Bruno Fernandes e Bernardo Silva vão estar hoje novamente frente a frente.
Bruno Fernandes e Bernardo Silva vão estar hoje novamente frente a frente.AFP

City luta pela dobradinha, diabos pela honra e Europa

 Rivais de Manchester decidem esta tarde o troféu num duelo que terá vários portugueses como protagonistas.
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Manchester City e Manchester United decidem esta tarde (15.00 horas, SportTV1) a final da Taça de Inglaterra, em Wembley, num jogo que poderá significar a dobradinha para a equipa de Pep Guardiola ou a salvação da época para o conjunto de Ten Hag, que terminou o campeonato em 8.º lugar e só com um triunfo tem lugar garantido nas provas europeias da próxima época, neste caso na Liga Europa. Emoções que vão ser vividas por cinco internacionais portugueses - Rúben Dias, Bernardo Silva e Matheus Nunes pelo City; Bruno Fernandes e Diogo Dalot pelos diabos vermelhos.

Em termos históricos, o United tem quase o dobro das Taças de Inglaterra do City (12 contra 7) e, curiosamente, esta será uma reedição da final do ano passado, que terminou com o triunfo da equipa de Guardiola por 2-1. Nos últimos 10 anos, o Manchester City ganhou duas vezes o troféu (na época passada e em 2018-19) e o rival apenas uma (2015-16), ainda com Louis van Gaal como treinador.

Este é atualmente um dos dérbis mais mediáticos do futebol inglês, mas nem sempre foi assim. A rivalidade intensificou-se a partir de 2008, ano em que o Manchester City foi comprado por um fundo qatari (tem como proprietário o sheik  Mansour) que permitiu uma importante injeção financeira e por consequência uma aproximação em termos desportivos ao rival da mesma cidade. 

Uma mudança de paradigma que levou mesmo o lendário Alex Ferguson, na altura, a afirmar que o United tinha, a partir desse momento, a companhia de “um vizinho barulhento”, numa alusão ao forte investimento que o rival começava a fazer.

E, de facto, a afirmação veio a confirmar-se. Desde a temporada 2009-10, os citizens  somaram um total de 23 títulos, entre eles uma Liga dos Campeões e oito Campeonatos Ingleses. No mesmo período, o Manchester United só conseguiu 11, com destaque para duas Ligas Inglesas e uma Liga Europa, com José Mourinho, em 2016-17.

O United, refira-se, continua a ser maioritariamente detido pelos irmãos norte-americanos Glazer, mas tem desde dezembro um outro proprietário, Jim Ratcliffe, que adquiriu 25% do clube.

Esta diferença é também espelhada no atual valor dos dois plantéis - o City está avaliado em 1,27 mil milhões de euros e o United em 730,25 milhões. Os jogadores com maior valor de mercado dos recém-Campeões Ingleses são Erling Haaland (180M€), Phil Foden (130M€) e Rodri (110M€). Nos red devils  destacam-se Bruno Fernandes (70M€), Rasmus Hojlund (65M€) e Marcus Rashford (60M€).

Treinadores confiantes

O City parte, por isso, como favorito, até porque esta temporada venceu os dois jogos relativos à Premier League (0-3 em Old Trafford e 3-1 no Etihad). Caso triunfem esta tarde, igualam a campanha da época 1969-70, quando bateram três vezes consecutivas o rival.

O técnico catalão, que está no comando da equipa desde 2016, persegue esta tarde o 39.º troféu da sua carreira e o 18.º pelo Manchester City. “Honestamente, ter ganhado este troféu em 2019 e 2023 foram dois dos melhores dias da minha carreira de treinador. Esta é uma competição histórica e é uma honra estar na final. Tudo vamos fazer para ganhar mais este troféu e dar mais uma alegria aos nossos adeptos”, disse Guardiola, citado pelo site  oficial da federação inglesa.

Já o neerlandês Erik ten Hag, que não é seguro que continue, vê neste troféu uma oportunidade para escapar a uma época dececionante. “Foi uma época longa e, por vezes, muito difícil. Mas estamos na final e temos a oportunidade de conquistar o segundo troféu em duas épocas. As finais são para ganhar e queremos pôr as mãos na taça. Precisamos de recuperar o hábito de ganhar e um triunfo pode ser um bom antídoto já a pensar na próxima época”, referiu.

nuno.fernandes@dn.pt

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