Já começa a ser recorrente: a conferência de imprensa de antevisão do Irão-País de Gales (que se joga sexta-feira, 10.00 de Lisboa) ficou marcada por mais um desentendimento entre Carlos Queiroz e uma jornalista da BBC presente no local..Tudo começou numa pergunta feita a Mehdi Taremi, jogador do FC Porto, feita durante a conferência, sobre a situação social e política no Irão. No final, o treinador português foi ter com a jornalista e confrontou-a: "A imprensa tem o direito de perguntar. Para nós não há problema, mas é importante que se vos respeitamos, nos respeitem. Não há mal nenhum que a imprensa pergunte o que queira, temos a liberdade de responder ou não. O que estranho é não fazerem essas mesmas perguntas a outros países com problemas também. Não acho que seja justo perguntar só a eles [aos jogadores iranianos].".Taremi, por sua vez, limitou-se a dizer que, "com todo o respeito", o que pode fazer no Mundial "é jogar futebol" e que não quer falar "de problemas políticos". "Estamos aqui para jogar futebol", defendeu o avançado..No primeiro jogo do grupo (derrota frente à Inglaterra por 6-2), os jogadores iranianos não cantaram o hino nacional do país como uma forma de protesto contra o regime, que tem sido contestado depois da morte de Mahsa Amini, uma jovem curda de 22 anos, três dias depois de ter sido detida por alegadamente ter quebrado o código de vestuário daquela república islâmica..Esta quinta-feira ficou ainda marcada pelo detenção de Voria Ghafouri, estrela do futebol iraniano. Ao que tudo indica, reportou a agência noticiosa Fars, é acusado de ter "insultado e difamado a reputação da seleção nacional e de ter feito propaganda" contra o Estado iraniano..Segundo a agência, a detenção aconteceu depois de um treino da Foolad, a equipa onde milita..O jogador de 35 anos, refira-se, publicou na sua conta de Instagram, onde estava vestido com roupas tradicionais curdas, região de onde é natural, tal como Mahsa Amini..Em julho, o jogador foi forçado a abandonar o Esteghlal, o clube mais conhecido do Irão, devido às críticas às autoridades.