Nascido em Neuilly-sur-Seine a 9 de abril de 1933, Jean-Paul Belmondo foi uma das maiores estrelas do cinema francês do pós-II Guerra Mundial. A notícia da morte de Jean-Paul Belmondo, esta segunda-feira na sua casa em Paris, aos 88 anos, foi confirmada à AFP pelo advogado do ator. "Estava muito cansado há bastante tempo. Ele morreu tranquilamente", explicou Michel Godest..Inesquecível em O Acossado de Jean-Luc Godard, Belmondo destacou-se como um dos nomes inevitáveis da Nouvelle Vague, tendo-se seguido uma carreira que passou por quase todos os géneros, incluindo comédias e policiais..Filho de uma pintora e de um escultor, Belmondo foi um aluno difícil e um adolescente mais apaixonado pelo desporto do que pelos estudos. Praticante de boxe e de futebol, cedo também se interessa pelos palcos, que frequenta como amador desde os anos 50..Aceite no Conservatório em 1952, cinco anos mais tarde sai de lá para um início de carreira com papéis secundários no cinema, mas como teatro na sua mira. Após um primeiro sucesso em cena com Oscar, em 1958, o seu talento chama a atenção de um jovem crítico dos Cahiers du cinéma, Jean-Luc Godard, que prepara a sua passagem para trás da câmara..Depois de uma breve passagem pela guerra da Argélia e de volta a Paris, cruza-se com Godard nos Campos Elísios que, segundo o Le Monde, lhe diz: "Vai ver os irmãos Hakim [dois dos principais produtores parisienses da altura] que eles têm um papel para ti". Ele recusa - está farto do cinema. E remata: "É muito estúpido"..Mas Godard vai convencê-lo do contrário. E Belmondo consegue o papel principal em À Double Tour, de Claude Chabrol. outro cineasta da Nouvelle Vague. Pouco depois, Godard chama-o para O Acossado/À bout de souffle. O sucesso é imediato..Figura deste movimento, ao lado do outro monstro sagrado do cinema francês que é Alain Delon, Belmondo acaba por não se rever nele e pouco o frequentará. Com Godard faz mais dois filmes, Une Femme est une femme e Pierrot le fou, mas depressa muda de rumo..Com L'Homme de Rio, de Philippe de Broca, confirma-o como o arquétipo do aventureiro gozão, abrindo-lhe as portas de papéis que tanto podiam ser de polícia como de vilão..De meados dos anos 1960 a meados dos 1980, a carreira de Bébel é uma sucessão de sucessos comerciais - com os franceses apaixonados pelos desempenhos do ator - fosse no cinema ou quando os seus filmes passavam na televisão..Menos "menino bonito" que o seu eterno rival Alain Delon, de jovem aventureiro, Belmondo passa para os papéis de irmão mais velho e depois de tio brincalhão e irónico..O início da década de 1990 vê-o afastar dos ecrãs. Um grave AVC em 2001 mantém-no longe do trabalho como ator durante os últimos anos.