Venda de Jiménez aos chineses abre já as portas da Luz a Seferovic
Haris Seferovic vive momentos de incerteza em relação ao seu futuro imediato. O avançado suíço sabe que vai representar o Benfica, mas desconhece se tal se vai efetivar neste mês de janeiro ou terá de esperar pelo final da temporada.
O avançado dos alemães do Eintracht Frankfurt, que completa 25 anos a 22 de fevereiro, aguarda pelo desenrolar da viagem que Luís Filipe Vieira está a realizar à China. A venda de Raúl Jiménez não é o único assunto em agenda da visita do presidente do Benfica ao maior país asiático. É bom recordar o que disse Luís Filipe Vieira numa entrevista concedida à TVI no início da temporada, quando o clube da Luz tinha acabado de desembolsar mais 12 milhões de euros pelo remanescente do passe que não estava na sua posse, tendo o investimento total no antigo dianteiro do At. Madrid ficado em 22 milhões de euros.
"Se o Benfica foi campeão, muito o deve aos golos dele [Jiménez]. Se chegou aos quartos da Champions, também. Estou convencido de que neste ano ele vai justificar todo este investimento. Acredito que ele vá ser dos avançados mais temidos. O meu feeling é que ele vai ser a mais cara transferência do futebol português. Não posso abrir o jogo todo, mas daqui a uns meses vão dizer-me: "Como é que ele teve aquela visão?" Não é só feeling; é estar bem informado", referiu Luís Filipe Vieira, colocando a fasquia acima dos 40 milhões, pelos quais foram vendidos Hulk, Radamel Falcao e João Mário.
Sabendo-se que o dinheiro na China não parece constituir um problema de grande amplitude, está bom de ver que Jiménez só sairá por valores a rondar (para cima ou para baixo) os 50 milhões de euros, o que levaria o mexicano a fixar um novo recorde de venda de um clube português.
É do surgimento dessa proposta que Seferovic está dependente para pegar na bagagem e embarcar rumo a Lisboa. Caso Jiménez permaneça na Luz, o helvético irá cumprir o que lhe falta da temporada na Bundesliga, na qual nesta temporada ainda só apontou dois golos em 12 aparições, um dos quais precisamente ao próximo adversário do Benfica na Liga dos Campeões, o Borussia Dortmund.
Naming, investidores
A viagem de Luís Filipe Vieira à China, na companhia do empresário Jorge Mendes, deveu-se sobretudo a contactos sobre a venda de direitos de denominação do Estádio da Luz, vulgarmente designado por naming.
Em setembro passado, Domingos Soares Oliveira, administrador financeiro da SAD do clube da Luz, disse que este é um processo "complexo" e de demorada "concretização", pois o Benfica deseja um valor "muito elevado" pelo patrocínio, semelhante ao das camisolas da equipa principal de futebol que, neste momento, difundem a marca da companhia aérea Emirates.
Na altura, e referimo-nos à realidade de há quatro meses, Domingos Soares Oliveira adiantou que 90% das propostas que o Benfica tinha em mãos eram de fora de Portugal, uma situação normal para o dirigente, pois a dimensão da marca Benfica "ultrapassa muito o mercado português" .
Mas Luís Filipe Vieira, ao que o DN conseguiu saber, está a manter contactos na China para ouvir potenciais interessados em investir na SAD do Benfica e logo numa altura em que os chineses parecem ter despertado para o futebol com largos milhões para investir.