Benfica e Sporting apresentam lucros e reduzem os passivos
As SAD do Benfica e do Sporting apresentaram resultados positivos nos comunicados enviados ontem à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e relativos ao primeiro semestre da época (de 1 de julho a 31 de dezembro), sendo que ambas registam igualmente uma redução bastante significativa dos respetivos passivos.
Os encarnados apresentam um lucro do exercício cifrado em 19,1 milhões de euros; os leões 10,1 milhões. No que diz respeito ao passivo, as contas da sociedade do clube da Luz refletem uma redução do passivo consolidado em 53 milhões de euros, enquanto o Sporting apresenta uma diminuição de 40 milhões.
O Benfica baixou finalmente o seu passivo consolidado da fasquia dos 400 milhões de euros, cifrando-se agora em 385,4 milhões, quando no final da temporada passada estava em 438,3 milhões. Está assim a ser cumprida uma das grandes promessas do presidente Luís Filipe Vieira, que neste mandato definiu como principal prioridade a redução drástica do passivo.
A explicar a redução verificada nos seis primeiros meses da época, está o facto de o Benfica ter diminuído a exposição em relação à banca, uma vez que os empréstimos bancários baixaram 7%, ou seja, passaram de 125,5 milhões para os 117,4 milhões. Também o passivo relacionado com fornecedores baixou dos 121 milhões para os 79,9 milhões.
Os encarnados apresentam ainda um capital próprio consolidado de 87,6 milhões de euros, o que representa uma subida de 19,9 milhões relativamente ao anterior exercício. Apesar do insucesso na Liga dos Campeões, o Benfica fechou este semestre com uma receita de 111,6 milhões de euros, montante onde estão incluídas as transferências de Nélson Semedo para o Barcelona e de Mitroglou para o Marselha, o que representa um aumento de 25,6% em relação ao período homólogo anterior. O insucesso na Champions é refletido quando se exclui as transações dos jogadores, pois as receitas não vão além dos 64,6 milhões de euros, ou seja, um decréscimo de 6,9% relativamente ao período homólogo. Esse facto foi mesmo destacado pelo administrador Domingos Soares Oliveira em declarações à BTV: "Houve um decréscimo de receitas na componente UEFA pela fraca performance na Champions League."
A SAD encarnada informou ainda que adquiriu 90% dos direitos económicos do guarda-redes Mile Svilar por um valor global de 4,552 milhões de euros, confirmou a aquisição para a próxima época do alemão Vlachodimos, atual guarda-redes do Panathinaikos, por 2,438 milhões de euros e a renovação de contrato de Talisca (emprestado ao Besiktas) até 2020. Por outro lado, a SAD embolsou 5,8 milhões com os empréstimos do médio brasileiro, Carrillo, e ainda com o fundo de solidariedade no âmbito da transferência de Bernardo Silva do Mónaco para o Man. City.
Na rubrica gastos com pessoal, o Benfica regista um aumento de 4,898 milhões de euros em relação ao período homólogo, sendo agora de 35,261 milhões, algo que Domingos Soares Oliveira explica de forma simples: "Para termos as pessoas mais talentosas a trabalhar connosco, temos de estar preparados para pagar."
Leões já pagaram à Doyen
A SAD do Sporting também registou uma grande diminuição no passivo do primeiro semestre desta época, num valor total de 40,426 milhões de euros. No relatório enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), os leões destacam ainda um lucro de 10,1 milhões (uma queda face aos 46,5 milhões de euros do período homólogo). A redução do total do passivo, que passou de 310,879 milhões para 270,453 milhões, é justificada pela sociedade pela redução da dívida bancária (16,729 milhões), provisões (9,590 milhões) e pagamentos a fornecedores (12,893 milhões).
No relatório constata-se ainda que os gastos com pessoal (pagamentos a jogadores, técnicos e órgãos sociais) registaram um aumento de cerca de 6,107 milhões de euros face ao período homólogo - de 31,573 milhões para 37,680 - as remunerações aos órgãos sociais passaram de 228 mil euros para 475 mil em relação ao período homólogo.
Já o total do volume de negócios atingiu os 81,609 milhões, muito à custa da participação na fase de grupos da Champions e pela venda de Adrien Silva ao Leicester por 20 milhões. Mas sem o montante da transação de jogadores, os resultados operacionais foram negativos em 873 mil euros
Os leões anunciaram ainda a regularização da dívida ao fundo de investimento Doyen (relacionado com a transferência de Rojo para o Man. United) com o pagamento de 11 milhões de euros.
Em termos de investimento com o plantel, a SAD leonina fala num esforço significativo com a aquisição dos direitos desportivos e económicos de vários jogadores, destacando-se os 10,591 milhões com a aquisição de Marco Acuña, quatro milhões por Mathieu (três milhões de prémio de assinatura e um milhão em comissões) e 2,563 milhões por Stefan Ristovski.