Benfica sem ideias hipoteca milhões da Champions

Terceiro jogo na prova, terceira derrota, desta vez na Luz diante da Real Sociedad. Agora só um milagre pode salvar a equipa que está no último lugar do Grupo D e com a Liga Europa em risco. Faltou tudo às águias numa noite de chuva e de fraco futebol.
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O adeus à Champions só não é definitivo, porque matematicamente o Benfica ainda tem possibilidades. Mas é difícil acreditar em milagres, e por isso a derrota (0-1) desta terça-feira na Luz com a Real Sociedad, com uma exibição demasiado fraca, deixa as águias até em sérias dificuldades de conseguir o terceiro lugar do grupo D e passar para a Liga Europa.

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Está a ser de facto uma Champions para esquecer (zero pontos e sem golos marcados), cada vez mais com semelhanças à pior participação de sempre, em 2017-18, quando a equipa acabou a fase de grupos com seis derrotas em outros tantos jogos frente a Manchester United, Basileia e CSKA Moscovo.
Foi um Benfica sem imaginação no meio-campo, sem soluções ofensivas, perante uma Real Sociedad organizada que dominou praticamente o jogo todo, movida sobretudo pela irreverência do japonês Kubo.

Dos jogadores que estavam em dúvida, apenas Bah foi titular. Di María ficou de fora por lesão e Kökçü começou no banco. De resto, o onze benfiquista foi o esperado, com Jurásek como defesa esquerdo, Aursnes no meio-campo e Musa a referência no ataque.

A Real Sociedad, mesmo com uma posição confortável no Grupo D, não se encolheu na Luz (bem pelo contrário!), e deixou um primeiro aviso com um remate de Kubo às malhas laterais aos 7". O Benfica soltou-se um pouco da pressão inicial e após um remate de Neres desviado por um adversário, chegou ao golo aos 12". Mas o lance foi anulado por fora de jogo de Musa, num lance onde sobressaiu a jogada de Rafa.

Até ao intervalo, pouco mais se viu do clube da Luz, que mostrou sempre muitas dificuldades. E por isso as oportunidades de golo rondaram mais a baliza de Turbin. Aos 29", os bascos imitaram as águias e marcaram, mas Brais Méndez estava em fora de jogo. E logo a seguir, após uma perda de bola de Aursnes, Kubo (um diabo à solta no lado direito do ataque) voltou a rematar ao lado do poste da baliza, sendo imitado por Barrenetxea em cima do intervalo.

A primeira parte terminou com mais posse de bola para os espanhóis (60%/40%), que também tiveram mais tentativas de golo (7/5), diante de um Benfica demasiado macio que desceu ao balneários ao som de assobios.

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Roger Schmidt percebeu que tinha de mudar alguma coisa. E lançou logo para a segunda parte Kökçü e Arthur Cabral, abdicando de João Mário e Musa e passando a jogar em 4X3X3. Mas pouco ou nada mudou. A Real Sociedad continuou com mais posse de bola, e aos 52" esteve muito perto de abrir o marcador, valendo a boa defesa de Turbin a remate de Zubimendi.

A ineficácia e o mau jogo do Benfica deixavam adivinhar que a qualquer momento os bascos podiam marcar. E foi isso que aconteceu, por Brais Méndez, aos 63". E Kubo só não aumentou a vantagem, porque a bola bateu no poste.

De nada valeram as alterações feitas por Schmidt. O jogo terminou com mais uma derrota e com a equipa sem conseguir marcar golos, ainda no último lugar do Grupo D e com quase toda a certeza com os milhões da Champions hipotecados, pois seria histórico uma equipa com três derrotas nos três primeiro jogos salvar-se.

nuno.fernandes@dn.pt

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