A assinatura dos contratos-programa entre o Governo, o Comité Olímpico de Portugal (COP) e o Comité Paralímpico de Portugal (CPP) pode vir a constituir uma alteração na preparação nacional para 2028 (Jogos Olímpicos e Paralímpicos) e para 2029 (Jogos Surdolímpicos). As três entidades assinaram os anunciados contratos-programa que preveem um aumento no modelo de financiamento, destinado a garantir condições adequadas de preparação, qualificação e participação das seleções nacionais.No caso dos Comités Olímpico e Paralímpico, o contrato-programa estabelece os mecanismos de apoio ao desenvolvimento do alto rendimento, abrangendo a preparação dos atletas, o acompanhamento técnico e científico, a formação de treinadores e equipas multidisciplinares, bem como a participação em competições internacionais de qualificação. O objetivo é criar condições que permitam maximizar o desempenho desportivo e reforçar a competitividade de Portugal no contexto olímpico.De acordo com as declarações do Presidente do COP, Fernando Gomes, “este é um instrumento prático e ambicioso que traduz em medidas concretas o compromisso que assumimos com os nossos atletas e com o todo o movimento desportivo nacional. Consideramos especialmente positivo o aumento de 30% do apoio à Preparação Olímpica, medida que permitirá reforçar e alargar as equipas multidisciplinares de suporte: Medicina Desportiva, Psicologia, Fisiologia, Nutrição e Preparação Física, exatamente no sentido das prioridades que o Comité Olímpico de Portugal tem defendido - colocar o atleta no centro das decisões e assegurar um acompanhamento integrado, contínuo e multidisciplinar”.Estes contratos inserem-se numa estratégia que pretende valorizar o desporto inclusivo, articulando-se com o apoio já assegurado ao movimento paralímpico. Trata-se de uma abordagem que os responsáveis querem ver baseada na equidade, no mérito e no reconhecimento dos percursos desportivos.O objetivo que se deixe de falar de inclusão como uma obrigação, como referiu José Manuel Lourenço, Presidente do Comité Paralímpico de Portugal: “no futuro haverá alguém que nesta minha posição não vai falar de inclusão, porque ela já é uma coisa normal, mas agora ainda precisamos de falar. E por isso é que eu digo que esta cerimónia é inclusiva, verdadeiramente inclusiva”.Paralelamente, o contrato-programa celebrado para o apoio aos atletas Surdolímpicos garante o apoio necessário à preparação e participação dos atletas nos Jogos, no sentido de promover a igualdade de tratamento face aos restantes movimentos desportivos e reforçando a visibilidade de uma área historicamente menos valorizada.“Através do desporto, promovemos a autonomia, a autoestima e o sentimento de participação plena na sociedade. São valores centrais para uma comunidade verdadeiramente inclusiva. Ao criarmos contextos adaptados, o desporto permite que cada pessoa desenvolva o seu potencial independentemente das suas limitações”, referiu durante a cerimónia Clara Marques Mendes, Secretária de Estado da Ação Social e da Inclusão, que acrescentou que “é importante o envolvimento de todos. Clubes, escolas, associações, têm todos um papel essencial na construção destes ambientes onde a diversidade e a valorização têm sempre de ser respeitadas. Investir no desporto é investir numa sociedade mais justa, onde todos têm a oportunidade de participar, de competir e de vencer”.A assinatura dos contratos-programa surge no contexto do maior investimento público de sempre no desporto português, integrado num pacote estrutural de 65 milhões de euros, destinado a responder às diferentes dimensões do setor. Este investimento abrange não apenas o alto rendimento, mas também áreas como infraestruturas, ciência, inovação, formação, inclusão e desenvolvimento desportivo.“O Plano Nacional de Desenvolvimento Desportivo contempla um reforço sem precedentes do financiamento dos programas de preparação Olímpica, Paralímpica e Surdolímpica com aumento de 30% para os atletas Olímpicos e Paralímpicos e de 70% para os atletas Surdolímpicos. Um reforço que traduz uma mudança profunda na forma como o país apoia e valoriza os seus atletas que assegura melhores condições de treino, maior estabilidade na preparação, equipas técnicas maisqualificadas e uma maior capacidade de presença em competições internacionais”, referiu Margarida Balseiro Lopes, Ministra da Cultura, da Juventude e do Desporto. Para além do impacto direto na preparação competitiva, os contratos-programa fazem parte do plano estratégico na consolidação do ecossistema desportivo nacional. A previsibilidade do financiamento permite às entidades desportivas reforçar a sua capacidade organizativa, melhorar os modelos de acompanhamento dos atletas e aprofundar a articulação com universidades, centros de investigação e estruturas de apoio médico e científico.Por isso, Fernando Gomes fez questão de realçar que “entendemos que as federações precisam de um reforço imediato das suas equipas técnicas e de apoio, iniciamos hoje mesmo o processo que permitirá a contratação de 100 profissionais qualificados para as federações esportivas. Esta medida pretende reduzir lacunas críticas no apoio diário aos atletas, tornando mais robusta a estrutura de suporte em cada modalidade, com novos diretores técnicos, nacionais e novos gestores de Desporto”.O enquadramento destes acordos no Plano Nacional de Desenvolvimento Desportivo, apresentado recentemente, reforça a sua dimensão estratégica. O plano estabelece uma visão de longo prazo para o desporto em Portugal, articulando investimento público, planeamento e mecanismos de avaliação, com especial atenção à coesão territorial, à inclusão social e à promoção da igualdade de género. Neste sentido Margarida Balseiro Lopes reforçou a ideia de que “queremos colocar o desporto no centro da vida dos portugueses. Em dezembro de 2024, juntamente com o IPDJ e com os Comités Olímpico e Paralímpico, o Governo apresentou um investimento extraordinário de 65 milhões de euros, o maior que sempre em programas estruturais para o desporto português. O investimento pensado para responder às diferentes dimensões do setor e reforçar todas as suas dimensões. O Plano Nacional de Desenvolvimento Desportivo contempla um reforço sem precedentes do financiamento dos programas de preparação Olímpica, Paralímpica e Surdolímpica. Um reforço que traduz uma mudança profunda na forma como o país apoia e valoriza os seus atletas que assegura melhores condições de treino, maior estabilidade na preparação, equipas técnicas mais qualificadas e uma maior capacidade de presença em competições internacionais”. A assinatura dos contratos-programa com o COP e com o CPP é entendida pelo Governo como uma base sólida para a preparação dos atletas portugueses, reforçando a ambição de participação qualificada e de resultados sustentados nos maiores palcos internacionais.Por isso o Presidente do Comité Olímpico de Portugal fez questão de referir que o apoio aos atletas que estão integrados no programa de Esperanças Olímpicas será também uma realidade: “No início deste ano tínhamos 83 atletas no projeto olímpico. À data de hoje, são 133. Nas Esperanças Olímpicas, temos hoje 114 atletas, dos quais 40 já estão integrados no novo modelo de apoio. Nos últimos meses, no entanto, já colocámos em curso um conjunto de intervenções estruturais. A melhoria das infraestruturas da rede nacional dos Centros de Alto Rendimento está em andamento, para proporcionar melhores condições aos nossos atletas. Acreditamos que investir em infraestruturas é investir em resultados. Por isso, e com um sentido muito prático, teremos a requalificação de instalações esportivas por todo o território nacional”, concluiu”.