As contas são complexas e impossíveis de fazer, com exatidão, por esta altura. Mas há uma certeza bastante sólida: há um mar de milhões de euros de diferença entre entrar na Liga dos Campeões ou competir na Liga Europa.Comecemos pela contabilidade mais simples de fazer. Se os encarnados forem eliminados pelo Fenerbahçe no playoff de acesso à fase de liga da Champions, vão receber 4,29 milhões por isso mais os 4,31 milhões que são pagos a todas as equipas que participarem na fase de liga da Liga Europa, ou seja, um total 8,6 milhões. Mas caso entrem na Liga dos Campeões, as águias vão arrecadar logo à partida 18,62 milhões de prémio de presença, mais do dobro em relação à segunda prova europeia.A essa verba juntar-se-á o chamado value pillar, um bolo complexo dividido em duas fatias que corresponde ao valor dos contratos de transmissão televisiva com as federações europeias e o ranking dos clubes a cinco e a dez anos. O bolo total é de 853 milhões a distribuir pelas 36 equipas, dos quais o Benfica poderá contar com uma verba a rondar os 25 milhões. Na última época, por exemplo, o clube da Luz encaixou 47,9 milhões apenas com o somatório do prémio de presença e do value pillar, um valor que serve de referência, mas que não será necessariamente igual.Na Liga Europa, o bolo total do value pillar a distribuir pelos 36 clubes é de apenas 198 milhões de euros, ou seja, cerca de 4,3 vezes menos. Ainda que as contas sejam complexas e dependam de que clubes e federações vão estar representados na competição, o Benfica deveria contar com um encaixe inferior a 10 milhões, o que a juntar aos já citados 8,6 milhões poderia significar uma diferença de cerca de 30 milhões só por marcar presença, quase tanto quanto custou a aquisição do médio Richard Ríos (27 milhões).Depois entram em cena os prémios por cada vitória (2,1 milhões na Champions/450 mil na Liga Europa) e empate (700 mil/150 mil) e por eventuais qualificações para ronda de playoffs (1 milhão/300 mil), oitavos de final (11 milhões/1,75 milhões), quartos (12,5 milhões/2,5 milhões), meias (15 milhões/4,2 milhões) e final (18,5 milhões/7 milhões), aos quais acresce a verba atribuída ao vencedor do troféu (6,5 milhões/6 milhões).Para se ter uma noção das diferenças, o Benfica encaixou na época passada um total de 71,4 milhões, tendo sido eliminado nos oitavos de final da Champions. Já o FC Porto, que não foi além do playoff de acesso aos oitavos de final da Liga Europa, ficou-se pelos 16,5 milhões - mesmo que tivesse superado essa ronda e sido afastado na mesma etapa em que o Benfica foi, não iria além dos 18,25 milhões. Ou seja, mais de 50 milhões de diferença.O Benfica é, de resto, o clube português que mais dinheiro recebeu de prémios da UEFA na última década: 458,267 milhões de euros, cerca de mais 20 milhões do que o FC Porto (438,535 milhões). A época mais rentável foi a de 2022-23, quando atingiu os quartos de final da Champions (73,9 milhões), e a mais modesta foi a de 2020-21, a única dos últimos dez anos em que competiu exclusivamente na Liga Europa (10,612 milhões). Esses valores, porém, não servem de referência porque os prémios aumentaram substancialmente para o período 2024-2027..Akturkoglu na cartola no nulo do Benfica em Istambul