'Paraíso, hoje.' leva uma perspetiva otimista do mundo à Bienal de Veneza
Portugal irá levar à Bienal de Veneza, que decorre de 10 de maio a 23 de novembro naquela cidade italiana, uma perspetiva otimista do mundo contemporâneo com o projeto Paraíso, hoje., que foi apresentado esta quarta-feira numa conferência de imprensa na Garagem Sul do Centro Cultural de Belém (CCB).
O projeto de Paula Melâneo, Pedro Bandeira e Luca Martinucci irá representar Portugal na 19.ª Exposição Internacional de Arquitetura, com o tema Intelligens. Natural. Artificial, sendo da curadoria de Carlo Ratti. Paraíso, hoje. foi o escolhido entre 31 candidaturas.
“O Paraíso, hoje. é mesmo a ideia de pensar o mundo contemporâneo, mas de uma perspetiva otimista, tendo a noção de que realmente os tempos não são os melhores. Temos guerras, temos problemas ambientais, mas queremos ver o que é que há de positivo e como é que podemos fazer um mundo melhor”, explica Paula Melâneo.
O projeto português integra dois eixos de reflexão. Uma delas é o Atlas, que através de imagens irá mostrar exemplos do que pode ser “uma boa intervenção na arquitetura”.
Este projeto pensa na arquitetura como processo de pensamento, incentivando a multidisciplinaridade e inclui diversos autores. "Nós não temos os conteúdos, mas temos uma metodologia, que pensa no país como uma metáfora da relação entre a arquitetura e o território", acrescenta Pedro Bandeira.
O projeto irá mostrar os conteúdos em março, no Palácio da Ajuda, em Lisboa.
Durante a apresentação, foi revelado pela ministra da Cultura o júri para escolha do projeto que irá representar Portugal na Bienal de Veneza de 2026 da curadoria de Koyo Kuoh. “Este encontro, aqui na Garagem de Sul CCB, teve a finalidade de apresentar o projeto curatorial, ou seja, a representação oficial de Portugal na área de arquitetura, por um lado. Por outro lado, apresentar já, cumprindo prazos, o júri que vai selecionar o artista ou os artistas que representarão Portugal no próximo ano”, menciona a Ministra da Cultura, Dalila Rodrigues.
O membros do júri são José Bragança de Miranda, reitor da Universidade Lusófona, Andreia Magalhães, diretora artística do Centro Arte Oliva, Joaquim Moreno, arquiteto e investigador, Nuno Faria, diretor do Museu Vieira da Silva, e a curadora Marta Mestre.
Em julho do ano passado, o ministério da Cultura alterou o processo de seleção para Bienal de Veneza. O concurso passou a ser aberto ao público, deixando de ser apenas por convite. "Defendo que, enfim, os governantes têm a obrigação de a escutar, de dialogar, de ouvir. Fizemos uma candidatura aberta, recebemos 31 propostas de grande qualidade e um júri nomeado com critérios procedeu à seleção da melhor proposta", afirma a ministra, acrescentando que o país aceitou a mudança de "forma pacífica".