Bancada do estádio do Valencia interditada e retirado castigo a Vinicius

Comité de Competição da Federação Espanhola de Futebol aplicou ainda uma multa de 45 anos ao Valencia.

O Comité de Competição da Federação Espanhola de Futebol (RFEF) decidiu esta terça-feira interditar uma bancada do Estádio Mestalla, casa do Valência, por cinco jogos, tendo ainda aplicado uma multa de 45 mil euros ao emblema che e retirado o castigo a Vinicius Júnior, do Real Madrid, após a expulsão no jogo de domingo entre as duas equipas.

O organismo da RFEF decidiu fechar a bancada Kempes, de onde terão saído grande parte dos insultos, entre os quais o único relatado pelo relatório do árbitro, que refere que, aos 73 minutos, um adepto chamou "macaco" a Vinicius.

O Comité de Competição considerou ainda que, tendo em conta as provas apresentadas, os insultos começaram ainda no exterior do estádio, aquando da chegada, continuando no interior, com o organismo a salientar que, entre outros, ouviu-se "um grito generalizado nas bancadas" a chamar "macaco" ao brasileiro perto do final do encontro.

O Comité da RFEF considera que "ficou provado, definitivamente, o intolerável caráter racista de parte dos cânticos que foram entoados, dentro e fora do campo, por uma parte dos adeptos".

"Este Comité considera que ficou provado que, apesar dos esforços que vem fazendo o clube, este não foi suficientemente expedito na implementação efetiva de todas as medidas necessárias para erradicar este tipo de comportamentos", lê-se.

O avançado dos merengues havia sido expulso nos instantes finais do encontro de Valência, por alegadamente ter agredido um adversário, já depois de ter sido alvo de insultos racistas por parte de adeptos presentes no estádio Mestalla. Mas o castigo foi agora retirado.

O organismo da RFEF considera que as provas apresentadas pelo Real Madrid levam a que "a veracidade da ata arbitral" possa ser posta em causa.

O Comité de Competição considera que um castigo "se enquadraria numa permanente e total impunidade, durante a presente época, de diversas ações de agressão física e verbal, por parte de adversários e adeptos, sobre o jogador expulso, perante a passividade das equipas de arbitragem, da RFEF e da Liga".

"A atuação do videoárbitro não pode ser enquadrada em 'erro humano', pois a imagem que mostrou ao árbitro do encontro para avaliar a ação foi totalmente parcial, tendenciosa e determinante para o erro do árbitro", refere o Comité de Competição, que entende que a expulsão "foi injusta", "convertendo o agredido em agressor".

O organismo refere ainda que foram entregues duas atas sucessivas e que apenas na segunda são referidos os insultos racistas recebidos por Vinicius Júnior, ainda assim "manifestamente insuficiente à realidade do que aconteceu", pois apenas refere um adepto a chamar "macaco" ao brasileiro.

O comunicado do Comité de Competição refere que houve insultos à chegada ao estádio e durante vários momentos do encontro, feitos por um grande número de adeptos e não apenas por um, como refere a ata arbitral.

Os insultos sofridos por Vinicius foram condenados por vários setores, entre os quais o próprio governo brasileiro.

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