Messi consegue a primeiro título pela seleção argentina na Copa América
Há 28 anos que a Argentina não vencia a principal prova da América do Sul, mas conseguiu agora bater o Brasil, na Copa América 2021, no Maracanã.
O Brasil caiu este sábado perante a Argentina no Maracanã, na final da Copa América 2021, por 1-0, e deu a Lionel Messi, finalmente, aos 34 anos e à quinta final, o primeiro título pela seleção de futebol da Argentina, o objetivo de uma carreira, de uma vida e que preenche o vazio da sua carreira.
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No mítico Maracanã, no Rio de Janeiro, o 'miúdo' de Rosário, onde nasceu em 24 de junho de 1987, teve o prémio merecido para quem nunca desistiu, para a sua resiliência, depois de muitas frustrações, inúmeras batalhas perdidas, grandes desilusões.
A 47.ª Copa América é da Argentina, que nada ganhava há 'imensos' 28 anos, desde 1993, e que agora o voltou a conseguir 'capitaneada' por Messi, que, mais do que ninguém, queria este troféu, este título, a vitória que tantas vezes "não se deu".
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A principal prova da América do Sul não é um Mundial, mas é um grande título, que, por exemplo, o 'rei' Pelé e 'D10s' Maradona, aqueles com quem partilha o pódio dos 'reis' do futebol, não conseguiram arrebatar.
O sonho foi cumprido, ao 151.º jogo, ficando por concretizar um último, o de repetir o malogrado Maradona e levantar a taça de campeão do Mundo: terá, provavelmente, no final de 2022, no Qatar, a sua quinta e última oportunidade.
Agora, é, no entanto, tempo de festa, de celebrar o primeiro cetro pela Argentina - ao serviço do qual venceu 90 jogos, empatou 35 e perdeu 26, com 76 golos marcados e 45 assistências -, mais precisamente pela equipa principal, pois já havia arrebatado um Mundial de sub-20 (2005) e uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos (2008).
Essas conquistas aconteceram, porém, no início da carreira, antes de quase tudo o que fez para se tornar num dos melhores jogadores da história, se não o melhor, como já é considerado por muitos, e há muito.
O "sonho" de Ángel Di María
O ex-benfiquista Ángel Di María, autor do golo que permitiu à Argentina bater no sábado o Brasil por 1-0 na final da Copa América em futebol, em pleno Maracanã, afirmou que esta era uma vitória há muito sonhada.
"Sonhámos tanto com isto, lutámos tanto. Muita gente duvidava e criticava-nos, mas continuámos a tentar, até que hoje se deu, a bola entrou e, graças a Deus, ganhámos um título tão desejado", disse Di María, eleito o melhor jogador da final.
Com o golo do jogador do Paris Saint-Germain, de 33 anos, apontado aos 22 minutos, com um 'chapéu' a Ederson, após passe de Rodrigo De Paul, a Argentina acabou com uma 'seca' de 28 anos sem títulos, que durava desde a vitória na Copa América de 1993.
"A Copa América era para ser na Argentina [foi mudada para o Brasil devido à pandemia da covid-19] e terminámos aqui, porque tínhamos de ganhar aqui", afirmou ainda Di María, valorizando mais a conquista por ser contra o Brasil e no Maracanã.
Quanto ao golo, 'agradeceu' o falhanço de Renan Lodi, que deixou chegar a Di María o passe de De Paul: "Tinham-me dito que o lateral 'dormia' um pouco na marcação. Aproveitei o passe perfeito, controlei a bola e avancei".
Do lado dos anfitriões, o 'capitão' Thiago Silva reconheceu que a Argentina conseguiu "neutralizar" as principais armas ofensivas do Brasil, especialmente no primeiro tempo, e criticou o árbitro por "só ter dado cinco minutos de descontos" no final.
"Em primeiro lugar, tempos de felicitar o adversário. A argentina neutralizou as nossas principais jogadas e foi muito difícil tentar dar a volta ao resultado", disse o campeão europeu de clubes em 2021/22 ao serviço do Chelsea.
Thiago Silva lamentou que o Brasil não tenha conseguido fazer o seu jogo na primeira parte e acrescentou que na segunda metade "não houve jogo" e que só a seleção brasileira quis jogar.