Instrumento musical que esteve a ser restaurado no Laboratório José de Figueiredo.
Instrumento musical que esteve a ser restaurado no Laboratório José de Figueiredo. Reinaldo Rodrigues

Museu Nacional da Música reabre na sua morada definitiva, em Mafra, no dia 22 de novembro

Até ao fim de novembro a entrada no museu será gratuita, embora sujeita à lotação dos espaços. Haverá concertos e "vários momentos musicais diversos", informa a Museus e Monumentos de Portugal.
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O acervo do Museu Nacional da Música passou por vários espaços antes de se instalar, em 1994, provisoriamente, na estação de metro do Alto dos Moinhos, em Lisboa. O "provisório" durou quase uma década, até 1 de outubro de 2023, Dia Internacional da Música, quando o museu fechou ao público "para dar início a uma grande campanha de restauros, que envolveu uma equipa de mais de uma centena de conservadores restauradores e o tratamento de cerca de quinhentas peças, a que se seguiu a complexa mudança de todo o acervo", lembra a Museu e Monumentos de Portugal (MMP), em comunicado, no dia em que anuncia que o Museu Nacional da Música reabrirá, agora na sua morada definitiva, em Mafra, no dia 22 de novembro.

Instrumento musical que esteve a ser restaurado no Laboratório José de Figueiredo.
Instrumento musical que esteve a ser restaurado no Laboratório José de Figueiredo. Reinaldo Rodrigues

Será "um novo capítulo na história do Museu Nacional da Música, que guarda uma das mais importantes coleções de instrumentos musicais do século XII ao XXI, representativos de diversas práticas e contextos em Portugal e noutras regiões do mundo, e alguns deles classificados como tesouros nacionais", adianta a MMP na mesma nota.

A decisão de instalar definitivamente o museu no Real Real Edifício de Mafra foi confirmada em 2014 pelo então secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, mas foi só com os dinheiros do Plano de Recuperação e Resiliência que se iniciaram as obras de reabilitação da nova morada, no valor de cerca de sete milhões de euros. São oito mil metros quadrados de espaço expositivo, de reservas, bilheteira, loja e cafetaria. No percurso da visita, de dois mil metros quadrados, estarão expostas 500 peças, o dobro do que era possível ver anteriormente.

Instrumento musical que esteve a ser restaurado no Laboratório José de Figueiredo.
Instrumento musical que esteve a ser restaurado no Laboratório José de Figueiredo. Reinaldo Rodrigues

O circuto da visita está organizado por temas e não por instrumentos, "ao contrário do que é habitual em museus de música", diz a MMP. Aborda-se "a música de um ponto de vista temático, focando-se em diversas formas de ouvir e de fazer música ao longo do tempo. A visita inclui experiências multissensoriais, táteis e olfativas, dirigidas a todos os públicos, que vão também poder tocar em mais de vinte diferentes instrumentos musicais e modelos de instrumentos".

Haverá também "um salão imersivo multimédia" com uma programação própria. Na estreia, terá duas obras, uma do ilustrador Bernardo Carvalho e do músico Ricardo Jacinto, e outra encomendada à compositora Fátima Fonte e à realizadora Adriana Romero, intitulada de Harpa de ervas.

Em termos de acessibilidade, haverá agora "novas soluções para público cego, como o pavimento podotáctil, o braille e a audiodescrição, para público surdo, como vídeoguias em Língua Gestual Portuguesa, e para público com transtorno do espectro autista ou mais genericamente com algum tipo de hipersensibilidade, como horários específicos para visitas silenciosas e redução de estímulos visuais", sublinha a MMP.

O museu está em fase de "testes e de montagens", acolhendo já alguns eventos. Entre os dias 17 e 19 de outubro realizar-se-á a conferência internacional “Sound in Museums”, e em novembro, adianta a MMP, "prevê-se a gravação de um novo álbum da cravista Béatrice Martin no cravo Antunes de 1758, tesouro nacional, uma iniciativa promovida em parceria com a Fundação Gaudium Magnum e a Fundação Turchini em Nápoles".

Na abertura, sábado dia 22 de novembro - Dia de Santa Cecília, padroeira dos músicos - haverá concertos. "Farão parte do cartaz momentos musicais diversos com, entre outros, o compositor e percussionista Iúri Oliveira, a Orquestra de Foles, a Orquestra de Gamelão da NOVA FSCH e Embaixada da Indonésia, ou o carrilhão LVSITANVS, o maior e mais pesado carrilhão itinerante do mundo".

A entrada no museu será gratuita até ao final de novembro, mas o acesso estaráo sujeito à lotação dos espaços, por isso a MMP recomenda a reserva de bilhete através da Bilheteira da Museus e Monumentos de Portugal.

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