Afinal, os jogos da última jornada da I Liga não vão ter público

A Liga tinha admitido a possibilidade de ter 10% da lotação dos estádios ocupada na última jornada, mas agora recuou. "Não estavam reunidas todas as condições de equidade", justifica o organismo liderado por Pedro Proença.
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Os jogos da última jornada da I Liga não vão ter publico, ao contrário do que tinha sido anunciado na passada quarta-feira pela Liga e Federação Portuguesa de Futebol. A decisão conhecida esta segunda-feira traduz-se num recuo após o anúncio de que 10% da lotação dos estádios poderia ser ocupada na 34ª jornada do campeonato nacional de futebol.

A direção da Liga Portugal "entendeu que não estavam reunidas todas as condições de equidade, quando na jornada 34 existem equipas que, desportivamente, têm o futuro ainda por decidir", justifica o organismo liderado por Pedro Proença sobre os jogos que se realizam esta semana.

"Perante as informações trazidas a público sobre a possibilidade de realização de novos testes-pilotos com público na última jornada da Liga NOS, a direção da Liga Portugal reuniu ordinariamente na passada sexta-feira, dia 15 e extraordinariamente na manhã de hoje, segunda-feira, dia l7. Na reunião de hoje, os membros da direção deliberaram, por unanimidade, não estarem reunidas as condições para a realização dos referidos testes e, em consequência, não autorizar a respetiva realização", lê-se no comunicado da Liga.

As bancadas dos estádios vão, assim, permanecer sem adeptos na última jornada do campeonato. A Liga explica ainda que "na incerteza, que permanece, sobre as condições que as autoridades de saúde poderão vir a fixar, seria impossível preparar um plano de implementação a um dia da realização dos jogos".

De referir que no plano inicial estava previsto que o acesso aos estádios seria exclusivamente destinado aos adeptos dos clubes visitados e que estes deviam apresentar, à entrada do recinto, o resultado negativo de um teste rápido para a covid-19. A decisão anunciada na semana passada foi tomada, segundo informou a Liga, na sequência de "várias reuniões da Liga Portugal e da Federação Portuguesa de Futebol com as autoridades de saúde pública e o Governo".

A Liga decidiu manter as bancadas sem adeptos considerando também que, "com diversos objetivos desportivos ainda em aberto, permitir que apenas uma parte das equipas pudessem ter o seu público presente nesta jornada decisiva, constituiria uma grave entorse à verdade desportiva e à equidade entre os competidores".

Na deliberação da decisão que mantém os adeptos fora dos estádios, a direção da Liga indica que na quinta-feira, 13 de maio, "renovou o pedido para dupla jornada com presença de público junto da DGS", sendo que no mesmo dia, após reunião do Conselho de Ministros, a ministra da Presidência Mariana Vieira da Silva "confirmou que apenas seria dada autorização para que os jogos da última jornada da Liga NOS fossem palco de novos testes-piloto com a presença de público".

A direção da Liga refere também que, "até ao presente momento, a DGS [Direção-Geral da Saúde] não remeteu o parecer solicitado", sobre a realização dos testes-piloto nos estádios na última jornada do campeonato.

"Ainda que a tutela e a DGS formalizem a autorização que se solicitou há uma semana, o prazo de 48 ou menos horas para ajustar a organização dos jogos às regras - que ainda se desconhecem - não é consentâneo com a exigência operacional que o futebol profissional se impõe e de si próprio exige, na proteção da sua boa imagem e, o que é mais relevante, no contributo que, ao longo de toda a pandemia, tem dado na promoção - também pelo exemplo - dos comportamentos responsáveis a que são chamados todos os portugueses", considera a direção da Liga Portugal.

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