"Acredito que o golo pode ajudar-me a chegar a um clube da I Liga"

Filipe Andrade foi o autor do golo que chegou a gelar Alvalade na Taça e diz que vai recordar para sempre aquele momento
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O Praiense saiu goleado de Alvalade (5-1) e eliminado da Taça de Portugal, mas para Filipe Andrade, 24 anos, o jogo frente ao Sporting será inesquecível pelo grande golo que o jogador açoriano marcou logo aos dois minutos. "É daqueles golos que vou recordar para sempre. Vejo-me daqui a uns anos a olhar para a televisão a rever o lance. Ainda por cima em Alvalade, contra o Sporting, uma das melhores equipas portuguesas. Só foi pena termos sido eliminados", disse Filipe ao DN, lembrando que "já tinha marcado um golo parecido, mas numa zona mais frontal": "Daquele ângulo foi a primeira vez. Quando vi o Jefferson a dar espaço não hesitei. Rematei forte e cruzado. Foi intencional e saiu bem."

O avançado acredita que o golo que marcou em pleno Estádio José de Alvalade pode servir como cartão-de-visita para dar o salto para uma liga mais competitiva a curto prazo - o Praiense atua no Campeonato de Portugal. "Foi um jogo que passou na televisão, foi visto por muita gente. Os jornais também deram grande destaque... Acredito que me possa ajudar a chegar a um clube da I Liga. O sonho de qualquer jogador das divisões inferiores é chegar aos escalão maior do futebol português. E eu acredito que vou conseguir. Quero desfrutar este momento e trabalhar com a mesma intensidade e humildade como até aqui. Se assim for acredito que isso pode acabar por acontecer. Tenho um empresário que me trata das coisas", contou.

O jogador nascido em Ponta Delgada fez questão na conversa com o DN de elogiar o comportamento da equipa do Praiense... apesar da goleada final registada. "Não mostrámos medo em campo. Entrámos para discutir o resultado e, pelo feedback que tive, julgo que deixámos os nossos adeptos orgulhosos e os açorianos em geral. Se acreditámos que podíamos passar? Sim, um golo aos dois minutos e irmos para o intervalo com o jogo empatado fez-nos sonhar. Mas o Sporting é o Sporting e a diferença acabou por ser decisiva na segunda parte", notou.

Chegar ao patamar de Pauleta

Filipe tem um ídolo no futebol. E não, não é Cristiano Ronaldo. "O Pedro Pauleta, claro. Um jogador dos Açores que fez uma grande carreira, muito respeitado por todos os açorianos. Gostava de um dia poder chegar aos patamares que ele atingiu. Mas para isso é preciso sorte, muito trabalho e fé naquilo que fazemos", referiu, considerando que o jogador açoriano é cada vez mais respeitado: "O meu golo pode ter ajudado um bocadinho a divulgar o jogador açoriano. Mas a verdade é que já existem vários a atuar a nível profissional em clubes da I e da II Liga. São o nosso orgulho e exemplos a seguir."

O avançado ficou em Lisboa e só regressa aos Açores amanhã, aproveitando a paragem nos campeonatos devido aos compromissos da Taça de Portugal. Ontem desdobrou-se em entrevistas... num dia em que o telefone não parou de tocar com felicitações. "É verdade, recebi centenas de mensagens e telefonemas. Família, amigos... muitas do estrangeiro, onde também tenho família e pessoas conhecidas. De clubes interessados? Não, isso é com o meu empresário", atirou.

Filipe Andrade está a desfrutar o momento, mas já a pensar nos próximos compromissos do Praiense. "Nesta semana há uma pausa, mas já estou focado no próximo jogo. O Praiense está a fazer uma grande campanha no Campeonato de Portugal. Em dez jogos ainda não perdemos [oito vitórias e dois empates] e somos líderes da nossa série. Esta exibição em Alvalade não foi por acaso. A nossa equipa não tem muita visibilidade, mas estamos a fazer um grande trabalho", opinou

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