Cavendish bate recorde do lendário Eddie Merkx com 35.ª vitória na Volta a França
Marco BERTORELLO / AFP

Cavendish bate recorde do lendário Eddie Merkx com 35.ª vitória na Volta a França

Aos 39 anos, o britânico venceu a quinta tirada do Tour 2024, superando uma marca que durava há 49 anos. João Almeida continua em oitavo da geral.
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Mark Cavendish tornou-se esta quarta-feira o recordista de vitórias em etapas da Volta a França, deixando para trás o lendário ciclista belga Eddy Merckx, ao somar o 35.º triunfo, na quinta tirada da 111.ª edição.

Após ter adiado a reforma no final da época passada, o ciclista britânico, de 39 anos, viu recompensado o seu espírito de sacrifício, isto depois de na primeira etapa ter sofrido para chegar dentro do controlo à meta, para agora bater um recorde que durava há 49 anos.

O corredor da Astana contrariou todas as probabilidades, impondo-se ao melhor sprinter do pelotão, o belga Jasper Philipsen, 13 anos mais novo, para reescrever a história de La Grande Boucle. Considerado o melhor sprinter da história, o ciclista nascido na Ilha de Man chegou mesmo a anunciar que 2023 seria a sua última temporada, tendo desistido da Volta a França quando tentava a 35.ª vitória, na sequência de uma queda logo na 8.ª etapa, em que fraturou a clavícula. Só que a sua ambição e o apoio que teve fizeram Cavendish adiar a reforma, apenas para cumprir o sonho de se isolar como recordista de etapas ganhas no Tour.

A primeira vitória na Volta a França foi há 16 anos em Châteauroux, mais concretamente a 9 de julho de 2008, quando bateu em cima da linha da meta os já retirados Oscar Freire e Erik Zabel. Na segunda participação, Cavendish conquistou quatro etapas, um número que haveria de superar no ano seguinte.

Entre as seis vitórias de 2009, destaca-se a primeira de quatro consecutivas na chegada aos Campos Elísios - foi o primeiro e único ciclista a fazê-lo. Entre 2017 e 2020, o ciclista britânico teve quatro edições do Tour para esquecer, o que mantinha o recorde de Merckx, que perdurava desde 1975, intocável. Só que em 2021, a ideia de que o fim desta marca seria uma questão de tempo renascia e até o próprio antigo campeão belga parecia torcer para que tal acontecesse: “Seria bom que batesse o recorde, tendo em conta tudo o que passou nestes anos difíceis. Merece-o, é um grande campeão.”

Atualmente com 79 anos, Merckx irá, contudo, manter durante mais alguns anos o registo de vitórias em etapas de grandes Voltas, com 64, mais nove que Cavendish (tem 17 no Giro  e três na Vuelta, além das 35 no Tour), que ocupa o 3.º lugar deste ranking  atrás o italiano Mario Cipollini (57, 42 das quais no Giro).

Na tirada de 177,4 quilómetros que ligou Saint-Jean-de-Maurienne e Saint-Vulbas, Cavendish superiorizou-se ao belga Jasper Philipsen (Alpecin-Deceuninck) e ao norueguês Alexander Kristoff (Uno-X), tendo João Almeida terminado no 87.º, com o mesmo tempo do vencedor, mantendo-se no 8.º lugar da geral, a 1.32 minutos do camisola amarela, o seu companheiro de equipa Tadej Pogacar.   

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