímpico de estrada, Fabien Cancellara, é agora dono de uma equipa, a Tudor Pro Cycling TeamGaetan / Tudor

De campeão a dono de equipa: as esperanças de Cancellara no Giro de Itália

A 107ª edição do Giro de Itália arrancou sábado em Turim. O DN falou, após a primeira etapa, com o diretor da equipa Tudor, o ex-ciclista e campeão olímpico Fabien Cancellara, e com uma das grandes apostas da equipa, o australiano Michael Storer.
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A cidade de Turim vive para o ciclismo neste domingo. Camisolas rosa nas janelas, bancas com produtos da 107ª edição da Volta à Itália em bicicleta, música e festa e muito público para seguir os últimos quilómetros da primeira etapa que termina na cidade do norte de Itália. Antes de chegar a Turim, a prova passou pelos montes circundantes a esta cidade da região do Piemonte, com inúmeros tiffosi a apoiar os seus ciclistas.

Entre o percurso esteve a passagem pelo monte Superga, onde, precisamente a 4 de maio 1949, um avião que transportava a equipa de futebol do Torino embateu contra a Igreja no topo do monte provocando a morte de toda a equipa de futebol e de alguns jornalistas que seguiam num voo que regressava de Lisboa, depois de um jogo amigável com o Benfica. Para além da festa do Giro, e das camisolas rosa, a cidade Italiana recordou e homenageou as vítimas da tragédia. 

Regressando ao ciclismo, a primeira etapa foi ganha ao sprint pelo equatoriano Jhonatan Narváez (da equipa Ineos), que bateu por escassos centímetros o super favorito para esta edição, Tadej Pogacar (da equipa EAU), e o alemão Maximilian Schachmann (da equipa Bora). No final da etapa, que move um autentico circo – entre autocarros, patrocinadores - a fazer lembrar a Formula 1, o DN teve acesso a uma curta conversa com o dono da equipa Tudor Pro Racing Team, o consagrado ex-ciclista Fabien Cancellara. O suíço foi vencedor de várias etapas no Tour de France, em seis edições, vestiu a camisola vermelha da Vuelta por três vezes e foi campeão mundial e olímpico. Uma autentica estrela do ciclismo, simpático e que não nega autógrafos e fotografias com os seus fãs.

No meio dessa azáfama, no final da primeira etapa, Cancellara disse estar “muito orgulhoso” pela estreia da sua equipa numa prova do World Tour (que engloba as maiores voltas, como o Tour de França e a Vuelta a Espanha). “Estou já a pensar na próxima etapa. Para mim, para além do grande prazer que é estar aqui, é também o meu trabalho e, por isso, mal termina uma etapa começamos logo a pensar na próxima (que decorre este domingo)”. Ainda sobre a primeira etapa sublinhou o “orgulho” na estreia da sua equipa, a Tudor, entre as grandes. “Começamos este projeto há um ano e cinco meses, antes disso não havia nada, e agora estamos aqui e isso aconteceu graças ao empenho de toda a equipa”.

Como ex-corredor, admite que o Giro será muito em redor daquilo que Tadej Pogacar irá fazer, “mas ainda faltam 20 etapas até ao final, vamos ver. A minha equipa sabe o que tem de fazer e temos como objetivo ganhar etapas”. Segundos depois da conversa com o DN, Cancellara voltou às fotografias e autógrafos com os fãs.

Aposta de futuro

No stress das equipas, que mal terminam a prova têm como principal objetivo recuperar os ciclistas – a preocupação com a higiene é levada aos extremos -, o DN conseguiu, minutos antes do autocarro da Tudor seguir viagem, conversar com uma esperanças para as possíveis futuras conquistas da equipa da Tudor, o australiano Michael Storer, campeão australiano de juniores (2015), e vencedor de duas etapas na edição de 2021 da Vuelta (pela equipa Groupama).

Ao DN explicou que a sua primeira etapa do Giro com as cores da Tudor “foi muito difícil”. “Estava a sentir-me muito bem, mas a partir do momento em que o Pogacar aumentou o ritmo, não consegui acompanhar. Mas este é o primeiro dia de uma viagem muito longa, por isso espero sentir-me bem nos próximos dias”. Para o australiano, nascido na cidade de Perth em1997, “um bom resultado é ver a minha equipa ganhar etapas, temos opções para o fazer em quase todas as etapas, corredores como o Marius Mayrhofer e o Mateo Trentin, e outros, estão em boas condições para o fazer”.

O ciclista australia Michael Storer.
Créditos: Gaetan / Tudor


Após a primeira etapa, na estreia da equipa numa das principais provas do circuito profissional de ciclismo, o australiano sublinhou o espírito de equipa mas não deixou de indicar a pressão que sente. “Sinto um pouco de pressão, mas estamos no Giro de Itália, não é um passeio de fim-de-semana com os amigos, é uma corrida, e por isso há sempre pressão”.


O Giro está nas estradas de Itália nas próximas três semanas, com a etapa final a terminar em Roma. Entre os corredores há apenas um português a participar, da equipa UAE, Rui Oliveira. João Almeida, seu companheiro de equipa e que nas últimas duas edições do Giro esteve nos lugares da frente, e vestiu a camisola rosa do Giro, não participa no Giro deste ano porque vai fazer a sua estreia no Tour de França que decorre entre 29 de junho a 21 de julho.

Filipe Gil, em Turim, Itália

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