A vontade de entrar na história fez a força do grande Moreirense

Um golo de penálti decidiu o jogo no Algarve. Depois de ter posto termo ao jejum do Sporting, Inácio voltou a fazer a história.
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Bastou um golo para o Moreirense inscrever o seu nome na história do futebol português e conquistar com justiça a Taça da Liga, numa caminhada em que afastou FC Porto, Benfica e, na final de ontem, um Sp. Braga que nunca conseguiu desenvencilhar-se da teia montada no Algarve por Augusto Inácio.

Numa final minhota, que merecia melhor assistência e horário, o mais "pequenino" fez-se grande, mostrando mais vontade de entrar na história e levantar o troféu - o feito ganha contornos ainda maiores se se pensar que nos 15 confrontos anteriores entre os dois conjuntos o Moreirense apenas vencera uma vez os arsenalistas, em 2005. Cauê foi o herói, ao marcar o golo que deve ter deixado os cerca de cinco mil habitantes de Moreira de Cónegos em delírio, num jogo e, que se destacaram ainda os dois médios-centro e a habilidade de Daniel Podence, que vai regressar agora a Alvalade.

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Numa noite fria e sem chuva, começou melhor o Moreirense, controlando bem o meio-campo e explorando a rapidez dos seus extremos. Disposta em 4x4x2, a formação de Jorge Simão não conseguia chegar com perigo à área contrária mas a verdade é que os cónegos, apesar de terem estado mais perto de Matheus, também não ameaçavam as redes do brasileiro.

Mesmo sem oportunidades - um livre em posição frontal que Francisco Geraldes chutou pelo meio da barreira foi um dos poucos lances em que o golo podia ter aparecido -, o ritmo da partida foi bastante agradável, sobretudo por culpa do conjunto de Inácio, sempre mais rápido sobre a bola e capaz de sair em transições que iam incomodando a defesa contrária.

Na sola de Matheus

Com o passar do tempo, os bracarenses foram equilibrando as operações e até chegaram a marcar, numa jogada bem anulada por Artur Soares Dias por fora de jogo. Até que, quando já todos esperavam o intervalo, surgiu o lance que selou o resultado e vai, certamente, ser falado durante a semana. Geraldes perseguiu um passe à entrada da área e Matheus saiu e agarrou a bola no chão, atingindo, contudo, o médio emprestado pelo Sporting, com uma entrada de sola. Soares Dias apontou para a marca de penálti, de onde Cauê não falhou, colocando o Moreirense na frente. Lamentavelmente, nos festejos, um petardo lançado da bancada onde estavam os adeptos dos "guerreiros" rebentou junto dos jogadores e a confusão instalou-se - felizmente não houve consequências, apesar de Dramé e Roberto terem ficado no chão.

Na segunda metade, em vantagem, o Moreirense não foi tão agressivo no ataque mas manteve a união e a concentração atrás, sob a batuta de Fernando Alexandre e Cauê. Tanto assim que só por uma vez o Sp. Braga esteve perto de empatar, num lance em que Makaridze mostrou os seus extraordinários reflexos após um remate de Pinho que desviou em Rebocho, quando a equipa já jogava com três defesas e tinha Alan em campo. E, depois de colocar final no jejum de títulos do Sporting (1999/2000), Inácio voltou a conquistar um troféu improvável depois de pegar na equipa a meio da época.

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